Com toda certeza, Marvel vs Capcom é o maior crossover de todos os tempos entre quadrinhos e games. Na verdade, a parceria entre a gigante dos quadrinhos e a casa do Street Fighter gerou jogos icônicos que divertiram jogadores por anos.
Lembro com entusiasmo quando era uma criança no auge dos meus 10 anos, fascinado quando vi pela primeira vez uma máquina de fliperama de X-Men: Children of Atom, com todas aquelas cores, movimentos e golpes gigantescos no melhor estilo Cavaleiros do Zodíaco (já que não sabia o que realmente era um anime).
Depois, a Capcom investiu em outros jogos da Marvel até chegar ao primeiro grande crossover: X-Men vs Street Fighter. Minha cabeça de pré-adolescente explodiu. Meus personagens favoritos dos quadrinhos e dos games reunidos em um único jogo? A fórmula deu tão certo que o “versus” virou uma franquia marcante da Capcom.
Muitas alegrias e emoções entre fãs e torneios oficiais (como o EVO depois), a franquia entrou em uma pausa após o fracasso retumbante de Marvel vs Capcom Infinite. Para muitos, parecia que o longo embate tinha chegado ao fim. Mas assim como o escudo do Capitão América se ergue com um chamado “Avante, Vingadores!”, eis que a Capcom nos trouxe Marvel vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics.
A volta dos clássicos embates dos fliperamas
Anunciado pela primeira vez em um Nintendo Direct, Marvel vs Capcom Fighting Collection Arcade Classics é uma coletânea de jogos clássicos de luta e beat ‘em up da Capcom, que reúne alguns dos títulos mais icônicos da série. Esta coleção inclui sete jogos, são eles:
- X-Men: Children of the Atom
- Marvel Super Heroes
- X-Men vs. Street Fighter
- Marvel Super Heroes vs. Street Fighter
- Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes
- Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes
- The Punisher
A Capcom nos mandou com antecedência uma cópia para testarmos a coletânea no PC via Steam. Jogamos em primeira mão o título e podemos dizer sem sombra de dúvidas que foi algo incrível e uma verdadeira viagem no túnel do tempo entre os vários clássicos da história dos arcades.
Primeiro, vamos começar falando da apresentação da coletânea. Ao iniciar, temos acesso a um menu simples, mas funcional. Com opções para Jogo Offline, Online, Museu, Prêmios de lutador e Opções Extras. Os nomes são sugestivos e já indicam tudo o que encontraremos.
Durante os testes, focamos nas partidas do modo offline. A Capcom liberou por períodos limitados acesso ao modo online, mas não conseguimos conectar e encontrar partidas. Mas é muito provável que as partidas de multiplayer online estejam disponíveis no lançamento do game.
Caso você queira conhecer a fundo e se interesse por informações sobre a produção, game designer e artes originais, Marvel vs Capcom Fighting Collection oferece centenas de artes oficiais, rascunhos, documentos e esboços para levar qualquer fã a gastar um bom tempo examinando todo conteúdo. Além da “jukebox” do museu com mais de 200 músicas, onde você pode pesquisar com calma todo conteúdo ao som de “I Wanna Take You for a Ride” em looping infinito.
A franquia Marvel vs Capcom revisitada, mas pensada na atualidade
Por mais que muitos falem “Ah, a Capcom não fez mais do que a obrigação, já que jogamos em emuladores por anos”, faço aqui um convite. Experimente o Marvel vs Capcom Fighting Collection. A Capcom fez um trabalho impressionante nesta coletânea, focando na nostalgia e na diversão dos fãs.
Claro, a empresa não é besta e pegou tudo o que foi criado de bom através de anos de emulação. Por exemplo, a coletânea oferece 8 tipos diferentes de filtros, para que o jogador possa escolher aquele que mais o agrada. Também temos recursos como saves rápidos e carregamentos, mas limitados apenas a um jogo por vez, o que pode prejudicar aqueles que desejam parar a jogatina e retornar em outro momento.
Em defesa da Capcom, acredito que a busca com a coletânea foi em recriar o clima de fliperama. Afinal, não temos telas de seleção dentro dos jogos, onde simplesmente escolhemos o que queremos jogar e já somos atirados em uma tela de seleção de personagens.
