Quando a Game Arena passou a missão de analisar Undisputed, desenvolvido pela Steel City Interactive e publicado pela Deep Silver, assumi o desafio com muito receio (algo comum ultimamente).
Primeiro por passar por uma maratona de lutas intensas no WWE 2k24 (confira nossos vídeos no Youtube), que não é lá um “Game of The Year”. Segundo por conta do estúdio Steel City Interactive ser relativamente novo, tendo Undisputed como seu primeiro grande projeto.
Minha última grande experiência com o boxe foi no bizarro ARMS do Nintendo Switch, que não é lá uma experiência intensa e realista. Então, com uma mente cheia de estereótipos e ideias precoces, segui para a gameplay.
O quão grata foi minha surpresa foi mudar minha opinião precoce com o game, que traz uma experiência de simulação real com o boxe, mas de uma forma simples e fácil para diferentes níveis e tipos de jogadores.
Porém, a vida não é um morango nem mesmo para o Undisputed, que deixou passar problemas simples mas extremamente graves para o resultado final do game.
Um jogo que simula o boxe
Undisputed oferece o mesmo que a maioria dos jogos de esportes modernos em questões de modos. Temos as Lutas Offline, Online e o tradicional modo Carreira, além de outros menores envolvendo desafios diários e semanais.
De início somos arremessados para o tutorial do game, que é extremamente necessário para aprender tudo o que o jogo tem a oferecer. Em pouco menos de 10 minutos conseguimos aprender os principais movimentos do boxe.
Nos ataques, temos os tradicionais Jab (soco rápido e direto), golpe direto (soco potente e lento), o gancho (o soco curvado) e o uppercut (de baixo para cima). Todos esses golpes podem ser utilizados tanto com botões quando com o analógico direito (este último com uma mecânica bem interessante e funcional).
Já nas defesas, temos o apertar de botões de ombro e gatilhos para isso, além das esquivas executadas com o analógico esquerdo. A defesa é simples de fazer, mas é preciso ter cuidado na hora de executar.
O sistema de combate de Undisputed é muito simples, com uma performance incrível do jogo quando utilizado os comandos. A precisão é incrível, com dezenas de lutadores disponíveis com diferentes estilos de combate. Além do seu próprio personagem customizável do modo campanha (falaremos sobre isso daqui a pouco).
Depois que conseguir aprender sobre o sistema do jogo, terá que usar sua própria estratégia para gerenciar a energia e resistência do seu lutador durante a luta. Por exemplo, se defender demais, terá fôlego para o contra-ataque, mas pode perder pontos ou até mesmo sua saúde. Se atacar demais, perderá sua energia e não conseguirá durar os oito rounds.
Além de gerenciar seu próprio personagem, precisa passar por diversos minigames para se recuperar de um nocaute, sendo simples com o movimento de um ou mais cursores entre barras. Porém, é sempre desafiador fazer isso.
Modo carreira: divertido, mas com limitações
O modo carreira de Undisputed oferece diversão, mas com um certo limite. O sistema de criação de personagens é extremamente profundo. Você pode passar um bom tempo para criar seu próprio boxeador. Existe uma vasta variedade de opções, tanto em estilos de luta quanto aparências físicas. Caso você tenha pressa, pode escolher um modelo base para utilizar. No meu caso, escolhi o perfil do lendário boxeador Muhammad Ali.
O começo do modo Carreira é bastante chato, com você precisando preparar seu lutador para os embates mais avançados. Antes disso, o fôlego do pobre coitado não dura nem 4 rounds, tornando tudo mais difícil nas primeiras três horas. Depois disso, você pega o jeito e consegue seguir para os “finalmentes” do modo Carreira em 7 ou 8 horas.
Partidas multiplayer online e offline
Nesta análise, testamos o modo multiplayer de Undisputed apenas localmente. Como o lançamento oficial do game ainda não aconteceu durante nosso gameplay, não conseguimos estabelecer uma batalha online.
Mas em um breve teste, o multiplayer local revelou um grave problema no jogo: não tem balanceamento. Existem lutadores MUITO bons que massacram outros menores. Não é uma questão de habilidade para esquivar: um simples soco de Muhammad Ali pode nocautear a maioria dos personagens de sua categoria. Agora imagine um online com dezenas de Muhammad Ali se enfrentando? Um verdadeiro caos anunciado.
Problemas simples, mas que são graves
Tudo bem, o estúdio Steel City Interactive é novato e tem como seu primeiro grande jogo o Undisputed. Mas algumas escolhas são bastante questionáveis.
Vamos colocar como exemplo os gráficos. Os lutadores são belíssimos, sendo incrivelmente representados com modelos fieis e bem construídos, com elementos como hematomas, sangue e suor como destaques.
O mesmo não podemos dizer dos cenários. Temos pessoas na plateia olhando para o nada, sem qualquer tipo de interação com a luta. Ou então, arenas com poucos elementos gráficos, sendo “pobres” visualmente.
As músicas também são poucas, sendo muito repetitivas. Os sons de golpes e impactos dos punhos são impressionantes, mas os sons emitidos pelos lutadores, plateias e treinadores são bem repetitivos, assim como os comentários dos narradores.
Undisputed tropeça, mas é um primeiro grande passo da Steel City e Deep Silver
Temos em Undisputed uma promissora nova série de boxe no mundo dos games. O realismo do jogo é impressionante, tanto que a diversão fica em segundo lado em questões como balanceamento. Um grave erro que pode ser corrigido em futuras atualizações.
O game precisa de pequenos ajustes, como músicas, sincronização de falas e arrumação dos cenários do jogo.
Caso você seja um amante do boxe profissional, este é seu futuro jogo. Senão, pode esperar um pouco para que os desenvolvedores façam os ajustes necessários.
Undisputed foi jogado no PlayStation 5 por meio de uma cópia antecipada cedida pela Deep Silver. O jogo chega também ao PC e Xbox Series X/S em 11 de outubro.
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