Análise

Review | Paper Mario: The Thousand-Year Door é divertido, mas precisa ser rápido

Paper Mario: The Thousand-Year Door é um pouco repetitivo, mas acaba no momento certo e torna a aventura algo incrível

Paper Mario The Thousand-Year Door

Imagem / Divulgação: Nintendo

Apesar de ser um fã da Nintendo por muitos anos, nunca fui muito entusiasta com a franquia Paper Mario. O único que realmente joguei foi Paper Mario Sticker Star do Nintendo 3DS, o qual peguei o cartucho emprestado com um amigo.

Mas durante a minha vida “gamer”, vi muitas pessoas idolatrarem diversos títulos da série, entre eles o Paper Mario: The Thousand-Year Door para GameCube. Os fãs apontaram vários motivos para isso, mas nunca cheguei a pesquisar muito sobre o assunto.

Eis que, para a surpresa de algumas poucas pessoas, a Nintendo anuncia um remaster do game para o atual console de sucesso: o Switch. Caso você queira presenciar o amor dos fãs com o anúncio, o Youtube está recheado de vídeos de react com pessoas gritando e até arrancando a camisa com a revelação.

Eis que a Nintendo enviou para a Game Arena uma cópia do jogo para fazermos uma análise. Foi encarregado da tarefa e já deixo claro que NÃO joguei a versão original do Gamecube, logo estou tratando este título com algo novo.

Posso apontar algumas das melhorias que presenciei, mas isso ficará em segundo plano. Terei um foco  maior na jogabilidade, diversão, desafios e elementos gerais que o definem como um RPG

Uma aventura dobrável em turnos do Mario

Já podemos deixar claro aqui que Paper Mario: The Thousand-Year Door RPG com combate por turnos, assim como Sticker Mario e vários outros da franquia. 

Mas vamos esquecer aquela obrigatoriedade de seguir batalhando nos encontros aleatórios ou buscar aumentar o nível dos seus personagens através do “grinding”. O foco principal do jogo é contar uma história, com elementos além do combate como exploração, missões especiais e muitos quebra-cabeças elaborados (mas alguns bem bobinhos).

Assim como em Sticker Star, o combate possui elementos em turnos possui elementos que vão além das simples escolhas dos menus. Temos várias ações onde, além de escolher o golpe ou habilidade que usar, precisamos apertar botões no momento certo para causar danos maiores aos adversários. 

Mas não se engane pensando que isso é algo muito complexo. O combate em Paper Mario: The Thousand-Year Door é bem simples, lento e até fácil. Com menos de 1 hora, você já está acostumado com tudo e muitas vezes as ações em combates seguem de um modo quase automático em sua mente.

Paper Mario The Thousand-Year Door
Imagem / Divulgação: Nintendo

E mesmo que você esteja, de alguma forma, perdido no jogo, temos uma guia para falar tudo o que precisamos fazer: a Goomarina. Seja em combates ou fora do campo, a simpática Gooma dirá tudo o que você precisa, além de dar dicas do que precisa ser feito. 

Os personagens que compõem seu time possuem habilidades únicas, geralmente ativadas com FP (flower points). Como são limitados, o jogador precisa tomar cuidado para não usar todos os pontos na empolgação dos combates ou para agilizar todo o processo.

Falando em agilizar, o game possui um ritmo bem lento que pode espantar alguns jogadores, em especial aqueles que já não são tão fãs de combates em turnos.

Paper Mario The Thousand-Year Door
Imagem / Divulgação: Nintendo

Entretanto, a lentidão se faz necessária por várias vezes para que o jogador observe tudo ao seu redor nos combates. Por exemplo, as batalhas acontecem em um palco com decoração. Caso realizemos ataques fortes, é possível interagir com o cenário e fazê-lo cair nos inimigos. Algo divertido e prático, mas nada tão grandioso.

O game segue o típico padrão de RPGs de turno, com opções de ataques normais, habilidades especiais de proteção, buff e debuff, além do uso de uma vasta variedade de itens. Tudo isso é somado com a mecânica comum aos jogos baseados em RPG como Super Mario RPG que usa o apertar de botões em momentos certos para aumentar ou diminuir o resultado final de cada uma das habilidades ou itens utilizados.

Paper Mario: The Thousand-Year Door, como o nome sugere, tem seu protagonista central

Como o próprio nome sugere, o protagonista é o Mario. Ao subir de nível, o jogador escolhe qual atributo deseja aumentar. Ao ganhar Starpoints em batalhas, o protagonista consegue subir de nível e escolher se pretende aprimorar a vida, mana ou habilidade.