É tudo muito rápido: basta pegar o controle (ou teclado), escolher o que jogar, selecionar os lutadores e partir para as lutas. Mas os desenvolvedores sabem que, apesar da nostalgia, faz anos que muitos não jogam os games, ou mesmo nunca os experimentaram. Por isso, ela disponibiliza diferentes cards de instruções para gameplay e lista de golpes para os personagens.
O jogador pode escolher se prefere o card desenhado que simula o que estava estampado nas máquinas de fliperama ou se acompanha a versão modernizada da coletânea, que encontra-se localizada para o português para a alegria dos fãs brasileiros.
Para aqueles mais engajados, existe o modo de visualização das hitboxes, que permite um melhor treinamento para saber quais golpes funcionam e em que sentido. Confesso que não sou muito fã, por isso deixei de lado. Caso você seja um marinheiro de primeira viagem ou deseja retornar aos poucos na franquia, existe a opção de ajustar a dificuldade, além de golpes especiais sendo aplicados com apenas um botão.
Os 7 jogos que fizeram história de Marvel vs Capcom
Agora vamos falar de cada game de Marvel vs Capcom Fighting Collection. O primeiro, The Punisher, é um saudoso beat em’ up que nunca viu a luz do dia fora das máquinas de arcade. No controle de Frank Castle ou Nick Fury, você desce a porrada em marginais em busca de justiça. Simples, direto e divertido.
Depois vem X-Men: Children of The Atom, o primeiro grande jogo de luta da Capcom em parceria com a Marvel. Baseado na fase incrível desenhada por Jim Lee, o jogo foi reproduzido de maneira fiel. O mesmo acontece com Marvel Super Heroes, o título seguinte que foca no universo Marvel como um todo. São jogos clássicos com mecânicas próprias da época, mas que envelheceram muito bem e são jogáveis até hoje.
Em X-Men vs Street Fighter é onde vemos quando a febre começou. Ataques especiais de tela cheia, incríveis saltos, sistema de duplas, troca de personagens e muito mais. Uma fórmula que deu certo e seguiu pela série.
Em seguida, temos Marvel Super Heroes vs Street Fighter, que melhora ainda mais o título anterior, adicionando novidades e mecânicas inéditas. Neste título em questão, quero destacar o empenho da Capcom em trazer uma coletânea completa do game.
Com opções de títulos em inglês e japonês, a versão nipônica presente no game traz Norimaro, um personagem baseado em um comediante japonês esquecido por anos devido a questões de direito de imagem. A Capcom foi lá, provavelmente renovou os direitos e pode trazer o personagem, que muitos não conheceram por terem jogado apenas a versão ocidental.
Então, chegamos ao Marvel vs Capcom, o jogo que definiu o título da série. Nele, temos melhorias no sistema de assistentes e na jogabilidade no geral, além de um ensaio para o sistema de times.
Por fim, chegamos a cereja do bolo que é o Marvel vs Capcom 2, o auge da franquia. Aqui temos a definição dos times de 3 lutadores, sistema de assistência melhorado, ataques combinados em trios e uma coletânea de 56 personagens jogáveis, o maior da franquia.
Todos os jogos apresentaram estabilidade nas partidas, sem quedas bruscas de frames ou travamentos. O carregamento sempre ocorreu rapidamente, o que permite partidas rápidas e extremamente divertidas. Fico imaginando como será o online do game após o lançamento oficial.
Não nos decepcione, Capcom.
Marvel vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é um tributo ao legado dos crossovers
A mais nova coletânea da Capcom não reinventa a roda. Ela traz os mesmos jogos que apreciamos no passado, de uma forma bastante fiel. Claro, não temos a preocupação de colocar fichas nem eles tentam emular isso. O objetivo aqui é oferecer diversão revivendo jogos clássicos do passado, com gameplays simples que funcionam até hoje.
A busca por trazer diferentes versões, conteúdos extras e outras melhorias simples mostram que o passado precisa ser respeitado e revivido, para que gerem novos frutos interessantes no futuro. Por isso, dona Capcom, já estou esperando o anúncio do Marvel Vs Capcom 4.
Marvel vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics foi jogado no PC via Steam por meio de uma cópia antecipada cedida pela Capcom. O game será lançado em 12 de setembro também para PlayStation 4 e Nintendo Switch, e para Xbox One em 2025.
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