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Com um visual sinistro e atmosfera de terror, Shadowdark resgata as raízes do RPG à moda antiga

Shadowdark: O que esse jogo indie premiado na GenCon significa para o futuro de D&D?

O RPG de mesa Shadowdark conquistou quatro premiações no Ennie Awards, o "Oscar" do RPG, durante a Gen Con 2024.

Philippe Ramalho •
21/08/2024 às 20h27, atualizado há um mês
Tempo de leitura: 7 minutos

O RPG de mesa Shadowdark conquistou quatro premiações no Ennie Awards, o “Oscar” do RPG, durante a Gen Con 2024.

Com premiações de Melhor Jogo, Melhor Layout e Design, e ainda Melhores Regras, o jogo levou ainda Produto do Ano.

O que torna esse jogo tão popular para os jogadores e tão importante para a mais prestigiada premiação da indústria?

Shadowdark

Criado por Kelsey Dionne e sua equipe na The Arcane Library, o jogo cresceu gradualmente até atingir seu maior sucesso na campanha de financiamento coletivo em 2023, quando arrecadou mais de 1,4 milhão de dólares — uma quantia assombrosa pra qualquer campanha, ainda mais uma de um jogo tão nichado quanto RPG.

Com leveza de regras e uma ênfase no perigo de explorar masmorras e enfrentar monstros, Shadowdark se revelou uma porta de entrada popular para fãs de Dungeons & Dragons interessados em descobrir o movimento old-school (“velha guarda”, a forma como o jogo era jogado nos anos 70 e 80), com experiências menos lineares, menos planejadas, com finais múltiplos, riscos de morte definitiva e um clima que lembra mais Dark Souls do que Caverna do Dragão.

Os livros são sucintos, concisos, enxutos e com foco em palavras-chave, com poucas regras e limites que estimulam a criatividade dos jogadores. Opções de personagem são apresentadas em página única — a única classe que precisa de duas páginas é a de Mago. Inclusive, uma das mudanças interessantes é que o Mago não conjura magias gastando espaços de magia, mas fazendo rolagens. Se o mago passa na rolagem, pode conjurar a magia novamente, se falha, não poderá conjurar mais até fazer um descanso. E falhas críticas resultam em catástrofes — acrescentando um aspecto mais místico e imprevisível para o uso de magia no jogo.

Para ressaltar a jogabilidade desafiadora, Shadowdark também traz regras completas para exploração de ermos e de masmorras, ordem de turnos, e a regra imersiva de duração de itens de iluminação. Nesse jogo, a ideia é que nenhuma raça jogável enxerga no escuro, e itens para iluminar (como lampiões, tochas ou feitiços) são perecíveis. É uma corrida contra o tempo para escapar da masmorra antes de ficar a sós no escuro com monstros terríveis — e todos eles, sim, enxergam no escuro.

Dungeons & Dragons

Enquanto isso, Dungeons & Dragons tem tomado um rumo muito diferente. Desde os anos 2000, quando D&D começou a se aproximar mais e mais de videogames com regras mais abstratas e efeitos mecanizados, parte da comunidade respondeu com a criação do movimento old-school (“Old School Renaissance”, ou OSR), que buscava resgatar essa experiência lúdica e imaginativa do jogo.

Jogos como Pathfinder lá fora e Tormenta aqui no Brasil foram respostas bem claras de que uma parte do público tinha mais interesse em jogar RPG com as regras anteriores, a interpretação, as variedades imprevisíveis, do que um jogo que tenta ser um videogame no papel e lápis.

Em 2014, com o lançamento da 5ª Edição de D&D, o jogo conseguiu reconquistar muito de ambos públicos pela simplicidade das regras e a ascensão da comunidade online, utilizando as regras para criar bastante material feito de fã para fã, usando as regras oficiais com a Licença Aberta. Essa boa vontade, associada à popularização da internet mais rápida que permitia jogar com amigos distantes via call, se juntou ao surgimento das primeiras mesas de Actual Play com celebridades (a mais famosa, o Critical Role) e a coincidental e fascinante presença de D&D na série Stranger Things, da Netflix. O sucesso foi grande.

Mais recentemente, D&D atingiu novos patamares com o lançamento do aclamado (mas que desapontou na bilheteria) Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes e o magnífico Baldur’s Gate 3, que venceu o Jogo do Ano 2023. Com isso, D&D tinha tudo para estar em alta, se não fosse o gigantesco vacilo de tentar revogar a Licença Aberta.

Repercussão

O estardalhaço da decisão — e de tentar voltar atrás quando o erro já tinha sido feito —, causou uma dispersão da fanbase e dissolução em grupos separados. Fãs de Critical Role se voltaram para os novos RPGs do grupo (Daggerheart e Candela Obscura, que serão publicados no Brasil pela Jambô Editora), e diversos RPGs surgiram propondo licenças abertas para acolher os criadores e consumidores de material de terceiros. Nessa leva, surgiram diversas variantes indie de D&D, incluindo Tales of the Valiant (criado pela Kobold Press), MCDM (o RPG do Matthew Colville), Stormlight (do autor Brandon Sanderson) e também Shadowdark.

Num ano em que Dungeons & Dragons celebra seus cinquenta anos com o relançamento da 5ª Edição, reformulada para incorporar as boas ideias de Baldur’s Gate 3 na mesa de jogo (e que talvez funcionem bem no videogame, talvez nem tanto assim na mesa), e planeja lançar um Virtual Tabletop chamado Sigil (revelado pela primeira vez na jogatina da Karlach e Astarion), para competir com Foundry, Roll20 e outros (tornando a experiência de RPG ainda mais digitalizada e monetizável), Shadowdark leva quatro vitórias na mais prestigiada premiação da indústria, mandando assim um recado importante: os jogadores de RPG querem jogar RPG, de outras formas que não seja na frente da tela do computador.

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