Atmosfera clássica dos anos 1990 brilha em Fear the Spotlight
A primeira aventura da Blumhouse Games, famosa produtora de filmes de terror, no mundo dos jogos começa com Fear the Spotlight, uma história macabra sobre um terrível acidente em uma escola.
E depois de passar cerca de três horas desvendando os mistérios de Sunnyside High (pois, sim, o jogo é bem curtinho), chegou o momento de trazer meu veredito para o game.
Uma porta de entrada ao terror como um bom filme dos anos 1990
Fear the Spotlight conta a história de duas amigas, uma nerd e outra gótica, que se esgueiram para a escola fora do horário de aula em busca de diversão com nada menos do que um tabuleiro ouija (nada pode dar errado, não é mesmo?).
Uma vez lá, Vivian e Amy preparam toda a sessão na biblioteca de Sunnyside High, mas, quando algo inevitavelmente dá terrivelmente errado (olha só, não é que deu?!), cabe à tímida protagonista procurar por sua amiga desaparecida.
Vivian acorda em uma versão completamente macabra da própria escola, mais especificamente no ano de 1991, quando um incêndio catastrófico acabou causando algumas mortes no local.
A história é muito mal contada, e vamos descobrindo ao lado de Vivian as verdades sinistras que se escondem em Sunnyside High, em um roteiro que realmente se desenrola como um filme de terror dos anos 1990.
Um gameplay divertidamente assustador e instigante
Com a base da trama estabelecida, precisamos navegar pelo passado de Sunnyside High, resolvendo quebra-cabeças cada vez mais elaborados para avançar na busca por Amy. Esse ciclo que se repete a cada novo enigma é o ponto mais alto de Fear the Spotlight, oferecendo desafios muito inteligentes, e ao mesmo tempo intuitivos, para o jogador.
O problema é que, além de ter que batalhar contra a lógica dos enigmas, Vivian também precisa superar os percaussos impostos pela criatura que faz parte do nome do jogo. Uma entidade chamada Holofote (ou Spotlight, no inglês), atormenta a protagonista em diversos momentos, a fazendo fugir do feixe de luz que emite da própria cabeça.
Sempre que a criatura aparecia, o tom de angústia para encontrar uma maneira de desviar do feixe de luz para prosseguir aumentava. O ar sobrenatural ganhava ainda mais contornos com a presença de criaturas sombrias (que pareciam as próprias crianças que morreram no incêndio da escola), que apareciam em pequenos “jump scares” pelos cenários.
Uma boa história contada do jeito errado
Ao longo da aventura, Vivian vai coletando certos itens que a permitem resolver os tais quebra-cabeças, mas também encontra as respostas para as perguntas insidiosas que vão sendo despejadas no jogador na forma de relatos de ex-alunos e professores da escola.
Esse formato de exposição, inclusive, não me agradou muito. Trechos de diários e documentos aparentemente oficiais são espalhados pela escola, nos mais diversos lugares, e na grande maioria das vezes, não faz o menor sentido estarem ali.
Gostaria que a dupla de desenvolvedores do estúdio Cozy Game Pals tivesse escolhido uma outra solução para contar a história.
Conclusão e nota de Fear the Spotlight
Com um charme característico dos anos 1990, Fear the Spotlight é uma sólida entrada da Blumhouse no mundo dos games. Com uma ambientação fantasmagórica e uma história instigante, o game supera o tropeço na execução do storytelling para ser muito divertido.
Fear the Spotlight foi jogado no PC (via Steam) através de uma chave cedida antes do lançamento pela Blumhouse Games. O jogo tem lançamento previsto para 22 de outubro, também para Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox Series X|S e PlayStation 5.
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