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GET Rio: a experiência da imprensa no evento
Counter-Strike 2
GET Rio: a experiência da imprensa no evento

GET Rio: a experiência da imprensa no evento

A imprensa foi mais uma ala de profissionais que sofreu com descaso no GET Rio.

Jairo "Foxer" Junior •
23/04/2024 às 14h09, atualizado há 8 meses
Tempo de leitura: 6 minutos

Profissionais de todos os tipo encontraram sérias dificuldades para trabalhar no GET Rio 2024 de Counter-Strike 2 (CS2). Para a imprensa, não foi nada diferente. Nesta matéria faremos um pouco diferente do habitual e relataremos um pouco do que os profissionais de jornalismo passaram por lá.

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Primeiro dia de GET Rio

No primeiro dia, diversos problemas foram comunicados à imprensa quase que ao mesmo tempo. A começar pela espera do lado de fora do evento, com pelo menos cinco profissionais na porta, por mais de duas horas, aguardando por credenciais.

Quando finalmente entramos no evento, a primeira notícia dada é de que não havia uma sala de imprensa. Este problema, inclusive, se estendeu durante o dia inteiro. Parte da imprensa ficou alocada na arquibancada, com notebooks no colo, sem tomada e com equipamentos de alto valor sem um mínimo de segurança.

Do meio para o final do primeiro dia, a imprensa foi acomodada em um auditório, o qual tinha apenas cadeiras e um número bem limitado de tomadas, no chão, mais uma vez com sérios riscos de equipamentos caríssimos serem pisoteados ou derrubados por pessoas desavisadas que passavam por lá.

Seja dentro ou fora do auditório, a imprensa não teve acesso á internet durante todo o dia de abertura. A mesma que, segundo o comitê organizador da CBGE informou ao governo, foram gastos mais de R$ 300 mil. Tudo isso apenas em internet, que no primeiro dia não existia.

No caso da Game Arena, a solução foi acionar o transporte de aplicativo para ir até onde estávamos hospedados, upar os arquivos de lá e voltar ao evento.

Para explicar melhor esta parte ao público, a necessidade de existir uma sala de imprensa não é para que a imprensa fique por lá como um lounge. Ela é necessária para o trabalho. A imprensa precisa no mínimo de tomadas para ligar e carregar equipamentos durante o dia e de internet para escrever as matérias e upar vídeos de entrevista.

A sala de imprensa do GET Rio

No segundo dia, após algumas horas do início, enfim havia uma sala de imprensa. Agora com cadeiras, mesas e tomadas. A internet, entretanto, caía recorrentemente e assim seguia por longos períodos.

Na maioria dos eventos, é de praxe que a imprensa receba algum tipo de alimento e bebida na sala. Não é algo obrigatório, mas que se costuma fazer. Entretanto, enquanto no primeiro dia nada foi oferecido, no segundo haviam águas deixadas no chão, com alto risco de contaminação. Não houve um mínimo de cuidado para deixá-las nas mesas.

Durante o resto de todo o evento, era normal faltar água. Em alguns raríssimos momentos, a imprensa enfim teve acesso a salgadinhos e energéticos – que não é obrigação do evento, apenas fica o relato.

Quanto à internet, a partir do terceiro dia ficou mais estável e possível de ser utilizada para trabalhar.

As águas destinadas à imprensa deixadas no chão.

Horários fora do normal no GET Rio

Outro problema do GET Rio que também afetou toda a imprensa e demais profissionais, foram os horários. Em dias “normais”, eram cerca de 14 a 15 horas de trabalho in loco. No dia mais anormal, o evento começou entre 9h30 e 10h e foi até mais do que 4h da manhã.

No Twitter (X), membros da staff do evento afirmaram que dormiram apenas 24 horas somadas, em sete dias. São pouco mais de três horas por noite.

No último dia, o evento foi aberto com telões desligados por falta de pagamento aos fornecedores.

Funcionários GET Rio

O primeiro problema que foi notado pela imprensa no GET Rio, em relação à funcionários, era de que apenas uma profissional de assessoria de imprensa foi designada para cuidar de dezenas de profissionais.

Sozinha, a profissional tinha que ouvir as demandas da imprensa, buscar respostas internas e trazê-las, trazer times do palco para entrevistas, acompanhar entrevistas simultâneas e ainda tentar minimizar os problemas da sala de imprensa, citados acima.

Este acúmulo de funções, pareceu algo recorrente durante todo o evento, em diversas áreas atuantes.

Não à toa, nos deparamos com algo no GET Rio que nunca vimos antes: funcionários aos prantos nos bastidores, afirmando que nunca foram tão desrespeitados em suas longas carreiras.

Chegou um momento em que funcionários foram à imprensa “pedir socorro”. Para que fosse exposto ao público o que estava acontecendo nesses quatro dias.

Rafa Arnoldi, que atuou inicialmente como Player Manager e depois acumulou funções, falou publicamente sobre o que passou no evento. Nos comentários, jogadores, jogadoras e Managers agradeceram à staff e reconheceram o quanto todos trabalharam por lá.

Esta matéria pode ser considerada uma certa “quebra de protocolo”. Afinal, imprensa não deve virar notícia.

No entanto, diante do que foi vivido nesses dias, pedimos aqui essa licença ao público e aos nossos colegas, para relatar a falta de profissionalismo e o mínimo de consideração que estes profissionais sofrem e sofreram, sem falar uma palavra sobre.

Eventos, todos tem problemas. Mas da forma como foi o GET Rio, raras vezes aconteceram.


Confira também nossos vídeos. Neste aqui conversamos com yungher, campeã do GET Rio feminino:

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