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CBLOL 2023: “sentimento de você consegue”, diz Drake sobre oportunidade de disputar torneio
League of Legends
Foto: Divulgação/Liberty

CBLOL 2023: "sentimento de você consegue", diz Drake sobre oportunidade de disputar torneio

A comunidade de League of Legends (LoL) foi surpreendida quando a Liberty anunciou que iria utilizar o elenco do CBLOL Academy para disputar o CBLOL 2023 (Campeonato Brasileiro de League of Legends) nesta segunda temporada.

Siouxsie Rigueiras •
04/08/2023 às 21h13, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 10 minutos

A comunidade de League of Legends (LoL) foi surpreendida quando a Liberty anunciou que iria utilizar o elenco do CBLOL Academy para disputar o CBLOL 2023 (Campeonato Brasileiro de League of Legends) nesta segunda temporada.

A Game Arena conversou com exclusividade com o CEO da Liberty e o pro player Luciano “Drake” Paes sobre a oportunidade de pisar pela primeira vez no palco do campeonato mais importante da modalidade.

Não é exatamente a primeira vez que isso acontece na história do CBLOL, porém, não é uma prática utilizada com regularidade dentro do torneio.

Durante o anúncio das alterações, Samuel Walendowsky, CEO da Liberty, comunicou à torcida que a estratégia visa o desenvolvimento da equipe do Academy, visto que, o elenco do CBLOL não tinha mais chances de se classificar para os playoffs. Mas qual é a importância do passo tomado pela organização?

 

Vislumbrando um futuro no inesperado

Para entender como os torneios de base são essenciais, é necessário voltar um pouco no tempo. Desde que o competitivo de LoL existe no Brasil, especificamente em 2012, a Riot Games começou a implementar mudanças ano após ano visando o crescimento do cenário, sendo que, o Academy só veio aparecer quase uma década depois.

Em 2015 — ano do boom dos esports em terras brasileiras, ao mesmo passo que o CBLOL acontecia presencialmente como um evento de larga escala no Allianz Parque, nascia a segunda divisão da modalidade, o Circuito Desafiante (CD).

O Desafiante teve diversos problemas por conta de falta de regulamentação, com muitos jogadores ganhando menos do que deveriam, como foi o caso da 5Fox E-Sports Club (Falkol Esports), em que profissionais ganhavam R$ 500 de salário, segundo apuração de fontes confiáveis da Game Arena.

Foto: Reprodução/5Fox E-Sports Club

Por sua vez, o torneio de base teve um papel importante no que tange o desenvolvimento do cenário e a descoberta de novos talentos em um competitivo em que sempre se repetiam figuras há muito tempo carimbadas; antes do CD, talentos eram encontrados por meio de peneiras realizadas por times.

Alguns nomes conhecidos do CBLOL foram fruto das tentativas de equipes com menor poder financeiro tentarem se manter vivas nas competições oficiais, sendo o caso de:

Igor “DudsTheBoy” Homem, Denilson “Ceos” Oliveira, Marcos “Cariok” Oliveira, Yan “Damage” Neves, Júlio “NOsFerus” Cruz e Marcos “Krastyel” Ferraz.

Além dos memes, casters que são queridos pela comunidade também foram revelados no famoso Circuitão, como Dudu etsblade, Gruntar e Colosimus. Abrindo também oportunidade para CamilotaXP, que conquistou seu espaço no Free Fire (FF).

Praticamente invisível nas coberturas nos cinco anos de existência, até por conta da audiência do CD não acompanhar a do CBLOL, não há como negar que o torneio foi porta de entrada para a renovação do cenário.

Entendendo a importância do campeonato de base e vendo a necessidade de regulamentação e investimento, A Riot Games lançou o CBLOL Academy em 2021, com a promessa de desenvolver jogadores novatos que ainda não estavam preparados para disputar o torneio principal da modalidade.

Carregando o legado do Desafiante, o Academy deu oportunidades para novas pessoas sonharem em viver do sonho de pro player, chegando a garantir uma audiência maior do que ligas da Rússia e Turquia no mesmo ano, segundo a plataforma Esports Charts.

 

Não estamos buscando apenas resultados imediatos”

No comunicado da Liberty, o CEO bateu diversas vezes na tecla de desenvolver os jogadores do Academy, sendo que, a forma que a “escolinha de LoL brasileira” é tratada tanto por algumas organizações, quanto pela própria imprensa é um assunto polêmico e antigo.

