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Nintendo, o que falta para localizar os jogos?

Nintendo, o que falta para localizar os jogos?

Mais um grande lançamento da Nintendo não vem com legendas em Português, qual o motivo? Não é de hoje que o brasileiro sofre com a Nintendo. Seja com a dificuldade de conseguir jogos com preço justo, ou até mesmo de conseguir periféricos para o Switch sem precisar procurar preços mais acessíveis no mercado cinza. E, bem, se não bastasse isso, faltam jogos localizados, ou pelo menos legendados, para português do Brasil.

Igor Pontes •
12/05/2023 às 22h15, atualizado há 2 anos
Tempo de leitura: 8 minutos

Mais um grande lançamento da Nintendo não vem com legendas em Português, qual o motivo?

Não é de hoje que o brasileiro sofre com a Nintendo. Seja com a dificuldade de conseguir jogos com preço justo, ou até mesmo de conseguir periféricos para o Switch sem precisar procurar preços mais acessíveis no mercado cinza. E, bem, se não bastasse isso, faltam jogos localizados, ou pelo menos legendados, para português do Brasil.

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Estamos em 2023, possivelmente o último ano do console, e, ainda assim, não temos grandes lançamentos da empresa localizados para o nosso país, apesar dos esforços da empresa para divulgar os produtos pelo Brasil. Por mais que seja bacana ter um Ganondorf para tirar foto, acho que a comunidade prefere bem mais ver a Zelda falando em português.

A comunidade tem tentado

A comunidade Nintendista tem tentado, e muito, trazer os jogos localizados. É campanha, é comoção, até colocar a Juliette para falar sobre uma localização de Pokémon, conseguiram. Se a empresa tem uma comunidade tão forte assim no Brasil, mesmo com todas as limitações, o que falta? E o mais triste dessa situação é que os próprios fãs da Big N tentam, da forma que dá, traduzir o conteúdo dos jogos, mesmo que de uma forma ilegal. Não vamos mentir, já existem algumas versões de Breath of the Wild e outros jogos do Nintendo Switch em Português.

Nintendo pirataria

Mas, por se tratar de um produto feito por fãs, e de forma não oficial, não são todos que terão acesso à tradução, e, mesmo que tenham, sabemos que será por meios que a empresa não corrobora. Por isso, é uma situação agridoce, onde a comunidade fica se desdobrando para conseguir jogar sem saber inglês. É complicado ter que recorrer a meios não oficiais para consumir o que gosta, principalmente quando não existe outra opção.

Dinheiro e pessoal não falta

Nintendo localização

Vamos falar a verdade: dinheiro para a Nintendo não falta. O filme do Mario acabou de faturar US$ 1 bilhão, Mario Kart 8 vendeu cerca de 50 milhões de cópias. Não dá para imaginar que seja uma possível falta de dinheiro, ou até mesmo uma falta de pessoal. A comunidade de desenvolvedores e tradutores brasileiros é grande, e duvido que seja difícil para a Nintendo contratar uma equipe de localização em português.

Alguns jogos já possuem localização, deixando a situação chata, principalmente quando é um título da própria empresa. Pokémon, Zelda e Metroid precisam vir para o Brasil com, pelo menos, legendas em português. Não dá para colocar somente Mario Party, por exemplo, e esperar que os fãs se deem por satisfeitos.

Flertando com o Brasil, pero no mucho

Zelda Tears of the Kingdom Nintendo

Acredite, eu acho bacana ter um estande do Switch, ou material promocional de Tears of the Kingdom no Brasil. No entanto, não dá também para ficar aceitando pequenas migalhas que a empresa joga para o fã brasileiro e se contentar com o que chega por aqui. Não é difícil de imaginar que os fãs prefiram receber um jogo localizado, ou, nos sonhos mais distantes, dublado, do que um material promocional, exposto em alguma rua do país.

O fã brasileiro quer um tipo de carinho diferente, que, na verdade, é um dever da empresa, ao produzir um produto que vai vender aqui no Brasil. Outras empresas, que muitas vezes não tem os mesmo recursos que a Nintendo, estão entregando conteúdos localizados, ou até mesmo dublados. Isso sem contar com desenvolvedoras de mesmo porte, como Sony, Electronic Arts e Xbox. Trazer um produto com o mínimo de acessibilidade para fãs que não compreendem a língua inglesa é o mínimo que uma empresa deveria fazer.

Não estamos mais nos anos 90

Sharp Nintendo Switch

Uma coisa que eu gostaria de falar sobre isso, e abrir aqui um pequeno apêndice sobre, é explicar que não estamos mais nos anos 90. Jogadores dessa década, eu incluso, tinham que se virar para conseguir traduzir ou entender um jogo, e muitas vezes o conteúdo se perdia pelo caminho. Ter passado por isso não me torna especial, ou muito menos melhor que alguém. Quem teve que passar por isso, na época onde ou você tentava entender na marra, ou não entendia nada, sabe muito bem o que é ficar perdido durante uma cena importante por não entender inglês.

Não venha falar que ”no meu tempo era melhor”. Sabemos que não era, e não precisa esconder, ou tentar colocar essa pose, como se fosse melhor do que alguém por passar por uma dificuldade que, infelizmente, não tínhamos como reverter na época, mas que agora é mais do que possível. O Igor dos anos 2000 teria amado jogar Pokémon Crystal em Português e entender tudo o que ele amou tanto naquele jogo, mesmo já sabendo o básico de inglês na época. E acredito que muito fã que viveu esse momento deveria ter o mesmo sentimento.

Não ter jogos em português não é benéfico para ninguém, então pare de tentar colocar essa faceta de ser especial por sofrer com algo que ninguém gostava na época.

Ser fã é cobrar e criticar

Acredite, gosto da Nintendo, e The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é talvez o jogo que eu estou mais ansioso desde, bem, Breath of the Wild. E por isso mesmo, que me sinto no direito de cobrar que a empresa faça o mínimo pelos consumidores e fãs. O Brasil é um dos maiores mercados consumidores de jogos, e não dá para simplesmente bater palma para cada coisinha mínima que a Nintendo faz, e achar que é desse jeito que teremos um Zelda legendado, ou um Mario Odyssey, ou Pokémon. Qualquer jogo da Big N que seja um grande lançamento, seria uma vitória incrível.

Mario Kart, Splatoon Nintendo Switch

Mas para isso acontecer, não dá para bater palma para o mínimo. É legal ter um Switch em um shopping, para as pessoas poderem desfrutar ainda mais do console, e possam comprá-lo no futuro? Sim, é claro que é. Mas também, não dá para aceitar só isso, quando a Nintendo tem que fazer bem mais para conseguir chegar no mínimo do que outras empresas fazem.

Ser fã não é só amar a empresa e bater palma para a Nintendo. É também cobrar, criticar e fazer o levantamento na hora necessária: onde estão os jogos localizados? O Switch está indo para o final do ciclo de vida, e, até hoje, só sonhamos com a possibilidade de um título localizado.

E se for para continuar acordando em uma realidade onde a Nintendo não trata com o devido valor os fãs brasileiros, é mais fácil hibernarmos com Link do que ficar sobrevivendo de migalhas.


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