Caso você deseje “upar”, o recomendado é que você navegue pelo mapa de Rogueport (cenário) do jogo várias vezes para batalhar contra inimigos. Mas não algo realmente necessário.

Conforme anunciado pela Nintendo (e agora sei após jogar o Remake), a nova versão de  Paper Mario: The Thousand-Year Door possui um novo sistema de viagem rápida. Agora, podemos acessar várias áreas através de canos, sem a necessidade do “vai e vem” dos jogos mais antigos.

Paper Mario The Thousand-Year Door
Imagem / Divulgação: Nintendo

A exploração neste RPG é divertida, até um certo ponto. O jogo não possui áreas muito abertas, onde o jogador precisa ficar atento aos elementos ao redor. Muito atento, por sinal, já que estamos jogando em um mundo de papel.

Assim, os quebra-cabeças do jogo estão ligados a elementos de papel dignos dos melhores trabalhos escolares. Assim, precisamos visualizar uma parede de um jeito mais elaborado, vendo-a como uma folha de papel para achar um baú ou chave. Também podemos fazer uma dobra em algum ponto ou usar colar.

O game permite ao jogador “mergulhar na brincadeira”. Mas assim como tudo, algo feito em excesso pode acabar cansando.

As mesmas formas de navegação, as mesmas batalhas, os inimigos com mesmos padrões de ataque chegam a cansar depois de um tempo. Com sorte, Paper Mario: The Thousand-Year Door é um RPG curto, levando em média 30 horas para ser finalizado.

O jogo também é recheado de personagens interessantes, fora o Mario. Mas tudo nele é focado no protagonista, sem grandes espaços para o desenvolvimento de outros personagens. Assim, temos figuras ilustres e marcantes como a própria Goomarina, mas pouco exploradas.

Paper Mario The Thousand-Year Door
Imagem / Divulgação: Nintendo

Mesmo com o tempo reduzido, existem recursos em jogos atuais (a exemplo de batalhas automáticas) que poderiam reduzir bastante o tempo de jogo e agradar uma certa fatia de jogadores.

Mas os desenvolvedores optaram por seguir pelo caminho seguro do remaster, continuando com batalhas mais lentas e diálogos arrastados com aqueles sons ligeiramente irritantes de “bips” durante os diálogos.

Em um RPG, isso chega a estressar bastante. Por sorte, o jogo é curto para os padrões normais do gênero.

Leia mais

Mesmo com ligeiros defeitos, Paper Mario: The Thousand-Year Door é um excelente game. 

Por fim, Paper Mario: The Thousand-Year Door é um excelente remake no quesito visual. Ele é um jogo lento para os padrões modernos, com falta de recursos de “melhoria de vida” que deixaram a aventura um pouco mais agradável (e rápida). 

A repetição em  diversos elementos dentro do jogo, como inimigos, desafios e combates deixam a viagem pelo reino de papel um pouco mais chata. Um dos grandes atrativos do jogo é realmente a resolução dos quebra-cabeças e exploração de cenários, que contam com algumas novidades interessantes em relação a versão original do Gamecube.

Ou seja, como um “marinheiro de primeira viagem”, posso dizer que fiquei surpreso com a criatividade em Paper Mario: The Thousand-Year Door, mas sem realmente saber julgar o que foi mudado ou não em relação a versão original. 

Uma das maiores vantagens do game é ele ser curto (para padrões de RPGs), o que o torna um pouco mais divertido.

Paper Mario The Thousand-Year Door

*Review realizado com cópia fornecida pela Nintendo
** As imagens utilizadas são de propriedade da Nintendo


Game Arena tem muito mais conteúdos como este sobre esportes eletrônicos, além de games, filmes, séries e mais. Para ficar ligado sempre que algo novo sair, nos siga em nossas redes sociais: TwitterYouTubeInstagramTik TokFacebook Kwai.

COMPARTILHE

Bombando em Análise Game Arena

1

Análise Game Arena

Review | Antstream Arcade: a nostalgia dos arcades em streaming

2

Análise Game Arena

Review | Morbid The Lords of Ire: não basta ser soulslike para ser bom

3

Análise Game Arena

Review | XDefiant: um rival para Call of Duty, mas não agora

4

Análise Game Arena

Review | Killer Klowns From Outer Space: The Game — já vi esse filme antes

5

Análise Game Arena

System Shock review: faltou um choque de realidade