Mesmo décadas depois, ainda vale esperar por um novo jogo?
No mundo dos games, algumas franquias padecem de um mal que assola diretamente as comunidades de fãs: o hiato entre um jogo e o próximo.
Leia mais:
- Review Alan Wake 2: com a benção de Stephen King
- Review EA Sports UFC 5: tão real quanto pode ser
- Review Super Mario Bros. Wonder: bonde das maravilhas
São vários os exemplos de jogos e séries que estão na fila de espera há anos, alguns, até mesmo décadas. Recentemente, uma dessas franquias, Alan Wake, finalmente deu aos fãs uma nova entrada, e o resultado não poderia ser melhor, com uma experiência muito superior a do original em todos os aspectos.
Mas, e para tantas outras franquias, flutuando no limbo, com os fãs clamando por uma sequência? Será que ainda vale a pena ficar esperando por um novo jogo?
Como falei acima, Alan Wake 2 encerrou um hiato muito grande desde o primeiro jogo e o lançamento da sequência, de longos 13 anos. Toda a expectativa acumulada pelos fãs, e, com certeza também, pelo próprio estúdio, foi recompensada com o auge da franquia neste segundo game.
Enquanto isso, outras comunidades seguem na sofrência da espera. Uma de enorme destaque neste cenário é a dos fãs de The Elder Scrolls, cujo último lançamento, Skyrim, chegou ao mercado em 2011, e a sequência, apesar de anunciada pela Bethesda, não deve ver a luz do dia tão cedo, de acordo com relatos da Microsoft.
No lado da Sony, uma franquia relativamente recente e curta também está passando por essa mesma situação. Bloodborne foi lançado em 2015, e mesmo com os incontáveis pedidos por uma sequência, é mantida na geladeira da FromSoftware, nem mesmo ganhando atualizações de performance para o PlayStation 5.
Na Nintendo, uma das séries há mais tempo sem atividade é Donkey Kong, com quase 10 anos desde o lançamento de Tropical Freeze. A cada nova Direct, os fãs anseiam por novidades, mas o cenário não muda.
Fechando a conta, no PC a situação é ainda mais grave para uma franquia em particular, que já até virou meme nas redes sociais. Half-Life vai completar 20 anos sem um novo jogo principal em 2024.
Estes são apenas alguns exemplos, mas muitas outras franquias habitam o hiato entre jogos, e isso me deixou pensando profundamente nesta segunda-feira, principalmente sobre como um longo período entre lançamentos pode influenciar na percepção que temos sobre a série em si.
Um Half-Life 3, por exemplo, muito provavelmente não será recebido por fãs que tenham a mesma mentalidade que possuíam em 2004, talvez nem gostem mais de FPS, por exemplo, e lindas histórias de amor construídas no passado, podem desmoronar no futuro pela simples perda de conexão.
Casos como o de Alan Wake 2 são raros, e a Remedy foi perfeita na entrega da sequência, mantendo uma base do original, mas elevando demais o patamar do restante.
Como fã, penso que sempre vale a pena esperar por uma sequência de um jogo amado, mas, olhando com um viés menos emocional, passar 10, 15, 20 anos sem uma franquia, pode acabar afastando totalmente o público de um novo lançamento.
E o pior de tudo, caso um novo jogo da franquia não siga os passos de Alan Wake 2, se reinventando onde necessário, se atualizando para o mercado da época, será mais um tiro no pé do que, de fato, uma decisão correta.