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LoL: “Me encontrei como pessoa”, diz Ayel sobre lives
League of Legends
Foto: reprodução/Ilha das Lendas

LoL: "Me encontrei como pessoa", diz Ayel sobre lives

Atleta falou sobre evolução do cenário, como lives ajudaram a lidar com o mental e retorno para o competitivo

Siouxsie Rigueiras •
03/06/2024 às 22h27, atualizado há 6 meses
Tempo de leitura: 16 minutos

Ayel está de volta para o competitivo brasileiro de LoL (League of Legends) e, para a alegria do público, representando a pesada camisa da IDL (Ilha das Lendas). A Game Arena conversou exclusivamente com o atleta sobre a carreira como jogador profissional, pausa para as lives e, agora, a união de ambas paixões.

 

Vivendo a evolução do cenário

Foto: reprodução/acervo pessoal

 

Jogando desde quando tudo era mato, lá em 2015, o pro player teve a oportunidade de ver o competitivo evoluir aos poucos, desde o primeiro evento grande da modalidade, até os dias atuais, e contou um pouco sobre a experiência de poder vivenciar tudo isso.

“Olha, eu acho que o cenário competitivo evoluiu muito porque muito conhecimento começou a ser disseminado com um tempo. Antigamente, a gente não tinha contato com o exterior eexterior sempre no cenário de League of Legends, eles tinham muito mais conhecimento e experiência porque já era meio que famosos jogos no estilo MOBA, que é o estilo do LoL, no exterior, principalmente na Ásia; China e Coreia, Japão e etc… Não é à toa que a Coreia, na real, principalmente, era a região mais forte justamente com a China. Eu acho que com o tanto de import que a gente teve no Brasil, com o tanto de conhecimento disseminado na internet também, seja com vídeos, com um campeonato e tal, a gente conseguiu evoluir bastante o nível do Brasil, mas a gente ainda tá longe de ser um dos melhores. Então, ainda fazendo nosso caminho, mas o cenário no geral evoluiu muito, justamente pelo contato com o exterior, porque tiveram muitos times que contrataram comissão técnica estrangeira.”

Foto: reprodução/acervo pessoal

 

“E o principal que fez isso, que deu muito sucesso no passado foi a INTZ, que chamou o Peter. O Peter Dun, que ele era um coach belga — eu acho, ou inglês, não sei agora — e ele trabalhou na Europa, que é uma região muito boa também, daí ele conseguiu disseminar muito conhecimento. Começando pela INTZ, que não é a toa que a INTZ ganhou milhões de campeonatos; acho que com 5 ou 6, não sei agora direito, mas começou daí todo o conhecimento a ser disseminado pela galera no Brasil”, conta.

O também criador de conteúdo contou que as streams fizeram muito bem durante o período que ficou ausente do competitivo, principalmente quando falamos em saúde mental.

Stream e saúde mental

O movimento acabou alavancando a carreira de streamer, mas sem deixar de lado o lado de jogador profissional, que voltou a ficar mais latente quando disputou o CBOLÃO.

“Honestamente sim, eu acho que me fez muito bem para o meu mental, principalmente, porque cenário competitivo pesa muito na mente. É muito cansativo de você tá naquilo por muitos anos seguidos, então… eu senti que eu dei uma esgotada. Também senti que não tava rendendo muito e tava um pouco meio sem um direcionamento sabe? Então, eu preferi dar uma pausa na minha carreira competitiva na época e focar mais nas transmissões, fazer um conteúdo e tal; porque eu, particularmente, sempre gostei muito dessa proximidade com o público. Eu faço live, na teoria, desde 2013, só que eu não fazia pra valer, fazia esporadicamente, mas eu comecei a fazer pra valer a partir de 2020, que foi quando eu sair da paiN, na real da RED Canids, que eu tava de empréstimo na paiN, aí saí da paiN”, diz.

 

 

“Me encontrei como pessoa”

Arte: reprodução/diozeira

 

O foco nas trasmissões tiveram um peso a mais para Ayel, que após viver anos de competição intensa e rotina de jogador profissional, conseguiu ter um espaço para chamar de seu.

“Comecei a focar na live e daí eu tive uma passagem na Rensga curta em 2022 e eu voltei a focar nas lives também. Mas eu acho que me ajudou muito porque eu me encontrei assim como pessoa, acho que me aproximei muito do público também que era algo que eu sempre almejei e sempre gostei muito de trabalhar bem a minha imagem. Porque eu acho que…. não sei, eu sinto que eu sou uma boa pessoa, tenho uma boa gameplay e eu gosto muito de ter essa comunidade que a gente conquistou, uma comunidade positiva que a galera gosta de zoar, de ser engraçado, todo mundo ficar feliz, em um ajudar o outro; eu prezo muito por isso. Eu tô muito satisfeito, muito realizado com que eu conquistei até hoje, com a comunidade que eu criei e eu estou usando isso também como motivação pra ser bem sucedido no âmbito competitivo agora no Academy pela Ilha das Lendas”, pontua.

