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Killing Time: Resurrected
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Imagem: Nighdive / Reprodução

Review | Killing Time: Resurrected prova que o 'trash' do passado pode ser divertido

Em época de Halloween, Killing Time: Resurrected chega trazendo uma história brega, mas divertida

Octavio Ferreira •
01/11/2024 às 20h00, atualizado há 2 meses
Tempo de leitura: 9 minutos

Lançado originalmente em 1995 para o console 3DO, Killing Time trazia uma estranha mistura de first person shooter (FPS) com terror que o público conhecia graças a DOOM, mas com outros elementos sensação na época. Um deles eram os vídeos e filmes renderizados, popularizados graças à ascensão das mídias em CD.

Infelizmente, assim como o próprio 3DO, ele passou despercebido pela maioria dos jogadores da época. Eu mesmo só descobri a existência do game agora, quando recebi a tarefa de produzir este review.

Depois de uma boa navegação pelo Google e mais pesquisas, conheci todo o histórico do game e parti para desbravar Killing Time: Resurrected, a versão remasterizada do game. E o quão boa foi minha surpresa quando, apesar de conteúdos datados, consegui me divertir muito durante minhas seis horas de gameplay.

Estudando o sobrenatural e o passado com uma escopeta na mão

No game, o jogador assume o papel de um estudante de história egípcia que segue o rastro de um artefato perdido. Isso o leva até uma mansão mal-assombrada repleta de zumbis, monstros e criaturas do mal. Muitas absurdas, a exemplo de palhaços assassinos de filmes tipo B ou um pato-zumbi assassino.

Mesmo no bizarro, a história de Killing Time é interessante. A mansão assombrada era de Tess Conway, uma socialite rica que sumiu no início dos anos 1930, em plena era da Lei Seca dos Estados Unidos. Por um simples capricho, ela roubou um artefato antigo e fez um ritual errôneo, transformando todos na casa, inclusive dezenas de convidados em uma festa, em monstros e zumbis.

Agora, cabe ao jogador a missão de desvendar o mistério do artefato perdido, sair da casa e livrar as dezenas de almas presas ali da danação eterna. Pronto, aqui temos o enredo de Killing Time. E é só o que teremos.

Killing Time: Resurrected
Imagem: Nightdive / Captura

O jogo foi uma sensação na época por trazer essa história contada em pequenos filmes reproduzidos na forma de espectros do passado em meio aos cenários 3D. Nada de CGI, são atores reais interpretando personagens, provavelmente em fundos verdes esquisitos. Não são atuações dignas de Oscar, mas divertem se você levar na brincadeira de um filme de terror trash.

Me vi fascinado tentando juntar os elementos da história de Tess e as demais pessoas presas na maldição. Ao total, o jogo traz quase 1 hora de gravações, quase sendo um interessante especial de TV dos anos 90.

E a jornada até o fim levou cerca de 6 horas, então posso dizer que foi até rápido o game. Claro, eu explorei a mansão de ponta a ponta, então os mais apressados podem finalizar Killing Time em menos tempo do que eu.

Sobrevivendo ao terror trash

Como um bom jogo de tiro noventista, precisamos seguir por labirintos 3D enquanto matamos hordas de monstros e zumbis. Para os padrões realista da época, o jogo pode até parecer estranho. Afinal, quem guarda 8 caixas de balas de escopeta em uma cozinha?

Mas o jogo não foi feito para pensar muito, e sim nos divertir. Mesmo com os excessos, a exemplo de mais de 80 jardineiros zumbis em uma mansão (sério, que casa é essa com tanta gente no jardim?), o prazer em destruir cada um deles é sentido a cada disparo de arma de fogo. 

A mansão é construída como um verdadeiro labirinto, com diversas armadilhas e monstros pelo cenário. Killing Time: Resurrected oferece alguns puzzles simples, que são mais desafiadores pela necessidade de percorrer cenários e derrotar monstros e zumbis.

Killing Time: Resurrected
Imagem: Nightdive / Captura

Assim como os jogos do gênero da época, o desafio está em derrotar os inimigos usando a menor quantidade de balas possíveis. Mas com a quantidade absurda de munição presente na mansão, isso não é muito complicado. E caso ainda esteja difícil, Killing Time: Resurrected oferece 6 opções de dificuldade, tornando a jornada bastante acessível para todos.

Um filme, digo, jogo que abraça o bizarro e trash

Killing Time em nenhum momento se leva a sério. Ele é realmente é um jogo com pegada de filme de terror tipo B. São soluções mirabolantes, monstros malucos, uma dama (em espírito) recitando monólogos sobre o sofrimento da vida eterna.

O estúdio Nightdive, responsável pela remasterização, lançou o game na época de Halloween, um momento interessante e até propício. Você pode até levar um susto aqui e ali, mas a diversão mesmo está em acompanhar o bizarro e o tosco.

Killing Time: Resurrected
Imagem: Nightdive / Captura

Aqui temos um verdadeiro remaster. Diversos elementos foram melhorados, mas os desenvolvedores decidiram manter boa parte das características originais na nova versão. Vários objetos no cenário são figuras simples que, quando passamos por trás, vemos que na verdade são figuras bidimensionais.

Os mais “novinhos” podem até falar que isso é “cringe”, mas Killing Time: Resurrected busca reviver o período (agora nostálgico) dos FPS noventistas. Claro, o estúdio Nightdive não iria deixar o que não prestava e fez melhorias nas resoluções além de mudanças nos controles para se parecer mais com jogos de tiro modernos. 

As filmagens dos atores reais também foram remasterizadas, claramente trazendo uma qualidade muito superior às versões originais. Mas estamos falando de um remaster, então nada melhor do que trazer extras divertidos.

Killing Time: Resurrected
Imagem: Nightdive / Reprodução

Killing Time: Resurrection traz alguns extras interessantes para os jogadores, a exemplo de um making off, cenas de bastidores e detalhes sobre o que foi mudado na remasterização. Caso queira conferir mais, a página de Steam do game oferece vários vídeos com imagens interessantes do game.

Killing Time: Resurrected é uma divertida volta ao passado

Hoje, posso até entender os motivos que levaram Killing Time a ser esquecido no passado junto com o 3DO. Por mais que eu tenha me divertido na época, o jogo peca pela repetição e cenários às vezes espaçados demais (sério, uma cozinha com 7 pavimentos?).

Com certeza, ele não é o melhor produto de sua época, mas merecia um maior reconhecimento. Um verdadeiro fã de games pode experimentar Resurrected como uma visita ao museu, onde podemos ver como tudo era feito na época, ou então relembrar tempos inusitados que não voltam mais.

Nota de Review do Game Arena para Killing Time: Resurrected

A nova versão do game vale a pena pela nostalgia histórica e não tanto assim pelo gameplay. Mas é aquilo, quem não curte algo brega do passado, que atire a primeira pedra!

Killing Time: Resurrected foi jogado no PC (via Steam) por meio de uma cópia cedida pelo Nightdive Studios e Ziggurat. O game também está disponível para Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox Series X/S e PlayStation 5.

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