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Sky Oceans: Wings for Hire
Análise Game Arena
Imagem: PQube / Reprodução

Review | Sky Oceans: Wings for Hire é um verdadeiro potencial desperdiçado

Com uma proposta interessante, Sky Oceans não conseguiu decolar como deveria

Octavio Ferreira •
14/10/2024 às 20h00, atualizado há 2 meses
Tempo de leitura: 10 minutos

Quando a PQube e a Octeto Studios anunciaram Sky Oceans: Wings for Hire, meu coração deu uma pequena requentada com o trailer de divulgação e a sinopse inicial. Primeiro por prometer ser um “sucessor espiritual” do clássico Skies of Arcadia, que tanto sucesso fez no passado e é comentado até hoje. De fato, nunca joguei o título, mas vontade nunca faltou.

Com um trailer lindo, vemos personagens com um visual cartoon/anime como piratas do ar, lutando contra a opressão de forças militares corruptas. Tudo isso enquanto exploramos ilhas flutuantes e participamos de batalhas de turnos a bordo de aviões únicos e de com um design bastante característico.

Eis que o jogo foi lançado e o recebemos para realizar a gameplay. Infelizmente, fui do céu ao inferno durante as mais de 15 horas de jogo (que pareceram bem mais). Com um potencial vasto igual ao Céu Azul da Liberdade, vemos Sky Oceans: Wings for Hire mergulhar em uma espiral para o esquecimento.

Sky Oceans
Imagem: PQube / Reprodução

A jornada de Glenn que poderia ser memorável, mas não foi

Começamos nossa jornada conhecendo Glenn Windwalker, nosso jovem protagonista que estuda para se tornar um piloto de combate e proteger as pessoas de sua terra natal. Uma função desempenhada por seu pai, que morreu em condições misteriosas.

Ao lado de seus amigos de vila e outros companheiros, temos a típica jornada do herói de JRPG, que reúne seu grupo e precisa derrubar um Império / Organização opressora. Tudo bem, é um clichê básico e reaproveitado tantas vezes.

Mas é uma boa história! Como um jogo indie, temos algo simples, com personagens igualmente simples, mas carismáticos e com visuais únicos. Os vilões são interessantes, com pequenas motivações que te levam a querer continuar a história (apesar dos pesares que abordaremos mais adiante).

SKy Oceans
Imagem: PQube / Reprodução

O design de personagens, veículos e  equipamentos é um show à parte dentro do game. Um trabalho bem executado, que mostra que a equipe estava empenhada em entregar algo visualmente agradável.

Certo, não temos gráficos top de linha, já que a proposta é emular os clássicos do passado como o próprio Skies of Arcadia. Entretanto, estamos em 2024. Bugs de câmeras e controles são frequentes em Sky Oceans.

Pane no sistema, alguém me desconfigurou

De cara, encontramos o primeiro grande problema do jogo: a câmera

No tutorial, o jogador percebe que terá que se guiar pelos marcadores de objetivos na tela, já que os cenários possuem diversas barreiras invisíveis sem qualquer motivo aparente. Fora problemas de câmera, onde não conseguimos focar em um ou outro caminho correto para seguir.

Por horas, tudo o que fiz foi me guiar pelos marcadores. Era a forma mais segura de seguir do ponto A ao B em diversos cenários do jogo.

Eu joguei na versão de PC para Steam via controle. Controlada com o analógico direito, a câmera é muito sensível. Com um simples toque, a visão de Glenn vai para o topo da tela. Sabe quando controlamos a visão de um personagem com mouse e empurramos rápido demais para o lado, desregulando a visão?

Sky Oceans: Wings for Hire
Imagem: PQube / Reprodução

É a mesma coisa em Sky Oceans. O jogador fica até tenso ao usar o analógico para mover a câmera rápido demais e se perder.

O segundo grande problema é o som. Os efeitos sonoros por vezes surgem deslocados, com atrasos. Às vezes temos uma explosão e o som surge segundos depois. E isso só piora ao longo do tempo.

Por fim, temos um terceiro problema de Sky Oceans, que merece um tópico à parte logo abaixo.

