Shinji Mikami comentou sobre killer7 em vídeo especial de Shadows of the Damned
Participando de um bate-papo sobre os bastidores de Shadows of the Damned: Hella Remastered, o desenvolvedor Shinji Mikami comentou sobre o projeto ao lado de Goichi “Suda51” Suda e ainda revelou o desejo de ver uma continuação ou uma edição completa de killer7.
“Eu primeiro faria uma edição completa primeiro. Primeiro uma versão completa, depois killer11, eu não sei — ‘killer7-alguma coisa’, provavelmente. Talvez ‘killer7: Beyond'”. Mikami então respondeu ao companheiro de desenvolvimento. “Uma edição completa, é? Isso é meio tosco”, brincou.
Nobutaka Ichiki, gerente de projeto no remaster de Shadows of the Damned, comentou sobre o conceito. “Na versão atual, Coyote quase não fala. Mas no cenário original ele tinha vários diálogos”, Mikami então completou o pensamento. “Fãs adorariam uma versão completa. Talvez seria algo que dá para fazer”. Suda ainda comentou que eles precisam decidir o que vem primeiro, se “Beyond” ou a edição completa.
killer7 foi um jogo dirigido por Suda51 e escrito por Mikami, que conta a história de um homem chamado de Harman Smith, que consegue manifestar fisicamente 7 assassinos com personalidades diferentes e usa seus poderes para fazer missões para o governo dos Estados Unidos. Durante as missões, o grupo descobre uma conspiração sobre o papel do Japão na política dos EUA e sobre as origens da sua organização. O título também foi o primeiro projeto de Suda lançado fora do Japão.
EA foi contra conceitos iniciais de Kurayami
Durante a conversa, Mikami e Suda comentaram sobre a sua passagem pelos Estados Unidos para vender o conceito de Kurayami, um jogo que exploraria um castelo europeu misterioso e uma vila cheia de habitantes bizarros. O jogador utilizaria a luz de uma tocha para resolver quebra-cabeças e iluminar o caminho. O título acabou sendo cancelado e se tornou Shadows of the Damned, contudo, a dupla de desenvolvedores comentou sobre a influência da EA no projeto.
“Encontramos com várias publishers que queriam fazer o jogo, mas acabamos indo com a EA”, explicou Suda. Os desenvolvedores também explicaram que o conceito do jogo seria de aventura, buscando inspirações em O Castelo, de Franz Kafka, e que Mikami adorava a ideia por ser um título com vários mistérios e uma atmosfera maravilhosa, mas a EA tinha outros planos.
“Durante a nossa primeira reunião, nós assinamos o contrato com a EA, e na primeira reunião online, eles disseram ‘porque ele não tem uma arma?!'”, comentou Suda, explicando que tanto ele quanto Shinji Mikami ficaram perplexos com a pergunta. “Porque ele precisa de uma arma?!”, brincou Mikami, comentando sobre o assunto.
Eles ainda comentam que enquanto Shadows of the Damned ainda era Kurayami, Garcia contava somente com uma tocha e socava os inimigos para atacar. Contudo, Mikami explica que a EA talvez estivesse pensando no lado mercadológico, pois seria mais fácil de “vender um jogo com armas”.
Mikami ainda comenta que se eles tivessem testado o jogo, pegado opiniões e dado esse conselho, estaria tudo bem, mas que no caso, o pedido veio de forma aleatória. Suda então complementa explicando que não fazia parte dos planos ter uma arma em Kurayami, mas um executivo teria dito “que eles não entenderiam o mercado ocidental”.
“Foi isso! Quantas vezes eles falaram isso?! Marketing ocidental… marketing ocidental…”, brincou Mikami, debochando do termo. Eles ainda comentaram que tiveram várias ideias para armas divertidas para o jogo, mas que todas elas acabaram sendo rejeitadas pela EA.
Eventualmente, o projeto acabou sendo cancelado e deu lugar para Shadows of the Damned, que agora receberá uma versão remasterizada com a equipe original do título envolvida, chegando em 31 de outubro para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, PC e Nintendo Switch.
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