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Marvel’s Spider-Man: como a Insomniac entendeu o Homem-Aranha
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Marvel’s Spider-Man: como a Insomniac entendeu o Homem-Aranha

Marvel's Spider-Man: como a Insomniac entendeu o Homem-Aranha

Perto do lançamento de Spider-Man 2, fica claro que o estúdio conhece bem o Amigão da Vizinhança Marvel's Spider-Man 2 chega em 20 de outubro, e a nova aventura do Homem-Aranha recebeu uma série de elogios quanto a ambientação do jogo, além da trama que consegue elevar o que foi mostrado em Miles Morales e no primeiro título.

Igor Pontes •
17/10/2023 às 20h00, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 9 minutos

Perto do lançamento de Spider-Man 2, fica claro que o estúdio conhece bem o Amigão da Vizinhança

Marvel’s Spider-Man 2 chega em 20 de outubro, e a nova aventura do Homem-Aranha recebeu uma série de elogios quanto a ambientação do jogo, além da trama que consegue elevar o que foi mostrado em Miles Morales e no primeiro título.

Com a Insomniac entregando mais um capítulo da saga do aracnídeo, precisamos falar sobre como a desenvolvedora entendeu a essência do Homem-Aranha, e como isso foi importante para o sucesso dos jogos.

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Beber da fonte correta

Para que a franquia Marvel’s Spider-Man pudesse se balançar por Nova Iorque, a trilogia Arkham planou pelos céus de Gotham. Seja pelo sistema de contra-ataques ou pela forma como a furtividade e a movimentação funcionam, as inspirações são claras.

Marvel's Spider-Man

E a Insomniac estava mais do que certa ao fazer isso. Olhar para um produto do meio que funcionou tão bem, e trazer para o próprio projeto, é algo comum. Buscar o que funcionou em Batman: Arkham Asylum e nos sucessores, ajudou a empresa a ter uma base sólida para construir os jogos do Aranha.

A trilogia Arkham revolucionou o gênero de jogo de herói ao trazer uma aventura inédita, que entregou uma experiência de mundo aberto digna do Batman, sem perder a essência do vigilante, de buscar a abordagem mais furtiva e cheia de aparatos.

O universo de Marvel’s Spider-Man também se utiliza dessa fórmula, e é algo extremamente benéfico para o título. Não existe demérito nenhum em buscar boas inspirações, e nesse caso, a franquia conseguiu ser uma evolução natural do que já conhecíamos.

O dilema do herói urbano

Uma coisa que a Insomniac entendeu muito bem sobre o Homem-Aranha, é que o Cabeça de Teia é um herói urbano.  Não adianta colocar Peter Parker lutando contra ameaças intergaláticas, problemas envolvendo salvar o mundo, que fica tudo fora de escopo.

Marvel's Spider-Man 2

Marvel’s Spider-Man e Miles Morales entendem que salvar Nova Iorque é o que está na alçada dos heróis, e tentar ir além, pode ser desnecessário. Está tudo bem em parar bandidos de rua e salvar animais presos nas árvores, isso faz parte da mística do personagem.

O mundo aberto dos jogos da Insomniac consegue captar essa essência ao colocar o jogador para impedir assaltos, se intrometer em perseguições da polícia, e resolver problemas enquanto parte para um desafio maior.

Essa sensação de agitação ajuda a entender os dilemas de Peter Parker e Miles Morales, que acabam sacrificando parte da vida social para conseguir salvar a cidade. Não dá para chegar a tempo em um local se uma série de crimes acontecem no caminho.

Buscando quem entende do assunto

Citando mais uma vez a franquia Arkham, precisamos comentar sobre um dos principais acertos dos dois primeiros jogos, que coincidentemente, são os melhores. A Rocksteady buscou Paul Dini, roteirista responsável por Batman: A Série Animada para escrever os dois títulos, e como era de se esperar, ele conseguiu entregar mais uma excelente história do Homem-Morcego.

