Análise

Sand Land review: o deserto são os amigos que fizemos no caminho

Sand Land é uma aventura divertida com todo o gostinho de Akira Toriyama

Sand Land

Sand Land entrega toda a alma de Akira Toriyama em forma de JRPG

Sand Land é mais uma obra do saudoso Akira Toriyama transformada em jogo. Dessa vez, controlamos o príncipe dos demônios Beelzebub, em busca de uma fonte de água lendária para conseguir acabar com o regime do Exército Real e entregar água para o povo.

Durante os últimos dias, enchi minha garrafa de água e fui desbravar o deserto ao lado de Rao, Thief e Beelzebub em busca do Lago Lendário, e foi uma experiência extremamente divertida, e um adeus pessoal ao mestre Toriyama.

Aquele gostinho de sábado animado

Sand Land é um mangá de Akira Toriyama que conta com apenas 10 capítulos, e termina bem no comecinho do jogo, com o ponto alto do mangá sendo um momento importante também no título, mas aqui as coisas vão um pouco além do que existe na obra original.

Colocando no contexto da trama, aqui acompanhamos o príncipe dos demônios Beelzebub, ao lado do humano Rao e de Thief, outro demônio, buscando uma fonte de água mitológica que poderia ser a solução para todos os problemas de Sand Land, esse mundo árido e cheio de problemas.

O Exército Real é quem controla o racionamento de água, vendendo e dominando o povo do deserto através dos altos preços, colocando um valor muito acima e concentrando riquezas as custas dos problemas da população.

Sand Land

O trio de protagonistas juntos pela ocasião, um velho rabugento e uma criança cheia de poder, criados por Akira Toriyama? Tudo vem com aquele gostinho de sábado de manhã, com uma aventura divertida e descompromissada para se divertir por boas horas.

A jogabilidade do título não é muito complexa, com Beelzebub sendo o único personagem que o jogador controla, podendo se movimentar usando golpes simples ou pesados, e melhorando as habilidades conforme sobe de nível.

Também é possível usar Rao e Thief como companheiros de combate, e eles são muito úteis principalmente em momentos de aperto. Usar um tanque extra ao acionar a habilidade de combate veicular de Rao para enfrentar os inimigos, pode virar o rumo de uma luta.

Já Thief é excelente para conseguir itens extras dos inimigos caídos, principalmente quando se está precisando de materiais para melhorar os equipamentos, por exemplo.

Estrada da fúria

Sand Land

Um dos destaques de Sand Land, são os veículos. Como o deserto é complicado de se lidar, é muito mais fácil andar por aí utilizando tanques, motos, robôs e tudo o mais que está disponível – com todo aquele visual único que o criador da obra sabe como fazer.

Garantir os veículos são um novo salto de poder, e sempre que você desbloqueia um deles, uma gama nova de possibilidades aparece para o jogador, podendo alcançar áreas que não estavam disponíveis antes, além de conseguir utilizá-los durante os combates.

Sand Land

Para mim, o tanque era uma das melhores opções, principalmente para lidar com inimigos durante a exploração do deserto. Nada mais prático do que lançar alguns tiros de canhão para conseguir acabar com os inimigos e não perder muito tempo ao farmar itens.

O Pulabot também é uma excelente adição para o jogador, podendo alcançar partes diferentes do mapa utilizando o pulo. Principalmente em locais em que a exploração toma ares de plataforma, é bem mais fácil usar o enorme salto do robô para passar pelos obstáculos.

Para não entregar muito da surpresa que envolve os veículos, finalizarei sobre essa parte falando da moto, ótima para andar pelo deserto de forma rápida, principalmente quando você precisa alcançar algum ponto longe do mapa. Basta acionar o nitro e dirigi-lo por aí.

A exploração é fundamental

Sand Land

O mapa não é tão grande, e andar por aí explorando é sempre uma ótima opção. Em alguns momentos, é essencial enfrentar os inimigos espalhados pelo mapa, de forma a conseguir os necessários para reforçar os veículos – os quais acabam sendo muito utilizados em combate, como citado anteriormente.

Em Sand Land, a água é um recurso fundamental, e é necessário sempre passar pelos locais de abastecimento para conseguir mais água e também recuperar vida, além de mais um ponto de viagem rápida. Torres de rádio ajudam a encontrar novos pontos de interesse e também expandir a quantidade de coisas para se fazer no deserto.

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As missões secundárias também são bacanas, e existe a possibilidade de salvar alguns comerciantes abordados por monstros, ou até mesmo ir atrás de recompensas ao lidar com missões nesse sentido. Existe a possibilidade também de auxiliar os moradores de Spino e dos arredores, e melhorar a cidade a partir disso.

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Ajudar a cidade, por sua vez, tornar-se uma missão divertida. E como ela é base dos personagens por boa parte do tempo, é natural querer melhorar o local e deixá-lo mais interessante, principalmente fazendo mais missões e conhecendo mais desse mundo.

O design dos personagens é a alma do negócio

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Um dos trunfos de Sand Land, não tem como negar, está no design de personagens criado por Toriyama. Não tem como não olhar para os Swimmers (imagem acima), por exemplo, e não querer cair na risada pensando o quanto o mestre se divertiu ao desenhar esses bandidos de sunguinha e roupa de nadador do deserto.

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Os tanques, as armas, o estilo dos personagens e até mesmo o design das cidades e dos lugares, é tudo bem divertido de olhar enquanto se explora. Apesar de existir alguns problemas como alguns visuais repetidos para monstros e também NPCs, é entendível que um RPG que não tem lá um orçamento tão robusto, precise repetir inimigos.

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De qualquer forma, quando se trata dos protagonistas e os locais, o jogo mostra boa parte da genialidade de Toriyama e como o seu trabalho com design de personagens e lugares é tão celebrado. Mal posso esperar para quando sair uma action figure do Beelzebub para garantir uma.

O deserto são os amigos que fizemos no caminho

Sand Land

O jogo expande a história criada por Toriyama indo para além de Forest Land, assim como acontece na animação, com o novo ambiente sendo criado pelo próprio autor. E o teor da história de pura aventura coloca os personagens para brilhar através dos problemas que eles enfrentaram antes de começar a busca pelo Lago Lendário.

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Rao é uma grande parcela da carga dramática do jogo, atormentado pelos problemas do seu passado e com o desejo de fazer justiça pelos erros que cometeu. Apesar de ser uma aventura divertidinha de um pequeno demônio e seus amigos, Sand Land esconde uma história de guerra, dor e problemas contra um governo extremamente opressor.

Aqui, demônios são marginalizados devido à crença dos humanos de que eles são cruéis, ou extremamente malignos. No entanto, as criaturas não são tão malignas assim, e, na verdade, só são bem travessas. A maior maldade que Beelzebub deseja fazer, por exemplo, é querer jogar videogame até tarde. Quem nunca?

Leia mais

No fim, a trama de Sand Land se sustenta nos personagens, que partem em uma aventura que os leva para vários cantos do deserto e além das planícies áridas. Com uma jogabilidade simples, o RPG de ação consegue segurar boa parte dos problemas que viriam de um baixo orçamento com o carisma dos personagens e do universo criado por Akira Toriyama.

Sand Land foi analisado no PC por meio de uma cópia antecipada cedida pela Bandai Namco. O game chega em 25 de abril para PC, PlayStation 4, Xbox Series X/S e PlayStation 5.


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