Superman 64, é você?

Os mais velhos ou até mesmo entusiastas de jogos antigos com certeza vão lembrar de Superman 64, o infame jogo do herói da DC para o Nintendo 64. 

Para aqueles que lembram, o game é conhecido por não ter bons controles, sendo extremamente difícil controlar o Superman durante o voo. Além disso, durante a navegação pelos céus, Ka-el precisa superar “desafios” como passar por argolas e explorar cenários nebulosos (que escondem a baixa resolução e elaboração dos cenários). Pois bem, parece até que a homenagem que Sky Oceans tenta prestar é para Superman 64 e não o Skies of Arcadia.

Me senti deslocado novamente para o final dos anos 90. Sky Oceans é um jogo onde somos piratas do ar, voamos por diversas ilhas, enfrentando monstros e outros aviões. O problema é que precisamos recolher itens na navegação com os aviões e ainda atirar nos inimigos para diminuir a barra de vida antes do combate em turnos. Muito trabalho para poucas vantagens em combate.

O game se vende como um jogo de exploração aérea com elementos de JRPG, mas nenhum deles se aplica direito. Os ambientes são vazios, com poucos elementos chamativos, mas cercados de inimigos para batalhar. Para ter uma chance remota, o jogador pode tentar atirar nos inimigos no cenário, mas a movimentação da câmera e tiros não ajudam em nada no feito.

É um verdadeiro tormento em Sky Oceans navegar pelos céus nas explorações do ar, com ilhas voadoras repletas de neblinas sem sentido e controles péssimos, além de inimigos que não perdoam nos combates.

Combates em turnos divertem, mas é preciso atenção

O combate de Sky Oceans, apesar de realizado com aviões, é feito em batalhas de turnos. É simples, mas funcional. Escolhemos as habilidades, ataques e uso de equipamentos durante os conflitos. Porém, a dificuldade do game é extremamente alta, com condições de acerto e erro muito parecidas com um game XCOM, mas com aumentos ou diminuição de porcentagem sem motivos aparentes.

Sky Oceans
Imagem: Sky Oceans PQube / Reprodução

É divertido, mas para que você tenha alguma chance de vida (ou não depender da aleatoriedade dos acertos), você precisa “upar” bastante as aeronaves. Mas é MUITO mesmo. Eu diria que mais da metade do tempo total de jogo foi utilizado para batalhar, acumular XP e enfrentar os chefes de missões que são extremamente difíceis.

Um verdadeiro tormento jogar Sky Oceans do jeito que está agora. As horas que gastei em combates para acumular experiência e as poucas cenas de história interessantes eram os alívios para uma navegação chata e entediante pelos céus.

Vamos torcer para que uma futura atualização melhore o que encontramos. Principalmente nas questões de câmera e controles. Mas eu não espero por milagres.

Um verdadeiro potencial desperdiçado em Sky Oceans: Wings for Hire

Por mais clichê que possa parecer, o que te prende mesmo ao jogo é a história. Queremos saber mais sobre o protagonista Glenn e o passado de sua família. O que a Organização Secreta da vez deseja tanto com os Windwalker? Nossos personagens coadjuvantes vão sobreviver a verdadeira guerra dos céus, já que o protagonista nunca morre?

Sky Oceans traz um mundo com possibilidades de exploração (apesar dos elementos pobres de maneira visual) e um combate em turnos até simples e divertido, apesar de extremamente difícil e repetitivo.

Porém, os problemas de Sky Oceans com a câmera e controles prejudicam bastante boa parte da experiência em exploração de mundo. Os visuais empobrecidos e elementos repetitivos na navegação com aviões torna tudo ainda mais entediante, com você fazendo de tudo para partir logo aos combates e tentar diminuir ao máximo a exploração dos cenários. Um verdadeiro potencial desperdiçado. Vamos torcer para que a Octeto Studios acerte na próxima vez.

Sky Oceans: Wings for Hire

Sky Oceans: Wings for Hire foi analisado no PC (via Steam) por meio de uma cópia antecipada cedida pela PQube. O game está disponível também para Nintendo Switch, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

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