Marvel's Spider-Man 2

A Insomniac fez algo parecido com Marvel’s Spider-Man, indo atrás de Dan Slott e Christos Cage, que auxiliaram na criação do roteiro. Trazer nomes que entendem o personagem faz com que a história se torne algo mais próximo do material original, e que vai trazer essa sensação familiar ao público que está consumindo aquela aventura.

Marvel's Spider-Man

Gostando da fase de Dan Slott no Aranha ou não, é óbvio que ter a visão de alguém que trabalhou durante anos com o personagem fez muito bem para Marvel’s Spider-Man. O Peter Parker do jogo tem o balanço perfeito entre a leveza do Cabeça de Teia e o fardo da responsabilidade que adquiriu tão jovem.

Marvel’s Spider-Man 2, ao que tudo indica, não conta com a dupla. No entanto, o material base para que a Insomniac pudesse continuar a desenvolver Peter e Miles está lá. Saber buscar a força da principal mídia do personagem é um dos principais diferenciais dos jogos.

O Homem-Aranha é um personagem que atravessou décadas de roteiristas, ilustradores, diretores e atores. Trazer nomes que possuem experiência com o herói, auxiliou a Insomniac a saber como abordar as decisões da história, e vendo o resultado, dá para dizer que foi uma escolha acertada.

A jogabilidade

Aliada com uma história que mostra um Peter Parker mais maduro, trabalhando, e servindo como um mentor para um jovem Miles, está uma jogabilidade redonda, que consegue evocar o sentimento de ser o Homem-Aranha.

Balançar por Nova Iorque em Marvel’s Spider-Man e Miles Morales é o ponto forte dos dois títulos, o que faz com que muitos jogadores ignorem a viagem rápida, para continuar se movimentando livremente pela cidade usando a mecânica de balanço de teia.

Os contra-ataques casaram muito bem com a premissa do Sentido Aranha, já que seria bem provável que o herói conseguiria desviar de um soco durante um momento de perigo. O uso de apetrechos também ajuda na variação da jogabilidade, e adiciona uma camada a mais de imersão, se aproveitando da genialidade de Peter Parker.

O principal trunfo da jogabilidade de Marvel’s Spider-Man é não tentar criar algo mirabolante para o Homem-Aranha, nenhum poder secreto ou algo fora do que já conhecemos. Fazer o “óbvio” nesse caso, é o mais acertado.

Em uma prateleira acima

É lógico que o nome Homem-Aranha chama bem mais atenção do que Guardiões da Galáxia, por exemplo. No entanto, o jogo do grupo cósmico da Marvel é bem divertido, mas acabou sofrendo com a péssima recepção do título dos Vingadores.

Marvel’s Spider-Man colocou a barra, que já era alta, em um patamar além. Para se fazer um jogo de herói, é necessário se equiparar a Batman Arkham e aos títulos da Insomniac. É uma tarefa difícil, mas que é o atual padrão do gênero.

Títulos como Suicide Squad: Kill the Justice League têm uma tarefa espinhosa pela frente. Será difícil comparar algum jogo com a dupla formada por Batman e Homem-Aranha. Gotham Knights tentou se aproveitar do universo da Rocksteady e falhou em entregar uma boa experiência.

A visão de Wolverine que a Insomniac está criando precisará passar pelas mesmas “provações” que outros jogos de herói vão encarar daqui para frente. No entanto, saber que o título está sendo desenvolvido pela empresa deixa os fãs do mutante um pouco mais seguros.

O universo Marvel da Insomniac não pode parar em Wolverine e Spider-Man. Com a possibilidade de criar ainda mais com os personagens da Casa das Ideias, esperamos ver mais projetos além dos já anunciados. Um novo jogo dos X-Men não faria mal a ninguém.

Caso tenhamos um terceiro jogo no universo de Marvel’s Spider-Man, pelo menos, sabemos que a Insomniac tem grandes chances de entregar a maior trilogia do gênero.

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