Transição para o PS3 complicou as coisas no Japão
Em entrevista ao IGN Japão durante a Gamescom Asia, o ex-chefe da PlayStation, Shawn Layden, discutiu as dificuldades enfrentadas pelos estúdios japoneses desde o lançamento do PlayStation 3. Ele destacou que, embora os desenvolvedores japoneses tivessem muito sucesso nas eras do PlayStation 1 e 2, a chegada do PS3 representou um desafio técnico que muitos estúdios ainda lutam para superar.
Layden explicou que, nas gerações anteriores, os estúdios japoneses conseguiram traduzir com sucesso suas experiências com jogos de arcade para os consoles domésticos. “Eles basicamente pegaram sua experiência no mercado de arcade e traduziram para o lar. Esse era o ponto de venda. PlayStation 1, Ridge Racer na sua casa, Tekken na sua casa. Mas o jeito de desenvolver uma experiência de arcade é completamente diferente de como você desenvolve uma experiência de console”, afirmou.
No entanto, Layden comentou que a transição para o PS3, com seu processador Cell, representou um grande obstáculo. “Quando chegamos ao PS3, com o processador Cell, como se programa para isso? Não era mais uma experiência de arcade aprimorada, mas sim uma experiência de PC de alto nível que você oferecia em casa. E acho que foi aí que muitos desenvolvedores japoneses se desconectaram”, disse ele. Segundo Layden, desde então, esses estúdios “têm lutado para tentar voltar ao topo do topo do Olimpo.”
Ele elogiou a Capcom por enfrentar o problema de maneira direta, além de destacar que a Sega está em um bom lugar. Sobre outras empresas, ele comentou que “A Bandai Namco ainda precisa se reestruturar. A Koei Tecmo tem seu mercado e parece feliz com isso… E quantas versões diferentes de Final Fantasy 7 já foram feitas?! A Square Enix, ao abandonar suas ambições de desenvolvedora/publisher no exterior e focar em suas raízes, fez um bom movimento.”
Layden também mencionou o fechamento do Japan Studio, dizendo que “não foi necessariamente uma surpresa” dado que o estúdio não produziu um grande sucesso por algum tempo. No entanto, ele acrescentou uma observação otimista: “Talvez seja isso que o Team Asobi representa. É como podar um bonsai, certo? Você corta até o núcleo e vê se consegue crescer de novo.”
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Com informações de: The Gamer