Relação custo x duração é um ponto a ser considerado nos jogos singleplayer
O ano de 2023 tem sido uma benção para aqueles que preferem jogos singleplayer. Com mais dois meses pela frente (no momento em que escrevo essa coluna), já fomos agraciados com uma miríade de excelentes lançamentos.
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The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, Spider-Man 2, Super Mario Bros. Wonder e Lords of the Fallen são apenas alguns exemplos de aventuras sensacionais e inesquecíveis que chegaram ao mercado nesse ano.
Mas, em um mundo em que os jogos tendem a custar valores extremamente altos, e colocando na balança o tempo de jogo que cada um tem a oferecer, será que ainda vale a pena comprar games singleplayer já no lançamento a preço cheio?
Escrevo essa coluna minutos após finalizar meu review de Super Mario Bros. Wonder, um game simplesmente maravilhoso, mas que, apesar dos inúmeros elogios que merece, ainda assim possui um desequilíbrio na relação custo x duração.
No lançamento, Super Mario Bros. Wonder está custando R$ 299 na versão digital, e R$ 349 na mídia física, valores padrão para jogos AAA da atualidade. A questão toda é: terminei o game em cerca de 10h, restando muito pouco para atingir os 100%, que deve elevar o tempo total para umas 12 ou 13 horas, no máximo. Vale a pena investir alto em jogos teoricamente curtos?
Digo “teoricamente”, pois é claro que existe sempre o fator de “rejogabilidade”, que faz com que um game de 10 a 12 horas de duração, como é o caso de Mario Wonder, cresça para algo muito maior, dependendo de quanto tempo você pretende passar jogando a aventura novamente.
E essa dinâmica me fez pensar a fundo sobre o cenário atual, em que temos jogos cada vez mais caros, mas, nem sempre, com crescimento do retorno de valor investido em temos de duração. Mario Wonder leva cerca de 10h para terminar, Spider-Man 2 algo em torno do dobro disso. Lords of the Fallen um pouco mais.
Enquanto isso, jogos com mais apelo multiplayer ou ainda os de serviço, como Fortnite, custam o mesmo valor dos singleplayer, ou mesmo pode ser baixados gratuitamente, novamente usando o battle royale da Epic de exemplo, e entregam centenas, senão milhares de horas de gameplay para os jogadores.
O debate aqui é: será que o consumidor médio brasileiro, que não costuma possuir um poder aquisitivo muito extenso, e que precisa escolher, muitas das vezes, um ou dois jogos por ano, deve investir em games que duram apenas uma ou suas semanas, no máximo?
É uma discussão muito particular, e que, na minha opinião, tem diversas interpretações e “respostas corretas”. No meu caso, que recebo alguns dos lançamentos para review, vivo uma realidade totalmente diferente daquela que representa a maioria dos jogadores, e, mesmo assim, quando preciso comprar um outro jogo, penso bastante no retorno de tempo para o valor investido, e na maioria dos casos, acabo esperando por uma promoção.
No final das contas, acho que ainda vale, sim, comprar jogos singleplayer a preço cheio, mas, sempre levando em conta a situação financeira de cada um, e o valor, não monetário, mas sentimental que o jogo em questão possui para a pessoa. No pior dos cenários, sempre existe uma Black Friday esperando na esquina…