Squirrel With a Gun tem tudo para ser um “novo” Goat Simulator
Devo dizer que desde a premissa de Squirrel With a Gun surgiu, eu fiquei intrigado. Um jogo onde você controla um esquilo solto por aí com uma grande variedade de armas? Incrível. E servindo como um bom “jogo meme”, a aventura do esquilinho que tenta causar o caos para agentes do governo é divertida, mas cai em algumas repetições em um tempo curto de jogatina, que deixa um gostinho de quero mais apesar de tudo.
Em busca das nozes douradas
A premissa do jogo é bem simples. O jogador deve coletar nozes comuns e douradas para liberar armas e até mesmo um pequeno carrinho para se locomover por aí. Cada sessão do mundo aberto do jogo tem pequenas missões diferentes para conseguir a versão dourada da noz, e cabe ao jogador descobrir como resolver os problemas de cada ambiente e conseguir completar os objetivos de cada bioma.
O conceito é bem simples e tem partes de plataformas muito interessantes e que apesar de não serem complexas, você consegue se divertir usando as armas para se movimentar pelo mapa. A submetralhadora faz com que o esquilo flutue no ar, podendo alcançar lugares mais altos, enquanto a 9 mm concede um pulo duplo para o roedor.
A parte de plataforma de Squirrel With a Gun é onde ele brilha mais, e talvez seja o que segure a premissa, além de ser um excelente meme e jogabilidade descompromissada. Entretanto, existem alguns problemas que vão além dos técnicos, que felizmente, não cheguei a ter, mas vi que algumas pessoas sofreram com erros graves durante a metade final do jogo.
Repetição no combate deixa quase tudo protocolar
Com uma premissa tão divertida e até mesmo inovadora, Squirrel With a Gun infelizmente não consegue inovar na questão do combate e das armas que você consegue ao avançar na história. Como o jogo tem uma duração curta, podendo ir até umas 6 horas, algumas repetições ajudam a deixar um clima de estar jogando o mesmo momento em repetição infinita.
Não existe muita variação no combate, com o jogador podendo usar a arma que quiser, atordoar os agentes, usar um golpe especial para finalizá-los, e só. É possível jogar algumas granadas, mas elas são poucas e espalhadas em algumas sessões do mapa, então não é um recurso que você pode utilizar toda hora.
As animações de finalização também não possuem nenhum tipo de variação, deixando bem repetitivo caso você explore bastante e fique matando inimigos para conseguir mais nozes. E acredite, para um jogo que é basicamente caos e combate, isso transformar um pouco da diversão que poderia ter sido, em sequências de trocação de tiro quase que protocolares.
Existem duas lutas contra chefes, e aqui a coisa muda de figura, mas ainda assim, na base da repetição. Nada muito inovador, mas diverte e é um frescor em Squirrel With a Gun ter uma variação no combate armado.
O bullet time é até uma ótima escolha para momentos “de aperto”, até porque a movimentação da arma e a mira não são das melhores, e tudo bem, já que o foco aqui não é trazer um FPS apurado e sim uma forma divertida de acabar com os inimigos.
Antes que digam, é óbvio que eu não esperava um combate digno de Elden Ring ou qualquer jogo da FromSoftware, mas quando você mata uns 15 agentes da mesma forma e sem nenhum tipo de variação, em um jogo de premissa simples, fica repetitivo. Por mais que seja engraçado ver o esquilinho segurando uma pistola maior do que ele, a piada não pode se sustentar só nisso.
Um gostinho de quero mais
A campanha de Squirrel With a Gun é bem curtinha, e dá para ver que poderia ter se estendido um pouco mais, até para ver até onde iria a maluquice de um pequeno roedor trocar tiro com agentes do governo. Sendo um jogo feito por duas pessoas, dá para entender a “falta de braço” para conseguir fazer mais coisas com o título, mas, ao mesmo tempo, se fosse uma aventura linear, ao invés de um pseudo-mundo aberto, talvez as coisas fluíssem de forma melhor, e talvez colocasse um brilho maior nesse título tão inovador, que por falta de pouquíssimos ajustes, poderia ser colocado na mesma prateleira de um Goat Simulator.
Squirrel With a Gun não é ruim, a premissa é engraçada, e muito por isso, adoraria ver uma sequência com mais coisas para fazer, mais variações de animações, mais roupinhas para o esquilo — talvez uma das melhores partes do jogo é ter um esquilo de vestido com um lança-foguetes na mão —, para ver se Squirrel With a Gun consegue atingir o potencial máximo. É um título que fica no “quase lá”, mas ainda assim, esse quase vale muito a pena quando olhamos para uma aventura curta, descompromissada, e que renderá algumas risadas durante a jogatina.
O potencial de Squirrel With a Gun é enorme, e vale muito a pena jogar, nem que seja pelas risadas e depois esquecer que ele existe por um tempo, até surgir uma sequência que traga mais coisas e continue a causar o caos que só um roedor com uma arma pode fazer.
Pode não ser o Game of The Year (GOTY), mas com certeza, é o Meme of The Year. Pode patentear e colocar na premiação Geoff Keighley, depois a gente conversa sobre os royalties.
Squirrel With a Gun foi jogado no PC via Steam por meio de uma cópia cedida pela Maximum Entertainment. O jogo está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.
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