Lançamento de Sea of Stars é uma raridade na história dos jogos
A chegada de Sea of Stars, nesta terça-feira (29/08), escancara uma situação que impacta diretamente a rotina e a vida não só dos consumidores, mas, principalmente, dos desenvolvedores: a comparação entre os lançamentos e os grandes clássicos da história.
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Sea of Stars foi, desde mesmo antes de ser concebido, pensado e desenvolvido como uma grande homenagem a RPGs clássicos da história, como Chrono Trigger e Chrono Cross. Ao mesmo tempo, o jogo da Sabotage visou atualizar e trazer um frescor a tudo de bom que o gênero entregou ao longo dos anos, se aproveitando de ferramentas e ideias que somente a atualidade poderia permitir.
No entanto, o que Sea of Stars alcançou, na grande maioria das vezes, não se traduz para outros projetos. E isso me trouxe a este exato momento, pensando sobre o assunto, e questionando se ainda vale a pena comparar jogos atuais com os grandes clássicos da indústria?
A pergunta veio à tona em minha cabeça em um momento enviesado, apenas minutos após publicar meu review de Sea of Stars, em que elogio, extensamente, o trabalho feito pela Sabotage Studio, na missão de modernizar elementos clássicos de RPGs que serviram de inspiração para o game. Mas e quando isso não acontece?
E quando vemos jogos que, claramente, foram baseados e inspirados em antecessores de sucesso, mas que, no final das contas, não tiveram uma performance bacana? O primeiro Lords of the Fallen, por exemplo, tentou seguir os passos da From Software, mas enquanto mirou em Dark Souls, acertou numa espécie de Transformers medieval, com controles toscos e duros.
As inspirações e referências devem sempre existir, afinal de contas, como um dia bradou Chacrinha, “nada se cria, tudo se copia”, numa, pasmem, direta adaptação da célebre frase do químico francês Antoine Lavoisier, “nada se cria, tudo se transforma”.
Sem Chrono Trigger e Super Mario RPG, muito provavelmente, não teríamos Sea of Stars, pelo menos não da forma que o temos hoje. As inspirações são, e devem sempre ser, um elemento crucial no desenvolvimento de qualquer ideia, seja nos games, ou não. No entanto, o que precisa acabar, é o desnecessário exercício de comparação entre fonte e produto.
Enquanto mantivermos as amarras das comparações, não só limitaremos o sucesso dos games e estúdios, mas também do nosso próprio sentido de prazer e felicidade com os jogos. A partir do momento em que nos libertarmos de “ah, mas fulano fez isso aqui melhor”, e abraçarmos mais “isso aqui tá me divertindo, e não importa se alguém fez melhor antes”, com certeza daremos mais valor ao agora.
