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Joias Perdidas: Mega Man Legends/64

Joias Perdidas: Mega Man Legends/64

Mega Man Legends é um RPG bem feito, mesmo que não seja um clássico! Mega Man é uma das franquias mais conhecidas da história. Isso ninguém precisa debater. O Blue Bomber está presente em diversas mídias, indo desde os desenhos animados de qualidade duvidosa nos anos 90, até as participações em Marvel vs. Capcom, passando pela série X - na minha opinião, a melhor -, pela Battle Network e muito mais.

Redação Games •
10/04/2023 às 23h00, atualizado há 2 anos
Tempo de leitura: 6 minutos

Mega Man Legends é um RPG bem feito, mesmo que não seja um clássico!

Mega Man é uma das franquias mais conhecidas da história. Isso ninguém precisa debater. O Blue Bomber está presente em diversas mídias, indo desde os desenhos animados de qualidade duvidosa nos anos 90, até as participações em Marvel vs. Capcom, passando pela série X – na minha opinião, a melhor -, pela Battle Network e muito mais.

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O personagem de Akira Kitamura, que dividiu a guarda, posteriormente, com Keiji Inafune, surgiu em 1987, no NES, e, rapidamente, se tornou uma das principais franquias do primeiro console doméstico da Nintendo, chegando a seis edições no Nintendinho. Um sucesso estrondoso, seguido pela continuidade da franquia principal no SNES, abrindo espaço para a chegada de Mega Man X, discutivelmente, o melhor jogo da geração 16-bits.

O tempo passou, e Mega Man não queria sofrer calado. Não dava para tirar a franquia do pensamento. A Capcom tinha lançado um novo jogo da série. Supostamente, esse seria lendário. Não havia mais exclusividade entre a publisher e a Nintendo, então, em 2000, chegava à lendária Bubble Games, dentro de uma galeria escondida no Largo da Segunda-Feira, na Tijuca, o destaque do Joias Perdidas de hoje: Mega Man Legends/64.

Mega Man Legends

Eu vou confessar à todos. Minha primeira impressão de Mega Man Legends foi bastante dividida. Eu amava ver um dos meus personagens favoritos dos games em 3D, com o cabelão para fora do capacete, liberdade de movimento, mapas divididos e com certa variedade. Mas havia a dificuldade de entender todas as mudanças, e como a Capcom tinha adaptado as mecânicas tão icônicas de Mega Man para um estilo cheio de elementos de RPG.

Com lançamento também para o PlayStation, e a febre dos tais jogos PARALELOS, afinal, pirata aqui só quando a gente fala de One Piece, até houve uma quantidade legal de pessoas que tiveram acesso a Mega Man Legends. O problema era ter acesso às ferramentas cognitivas para se compreender a trama especial e intrínseca, escondida em quadriláteros de contextualização textual, em meio aos alfarrábios em idioma anglo-saxão. Em resumo, o problema era entender inglês.

Eu era um moleque de 12 anos, com um controle de Nintendo 64 na mão, com baixo conhecimento da lingua bretã e muita vontade de jogar aquilo. Então as coisas aconteceram, em primeiro momento, na marra. E isso prejudicou demais a experiência do Marcelo juvenil. É por isso que eu entendo o fato de muita gente entender Mega Man Legends como um jogo que foge do padrão de qualidade da série. Era muito diferente pra molecada brasileira, sem uma localização, se render à novidade.

Mas o desejo de entender tudo aquilo que tinha acontecido na minha jovem cabeça me perseguiu por anos. Eu queria ter a experiência completa com aquele RPG do azulão. E eu cedi. Eu me entreguei e rejoguei Mega Man Legends. E foi uma belíssima decisão de minha parte.

Eu não vou ter a cara de pau de chegar aqui, para vocês, e dizer que Legends é o melhor jogo da série. Eu ainda não tirei diploma de 171 pra isso. Mas que a experiência é deliciosa, isso ninguém vai tirar de mim. O jogo não tem boa parte das mecânicas que fizeram da série tão icônica. Você não rouba poderes dos chefes que vence, nem ganha pedaços de armadura como na série X. Tudo isso foi trocado por um sistema de crafting e progressão, que permite controlar a barra de HP, escudos, força, velocidade e distância dos tiros do Mega Buster e muito mais.

Há uma liberdade de escolhas que Mega Man nunca havia dado aos jogadores. Diferentes estilos para se jogar, para explorar, para encarar as lutas. Tudo isso enquanto novos e carismáticos personagens se apresentam – à exemplo da famosa Tron Bonne e seus minions, quer dizer, Servbots. Legends é um jogo divertido e leve, que não inventa a roda, ele só a usa para que o chassi da série siga em frente, com novidades, com variedade.

Mega Man Legends

Por essas e outras que Mega Man Legends é, sim, uma joia perdida. Não pelo fato de se colocar entre os melhores jogos de uma geração, mas por reimaginar um personagem tão querido de uma forma tão diferente do normal. Não esperem um RPG ao nível de Final Fantasy 7, ou um plataforma 3D à lá Super Mario 64. Mas é gostosinho, tem aquele cheirinho de bolo de vó, e vai matar um bom tempo na sua vida!


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