Quase que uma adaptação de um livro do autor, Alan Wake 2 é deliciosamente assustador
O guia de review de Alan Wake 2 tem uma dica primordial para a experiência de Alan Wake 2: jogue no escuro. E essa é, de fato, a melhor maneira de se mergulhar em Bright Falls mais uma vez.
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Desde o primeiro contato com o game, a sensação que eu tive foi a de estar vivendo uma adaptação de um romance de Stephen King, com direito ao feeling de estar sendo observado o tempo todo, e uma tensão palpável a cada momento.
Depois de algumas dezenas de horas no controle de Saga Anderson, e, claro, do autor que dá nome ao jogo, chegou a hora de trazer meu veredito para Alan Wake 2.
A História
Alan Wake 2 se passa mais de uma década após os acontecimentos do primeiro game, que, quem jogou a história original, sabe o destino cruel ao qual o protagonista foi lançado antes da tela de créditos.
Dessa vez, começamos a história no controle da agente Saga Anderson, do FBI, que, ao lado de um colega da entidade chamado Alex Casey, vai até a pequena cidade de Bright Falls investigar um assassinato brutal.
Lá, Saga começa a investigar o crime, e descobre que a morte veio pelas mãos de um culto local, e cai em um buraco cada vez mais fundo de bizarrices e horror.
Paralelamente, acompanhamos Alan, preso no Lugar Obscuro, onde se sacrificou no final do primeiro game para salvar a esposa. O autor está muito mais “à vontade” nessa outra dimensão, e podemos ver isso na maneira com a qual ele interage com o ambiente e as criaturas que lá habitam.
A história contada em Alan Wake 2 é tão deliciosamente assustadora, que não acho justo dar o menor dos spoilers nesse review. Como um grande fã de Stephen King, senti a todo momento que estava jogando um livro do autor, adaptado para um game de maneira brilhante, com direito a jump scares e uma tensão absurda nos momentos mais assustadores.
No final das contas, Alan Wake 2 me entregou uma das melhores histórias que vivenciei em um jogo, e entrou tranquilamente para meu top 5 de todos os tempos. Vocês irão adorar, mas, cuidado com os sustos.
O Gameplay
O gameplay de Alan Wake 2 é uma evolução direta daquela que temos no primeiro jogo, mas sem sair muito do foco. Tanto Saga quanto Alan possuem controles similares, entregando uma experiência suave na transição entre os dois.
Tudo, desde o simples andar pelos locais em busca de pistas, até o gameplay de combate contra os pavorosos inimigos do game, é feito de maneira bem fluida e precisa. A mecânica de iluminar os monstros com a lanterna para depois acertá-los com tiros, que já existia no primeiro jogo, está de volta, e melhorada pelos 60 FPS em que o jogo roda no modo performance.
No controle de Saga, temos acesso a um Lugar Mental, dentro da cabeça da agente, onde usamos pistas e descobertas do mundo real para construir quadros dos casos que estamos investigando no momento.
A princípio pode parecer uma atividade tediosa e até certo ponto complexa, mas muito rapidamente peguei o jeito da coisa, e curti a dinâmica mais investigativa do gameplay, o que me ajudou a entender muito melhor a história de Alan Wake 2, tanto nas partes principais, quanto nos acontecimentos secundários de Bright Falls.
O mesmo vale para os momentos em que controlamos Alan, que possui um sistema parecido para ter controle sobre os acontecimentos, enquanto vai formulando as teorias para vencer o mal que assola Bright Falls e o Lugar Obscuro.
Gráficos e Trilha Sonora
Alan Wake 2 é um dos jogos mais bonitos da atual geração. A mistura de renderizações com o uso de vídeos e imagens de pessoas reais cria uma imersão absurda na ambientação do game.
As imagens justapostas, que vão aparecendo em determinados momentos, aliadas aos cenários espetaculares de Bright Falls, realmente entregaram um novo patamar de gráficos, algo que criou um realismo sem muitos paralelos em outros jogos da atualidade.
A imersão que os gráficos proporcionam são aumentadas com uma trilha sonora impecável que Remedy produziu para Alan Wake 2. Não só durante os momentos de gameplay, mas entre os capítulos, com músicas produzidas por um estúdio finlandês, que, além de contribuírem para a ambientação de survival-horror, também ajudam a contar mais da história do jogo, algo realmente louvável e não usual.
Além das músicas, todos os efeitos sonoros que permeiam o gameplay de Alan Wake 2 têm um impacto incrível, principalmente ao se jogar com fones de ouvido. Os jump scares ficam mais assustadores, e a tensão de exploração faz a pele formigar com o arrepio dos pelos. Uma experiência verdadeiramente fantástica.
Conclusão
Alan Wake 2 é o típico e raro caso de uma sequência que supera com folga o original. A aposta em um jogo muito mais voltado para o survival horror criou uma experiência que mereceria um blurb de Stephen King na capa.
Foi uma jornada absolutamente incrível, que realmente se valeu da dica dada pelos desenvolvedores de se jogar no escuro, à qual adiciono a necessidade do uso de fones de ouvido para ampliar ainda mais a imersão no horror.
O gameplay aprimorado em relação ao jogo original fecha o pacote para fazer de Alan Wake 2 não só um dos melhores games do ano, mas um dos meus favoritos de todos os tempos.