Em recente entrevista ao podcast do Flow Games, o ex pro player Gabriel “Revolta” Henud, chegou a falar sobre a falta de investimento no Academy no sentido de organizações nem sempre realizerem uma evolução efetiva nos profissionais do Tier II.

O anúncio da Liberty gerou reações positivas e negativas na comunidade de LoL, desde o público apaixonado pelo cenário, influenciadores e até mesmo pro players do próprio CBLOL.

Mas, quando se entende a importância dos campeonatos de base no League of Legends brasileiro e o quão essencial é investir de forma efetiva no progresso de pro players do Tier II, é possível reconhecer a estratégia da organização.

 

“Enfrentar jogadores em que me espelho trouxe outra visão do jogo”

A oportunidade da Liberty do Academy de competir no CBLOL surgiu e o caçador Drake foi um dos pro players que ainda não havia tido a experiência de jogar com a presença da torcida, contra referências do cenário e no palco do campeonato mais importante do LoL no Brasil.

Comparando a sensação de jogar pelo torneio de base e atuar no CBLOL, o pro player sentiu na pele a diferença na hora de competir: “O maior desafio que enfrentei foi a questão de saber quando é algo garantido.”

“No CBLOL eu senti que as jogadas só aconteceriam se fossem garantidas, diferentemente do Academy. E isso acaba resultando em um jogo mais lento em alguns momentos” confessa.

Foto: Divulgação/Liberty

 

Segundo o próprio jogador, pisar no palco e disputar o CBLOL foi a realização de um sonho. A oportunidade chegou a dar um gás para o caçador, que sentiu que seus esforços como profissional foram reconhecidos.

Foi uma experiência única e muito boa. Conhecer a torcida, disputar o campeonato que tanto sonhava e, obviamente, enfrentar jogadores em que me espelho trouxe outra visão do jogo. Assim como trouxe o sentimento de: ‘ei, você consegue também’. Foi muito especial”.

Nem tudo são flores. Drake comentou que quase chegou a ser impactado pela rotina do torneio principal por conta dos horários, chegando a ser “estranho”.

No CBLOL é muito mais cedo que o Academy, o que para mim foi estranho, já que em alguns dias optei por comer na Riot até para conhecer tudo. Mas eu diria que não me afetou tanto o horário, pois não estou acostumado a acordar tão tarde”, comenta.

 

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“Novas formas de aprendizado”

A tática empregada pela Liberty não apenas refletiu na performance dos jogadores. Segundo o Samuel, o movimento também foi um ponto positivo para a própria organização tirar o melhor de situações não favoráveis.

A falta de classificação para os playoffs ocasionou em garantir mais experiência para uma line-up que estava desempenhando bem no Academy e até mesmo para trazer novos ares para os competidores do CBLOL.

“Como organização, todo esse movimento foi muito interessante. Foi algo que a gente conseguiu aproveitar de uma situação ruim competindo o campeonato e tirar um ótimo proveito tanto dos jogadores, de movimentos deles, quanto também de observar que é possível ter novas formas de aprendizado… de trazer bagagem para os jogadores e desenvolver eles.”

“Tanto do CBLOL quanto do Academy e não só o treino funcional e as scrims durante o dia a dia. Então, a gente consegue achar outras formas de trazer experiência de maneira positiva pensando no longo prazo e desenvolvimento dos jogadores”.

Foto: Divulgação/Liberty

O CEO também acredita que o movimento que foi uma experiência muito boa para ambas equipes” apesar de ter sido algo “mais negativo no primeito momento” por parte do time do CBLOL jogar contra “times menos experientes e com um pouco menos de bagagem”.

Além disso, comentou que os jogos levaram a um desenvolvimento interessante”, fazendo com que os jogadores do Academy ficassem “animados para o futuro” por conta da possibilidade de atuar no campeonato principal.

Por outro lado, diferentemente do que muitos podem pensar, também foi um aprendizado para o elenco principal, principalmente no sentindo de evolução individual de cada um dos pro players: “acabou enaltecendo alguns pontos de melhoria para o próprio time para evolução individual de jogadores”.

O próximo compromisso da Liberty acontece pela segunda temporada do CBLOL neste sábado (05), e domingo (06), em disputa pela última semana da fase de pontos do torneio.

 

 

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