Coldzera se classificou para o seu nono Major de Counter-Strike, em uma vitoriosa carreira recheada de títulos coletivos e individuais. Hoje, próximo de completar 30 anos, o jogador da Legacy conta à Game Arena que enxerga o jogo e as próprias motivações de uma forma diferente.
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Dentro de jogo, mesmo não estando mais com a braçadeira de capitão, Cold se tornou um líder nato. Não só publicamente, mas também dentro do jogo, enquanto passa sua experiência aos mais novos.
Foi assim, inclusive, no jogo decisivo contra a M80.
“A minha parte do time é mais controlar dentro de jogo e controlar o emocional deles fora do jogo. E é muito importante, porque eu já passei por diversas situações, diversos campeonatos, já joguei Major, já ganhei vários campeonatos também, então sempre tem essa pressão a mais, que você tem que ganhar, você tem que passar… Já no primeiro jogo entramos um pouco mal, um pouco nervosos, e eu estava já tentando acalmar eles desde o começo. Falando calma, joga um pouco mais devagar, a gente está jogando muito rápido, a gente não precisa querer ganhar os rounds em 1m20, 1m10, 1 minuto. A gente pode finalizar um pouco mais lento“, relembrou Cold.
“Nisso a gente estava pecando um pouco no domínio de mapa, pois dominávamos em 40 segundos, executa com 25, e aí saía aquela bagunça e comunicação eufórica. Quando a gente perdeu o primeiro mapa e fomos para o segundo, eu falei pra pisarem no freio e jogarmos o nosso jogo, o jogo que a gente sabe, um pouco mais lento. Deixa eles errarem bastante porque eles também estão na pressão para fechar o segundo mapa, e assim a gente conseguiu dar o comeback. Ganhamos várias situações por causa disso… A gente conseguiu tirar um pouco dessa pressão dos meninos e eu acabei controlando um pouco mais e tirei a pressão das costas deles“, acrescentou.
Durante a entrevista, Coldzera deixou claro a importância que os jovens da Legacy tem na sua vida profissional atualmente. São eles, atualmente, uma das grandes motivações do lendário brasileiro seguir em plena atividade.
“Nesse último bootcamp eu coloquei 150 horas de CS em meio às duas últimas semanas e jogava sete pugs por noite. Eu realmente estou me dedicando, é cansativo, mas é satisfatório. Hoje tenho 29 anos, já ganhei 16 títulos, tenho dois Majors, já fui o melhor do mundo duas vezes, então por mim, se eu quisesse hoje falar que está ótimo e eu quero parar, eu posso parar. Já conquistei tudo o que eu queria conquistar. Mas ainda acho que na minha cabeça o que falta para mim é conseguir um título importante e grande com os meninos. É uma coisa que eu me dedico. Antes de eu parar de jogar, quero ganhar um título grande com eles, então acho que isso é o que me motiva hoje em dia“, revelou o craque.
Para coldzera, a classificação veio não só como “um sentimento de alívio“, mas também de “transformar toda a dedicação em sucesso“, já que o elenco não teve férias no ano passado e seguiu treinando para este ano.
Toda essa dedicação e foco no Major, vem juntamente com a mudança da equipe para o NA, após Copenhagen. Para o awper da Legacy, “os times brasileiros estão acima dos times do NA” hoje em dia. Ainda assim, ele ainda enxerga uma grande vantagem para a América do Norte em um aspecto:
“Eu acho que a gente deveria ganhar um pouco mais de vaga, um pouco mais de olhos, digamos assim, para o cenário brasileiro. A gente está merecendo bastante e, por mais que na Europa tenha vários times excelentes, acho que também existe uma balança que o NA tem um pouco mais de vaga que o Brasil, e eu acho que o Brasil hoje em dia é um cenário mais competitivo do que o do NA“, opinou.
“Sobre esse projeto [de mudança para o] NA é mais por causa dos pontos mesmo. É o que eu falei das vagas do Brasil, por mais que a gente jogue campeonatos e campeonatos no Brasil, você vai lá e ganha 20, 30 pontos. Aí joga uma Cash Cup nos EUA e ganha 80 pontos. É uma diferença muito grande para o ranking e, hoje em dia, o que determina, por exemplo, o Legends do Major, é o ranking da Valve. Não tem para onde correr. Então a gente realmente vai passar uma temporada aqui, principalmente para jogar a Pro League. Vamos jogar a EPL aqui no NA para conseguir a vaga e começar a dar um pouco mais de importância para os pontos, porque é muito importante. Também devemos voltar para o Brasil para jogar alguns campeonatos, mas o foco será mais para o ranking mesmo“, completou o raciocínio.
Finalizando a entrevista, Coldzera detalhou quais serão os próximos passos da Legacy daqui para frente. Cada um desses passos será pensando em não cometer alguns erros do passado, os quais prejudicaram o time em um Major.
“Eu volto agora para Portugal e vou ficar dois dias com minha namorada lá em casa. Já os meninos vão voltar para o Brasil, também para ficar dois dias lá. Depois voltamos para Frankfurt e nos encontramos lá, onde faremos dez dias de bootcamp, para se preparar bem“, detalhou Cold.
“Isso foi até uma coisa que a gente pecou da última vez que a gente classificou pra Suécia. Era para termos ido fazer um bootcamp, e a gente acabou indo para o NA, o que foi muito ruim para a gente. Treinamos muito mal e chegamos para jogar o Major do Rio bem mal e sem confiança. Mas dessa vez não erraremos, óbvio. Por isso estamos indo para a Europa, fazer um bootcamp mais intenso também, e se preparar para esse próximo stage“, adicionou.
A estreia da Legacy pelo PGL CS2 Major Copenhagen 2024 será mais um clássico brasileiro. A equipe de coldzera enfrenta a de FalleN, a FURIA, em uma melhor de um (MD1), a qual decidirá quem larga melhor no mundial.
Assista a mais vídeos nossos. Neste aqui conversamos com VINI, após a classificação avassaladora de 3-0 da Imperial, para o primeiro Major de CS2: