Windblown me pegou desprevenido
Windblown é a nova empreitada da Motion Twin, criadora de Dead Cells. O rogue-lite traz consigo algumas similaridades com o título principal do estúdio, mas também possui algumas novidades que ajudam a diferenciar bastante a jogabilidade e mantém um frescor bem interessante para o gênero.
Passamos algumas boas horas desbravando o Vortex, podemos dizer que o saldo do jogo é extremamente positivo, além de ter o potencial de ser uma aventura completamente viciante até mesmo para os não entusiastas do gênero.
Desbravando o desconhecido
Devo começar esse texto admitindo que eu nunca fui muito fã de rogue-likes, mas desde que esbarrei com Hades em 2020, comecei a ver o gênero com outros olhos e até mesmo dei outra chance para Dead Cells que estava esquecido no meu eterno backlog de jogos que só aumenta conforme o tempo passa.
Dito isso, entrei em Windblown como uma pessoa que já tem uma certa experiência com o gênero, e nos primeiros minutos, eu senti aquela coceira novamente. Aquela mesma maldita coceira que senti quando joguei Hades pela primeira vez. Sei que passarei algumas centenas de horas em Windblown e minhas horas de sono que lutem para se encaixar na minha agenda.
Assim como todo bom rogue-lite, o jogo já te coloca na ação sem explicar muito, com o seu personagem explorando o Vortex e recebendo a sua primeira arma. Peguei o espadão e saí retalhando os inimigos, sabendo que em algum momento eu toparia com a morte e aí a história iria se desenrolar.
Algo bem interessante são das Dádivas, poderes que o jogador consegue ao interagir com heróis caídos do Vortex. Em uma espécie de “encontro do além”, é possível absorver esses poderes e garantir algumas vantagens no confronto. Um deles, por exemplo, faz com que o personagem drible a morte e ressuscite com metade da vida.
De primeira, o combate e a visão isométrica ajudam a distanciar o título de Dead Cells, apesar de ter ainda várias referências ao jogo da Motion Twin. A forma como as armas tem contadores de DPS, a diferença dos equipamentos, existem muitas coisas que ainda são referência em Windblown, e funciona muito bem.
Uma adição bem interessante do jogo, é a possibilidade de combinar ataques entre as armas, fazendo com que o jogador tenha um poder especial para atingir os inimigos. Acertar os Alterataques é questão de costume, e é claro, ter a adição de um sinal enorme indicando a hora de mudar o ataque, ajuda a garantir a animação especial.
Podendo utilizar um dash rápido para se locomover pelo mapa, o jogo na mesma hora fez a minha pupila dilatar e a memória muscular de usar a mecânica em Hades me deixam bem a vontade com o combate, e somente fui parado por uma sequência de mini-chefes para desbloquear uma melhoria para o personagem.
Uma fórmula que funciona muito bem
Depois que acabei morrendo por ser afobado, achando que conseguiria resolver tudo na base da velocidade, fui levado para o The Ark, o hub de Windblown. Lá, existem alguns personagens para interagir, e conforme você for avançando na sua exploração, é possível resgatar outros aventureiros para povoar o local.
Aqui, o jogador pode comprar melhorias, além de ajudar alguns companheiros de “refúgio”, que acabam desbloqueando plantas de armas que você pode encontrar depois de conseguir decodificá-las.
Um rogue-lite multiplayer
A proposta de ser um rogue-lite multiplayer me pegou desprevenido, mas funciona. Ainda mais se você tiver com algum parceiro que traga uma variação de armas diferente da sua, fica tudo mais fácil. Ter um jogador atacando de longe com a besta, enquanto outro, chama a atenção do chefe com o espadão é bem útil.
Apesar do multiplayer funcionar, devo dizer que gosto mais da experiência de jogar de forma solitária, mas talvez eu consiga dar boas risadas com alguns amigos quando estivermos todos desesperados com pouca vida fugindo de um chefe. Com certeza será uma baita aventura.
Em breve em acesso antecipado
Windblown será lançado na Steam em 24 de outubro em acesso antecipado e receberá uma demo a partir do dia 14, indo até o dia 21. Recomendo fortemente se você for fã de rogue-lites, de testar o título. Devo dizer que das horas que estive em contato com o jogo, fui uma aventura extremamente divertida, apesar de estar disponível apenas 2 biomas para testarmos na prévia. A direção de arte utilizada pela Motion Twin também ajuda bastante a trazer carisma para a aventura, e a escolha de usar bichinhos fofinhos em combates mortais também funciona muito bem.
Afinal de contas, nada mais charmoso que um porquinho-da-índia usando um shortinho e prestes a se banhar nas fontes termais para recuperar a vida. Brincadeira à parte, o mundo do Vortex é belíssimo, com algumas paisagens suspensas e locais que fazem com que o jogador se acostume a se movimentar com o dash e transforma a habilidade em algo natural, tornando a sua adaptação para o combate muito mais fluída para aqueles que não são tão experientes com combates assim.
Windblown é uma aventura divertida, muito bem executada e com o feedback da comunidade quanto ao jogo durante o acesso antecipado, o título tem tudo para crescer e garantir um espaço sólido no meio do gênero que já conta com bons nomes e com grande destaque.
Além disso, é bacana ver uma proposta diferente para os rogue-lites, com uma premissa um pouco mais fantástica e sem ser meio sombria ou extremamente épica. Às vezes está tudo bem em só explorar locais que parecem ser fendas dimensionais cheias de monstros antigos e meio tecnológicos.
O saldo de Windblown é extremamente positivo, e mal posso esperar para o acesso antecipado começar e conseguir ver o que a comunidade irá criar com builds para cada tipo de arma, e isso é a principal graça desse tipo de aventura.
Leia mais
- Review | Mortal Kombat 1: Reina o Kaos não justifica o valor cobrado
- Review | God of War Ragnarok no PC é uma ótima alternativa para quem não tem um PS5
- Review | Episódio Aigis: A Resposta encerra Persona 3 Reload com emoção e desafio
A Game Arena tem muito mais conteúdos como este sobre esportes eletrônicos, além de games, filmes, séries e mais. Para ficar ligado sempre que algo novo sair, nos siga em nossas redes sociais: Twitter, YouTube, Instagram, Tik Tok, Facebook e Kwai.