CBOLÃO e retorno ao competitivo

Foto: reprodução/acervo pessoal

 

Para o streamer, o campeonato de Baiano teve forte influência na decisão de voltar para o cenário. Jogar em alto nível um torneio entre temporadas oficiais com outros atletas o fez entender que ainda não era hora de aposentar o mouse e o teclado de uma vez por todas.

“Olha, não vou mentir que me deu um gás sim. Eu voltei a jogar ali, joguei contra os melhores do Brasil [porque] a galera do CBLOL toda tava jogando o CBOLAO e eu consegui muito bem, individualmente e em time também com os caras. A gente não conseguiu ganhar o negócio, mas no geral, a gente foi muito bem. Eu acho que foi uma experiência bem positiva e performance bem positiva também. Então, pô… me deu sim um gás, me deu sim vontade [de voltar]. Tanto é que a propria galera do time que eu joguei, que era o Damage, o Envy, o Revolta e Titan, eles falaram assim: ‘po, cara, volta a jogar, não sei o quê…tá jogando benzão’ e isso ficou na minha mente; e as coisas foram acontecendo naturalmente”, diz.

Ilha das Lendas

O convite para representar o time da Ilha das Lendas aconteceu por meio de Baiano, que chamou Ayel “para qualificar o time” e o resultado foi melhor do que o esperado de acordo com o profissional, além de, é claro, a proximidade de ter disputado campeonatos oficiais nas antigas.

“Acabei me sentindo muito feliz, muito realizado, eu gostei muito de jogar o qualify com a galera, o Shrimp, flare, Yuki e Toucouille e eu senti que eu tava com uma saudades de competir de ter aquela adrenalina da competição e é o que me motivou também a continuar e permanecer para jogar o Academy. […] O Baiano me apresentou o projeto, a ideia do projeto, ele achou interessante porque eu tenho muita proximidade com a galera da Ilha das Lendas. Sou muito amigo do Revolta, sou muito amigo do Minerva também, eu conheço o Baiano de longa data… na real, eu conheço todo mundo de longa data: o Baiano, o eSa, o Brucer, é todo mundo muito das antigas também, do Ranger também, a galera e o resto da galera que eu não vou lembrar agora, que são muitos, muitas lendas. Mas tem essa proximidade pelo cenário, porque a gente passou já por muitas coisas nesse cenário aí. “, revela.

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“Não subestimo ninguém”

Por mais que saiba que conta com uma experiência no competitivo e que isso o faz ficar a frente de outros adversários, o jogador profissional não deixa a humildade de lado quando o assunto é competir em Summoner’s Rift.

“Acho que o principal é ser bem pé no chão. Eu não subestimo nenhum time, eu não subestimo ninguém, eu jogo de igual para igual com todo mundo. Eu não posso decair o meu nível ou achar que eu sou melhor que os caras que eu posso acabar quebrando a cara ali e eu boto fé que o fator experiiência, principalmente, e malícia também, vai me ajudar muito a saber contornar situações de jogo. Eu vou ter muito mais facilidade em me adaptar e também como eu to acostumado a jogar CBLOL no passado, e, também to acostumado a fazer live para um grande público, eu não vou sentir pressão em jogar em live, ou presencial, ou qualquer coisa que seja. Eu vou jogar bem tranquilo, ocm bastante empolgação, bastante chamas aí no coração. Eu acho que é o fator emocional mesmo que ajuda porque, no CBLOL, antigamente, era tudo mato, como você disse anteriormente. Eu ficava bem nervoso jogando e tal… era muito mais, como pode dizer? Eu me sentia bem pressionado de querer fazer bonito e tal. Hoje em dia, acho que pelo tanto que eu já passei, eu sei como as coisas funcionam; então, eu vou jogar bem tranquilo, com a mente bem limpa, digamos assim”, conta.

O atleta da Ilha das Lendas disse que não tem “nenhuma dúvida” que o elenco seja capaz de dar o grito de campeão, além de ter “muita confiança” que o time chegue, “minimamente” na final. O CBLOL Academy tem início nesta segunda-feira (03), e agora é esperar para ver como Ayel se sai no torneio de base do League of Legends brasileiro.


Veja também nossos vídeos. Neste aqui elencamos os seis técnicos do CBLOL que já foram pro players:

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