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Como o foco é o principal ”vilão” de Zelda: Tears of the Kingdom

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom tem outro vilão que não é Ganondorf Com o lançamento de The...

Zelda Tears of the Kingdom

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom tem outro vilão que não é Ganondorf

Com o lançamento de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, os jogadores voltam a enfrentar um inimigo invisível do jogo que, muitas vezes, é tão desafiador quanto o próprio Ganondorf, na hora de explorar Hyrule. Não são as armas quebrando, não são os chefes das masmorras, nada disso. O foco é o principal antagonista da aventura de Link no Nintendo Switch.

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A expansão da Hyrule de Breath of the Wild coloca o jogador em uma situação difícil. O que fazer assim que coloca os pés em Hyrule? Com novas possibilidades além do céu e da terra, como não perder o foco com tudo que tem de novo para explorar?

Tudo menos achar a Zelda

A principal fala da princesa durante os trailers é ”Link, you must find me!”, pedindo que o herói a encontre a todo custo. No entanto, essa é a maior mentira que a Nintendo colocou no jogo. Apesar de existir o senso de urgência em salvar a princesa, quem disse que EU quero salvá-la o mais rápido possível? Existem três mapas completos para se explorar em Hyrule, vários segredos, novas coisas para construir, mecânicas para se aprender. Não tem como focar somente na história principal.

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Trago aqui um relato próprio. Juro que tentei seguir a história principal, focar em resolver os problemas e tudo mais. Parei com isso quando cheguei no domínio dos Zora. Quando me vi focado demais em fazer a história principal, dei um passo para trás. Passei a explorar mais Hyrule, entrando no subterrâneo e descobrindo muita coisa que eu teria provavelmente ignorado se tivesse focado em uma coisa só. Até aí tudo bem, explorei um pouco o subterrâneo, voltei para a superfície, acabei achando uma Dragon Tear de forma aleatória. Aí pensei ”Putz, seria bacana pegar todas logo né”, e nisso, mudei meu foco todo de desbravar as profundezas, para achar as lágrimas. O que era para ser benéfico, se tornou um problema. Pobre Zelda, uma hora resgato.

Zelda

O problema dos Zoras? Bem, o Sidon dá conta. Já viu o peitoral do cara? E é basicamente assim que é a rotina de quem está jogando Tears of the Kingdom. Existe muita coisa para se fazer, que o foco acaba mudando a cada cinco minutos, enquanto o jogador passeia pelo mapa. A falta de linearidade dos novos jogos da franquia é uma bênção e também pode ser uma maldição, caso o jogador precise do mínimo de foco para fazer alguma coisa.

Construindo basicamente tudo e perdendo a noção do tempo

A Ultra Hand é uma das melhores adições da franquia, e, ao mesmo tempo, um dos principais motivos pelo qual os jogadores podem acabar perdendo o foco. Sinceramente? Perdi algumas horas pensando em como subir em algum lugar, quando era só preciso escalar. Comprava os itens nos terminais dos Zonai, construía algo que parecia ser o suficiente, não dava certo, voltava para tentar melhorar a construção. Nisso, eu ficava indo e voltando entre as Sky Islands para pegar itens, e aproveitava, no caminho, para conseguir mais Zonaites, falava com um construto amigável, explorava partes que não conseguia ir antes, e bem, onde tinha que ir mesmo?

Construir é um passatempo tão bom em Hyrule que o jogador até esquece que ele tem que salvar o mundo da destruição iminente. Princesa Zelda? Calma, tem a possibilidade de fazer um avião descendo das Sky Islands para chegar no objetivo que quero sem gastar estamina. E sim, é bem provável passem duas horas, construindo o avião perfeito, para aterrissar de qualquer jeito e torcer para o Link não morrer no processo.

Zelda Tears of the Kingdom

Com a construção de itens bizarros tomando uma parte do tempo, quando o jogador explora as possibilidades do jogo, Zelda está por aí, com problemas, enquanto Link descobre que, se juntar meia dúzia de troncos de árvore, ele cria uma ponte que passa por tudo. Se vingar dos Koroks? É claro, e lá se vão algumas horas construindo uma catapulta, para ejetar o pobre espírito da floresta até o amiguinho, do outro lado. Bem, deveria ser hora de retornar a fazer a história, principal, não? Se bem que, quase não explorei o subterrâneo, voltar para lá seria uma opção.

Explorar até esquecer de tudo

Jogos de mundo aberto geralmente colocam o jogador para explorar tudo, mas sempre existe a opção de mostrar onde ele tem que ir, a forma de chegar lá, e as direções no mapa. Nos novos Zelda, isso não acontece. O ponto está ali no mapa, como você vai chegar? Depende de você, e é aí que mora o perigo. Precisar ir em algum lugar é esbarrar em um acampamento de Bokoblin, parar para derrotá-los, pegar o item da base e seguir viagem. Durante esse caminho para o determinado ponto do mapa, é possível esbarrar em um buraco enorme, cheio de malícia e voltar ao subterrâneo. Lembra que havia dito que deveria explorar mais por lá? Bem, agora é o momento. E nisso, lá se vai o foco de tentar chegar até um determinado local do mapa para completar uma simples missão. Realmente, a Zelda terá que esperar bastante.

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O mundo aberto de Zelda: Tears of the Kingdom consegue ser bem mais vivo que o de Breath of the Wild, que sempre parecia bem mais solitário e, até mesmo, vazio. A sequência consegue melhorar em muito a Hyrule que já era altamente explorável por si só, e isso acaba destruindo o foco de qualquer jogador. Como se preocupar em concluir a história principal quando eu PRECISO ver como está a minha casinha em Hateno Village? E como está Kakariko Village após todos esses anos? Muita coisa mudou no universo do jogo, e, com certeza, quero ver tudo antes de sequer considerar enfrentar o Ganondorf hidratado. Não existe a menor possibilidade de não explorar e revisitar tudo, ainda mais tendo novidades para descobrir. E nisso, lá se vai a ideia de finalizar a missão dos Zoras.

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E o pior disso tudo é que a Nintendo colocou as roupas do Link, que estavam disponíveis somente por amiibo, soltas pela Hyrule do novo Zelda. Então, eu não sei vocês, mas devo procurar todas, para deixar o herói completamente estiloso antes do combate final. E bem, acho que o Sidon já resolveu o problema dos Zoras sozinho, pela quantidade de tempo que deixei ele lá parado, esperando. As profundezas de Hyrule também terão que esperar. As lágrimas? Bem, acho que não faz mal pegar todas fora de ordem, quando lembrar de procurar por elas, é possível assistir outra vez de qualquer jeito.

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A Nintendo criou um parque de diversões gigante com uma das franquias mais celebradas da empresa, e não tem como não se sentir uma criança cheia de açúcar do algodão doce na mente, correndo desesperada, querendo brincar com tudo. Se, antigamente, a Hyrule de Breath of the Wild era o saudoso Terra Encantada — que está tão apocalíptico quanto, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é a Disney dos nerdolas. O problema é que é tão fácil se perder nela que não existe muito foco na hora de se divertir. Mas como dizem que a gente sempre perde a noção do tempo quando se diverte, acho que salvar Hyrule vai demorar até demais.

E eu ainda preciso fechar a missão dos Zoras, quem sabe após pegar todas as roupas extras do Link.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é exclusivo de Nintendo Switch.


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