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Foto: Game Arena.

CS2: Horvy fala sobre lesão, relembra convite da FaZe e mudança de posição: “Teria recusado a Immortals”

Durante o RMR Américas, Horvy deu entrevista a Game Arena relembrando momentos da carreira como jogador

Thulio Bastos •
07/03/2024 às 20h30, atualizado há 9 meses
Tempo de leitura: 7 minutos

O brasileiro João ‘horvy’ Horvath, atual treinador da Wildcard, concedeu entrevista exclusiva a Game Arena falando sobre a sua carreira. Uma das grandes promessas do Brasil na década passada, o jogador acabou não deslanchando como muitos imaginavam.

Em primeira parte da entrevista, Horvy abordou diversos temas. O primeiro deles, sobre a lesão que sofreu enquanto ainda atuava no Brasil. Ele nos contou detalhes de como isso aconteceu e quão tardio foi o diagnóstico.

“Minha lesão não foi jogando CS, eu trabalhava em um restaurante meio período para poder pagar as contas. Os salários, na época que jogava, não eram muito bons no Brasil. Recebia 100, 200 reais nos primeiros times, mesmo jogando nas ligas profissionais. Acabei lesionando após uma queda, estava fechando o restaurante. Só descobri anos depois, quando já estava morando em Portugal, fui fazer uma ressonância de ombro de outra lesão que tive na academia e descobri que tinha rompido o meu lábrum do ombro direito. Me diagnosticaram errado na época, os médicos do Brasil que fui achavam que era uma tendinite.” – afirmou.

Horvy ainda diz que, o diagnóstico errado fez com que ele ficasse jogando a base de remédios, o que prejudicou a sua performance nos times que passou e a sequência da sua carreira.

“Se tivesse descoberto na época e tratado de uma forma correta, talvez não tivesse jogado a base de anti-inflamatórias, eu nunca performei do jeito que eu queria, do jeito que sei que poderia estar jogando. Porque eu treinava meio grogue, muito relaxado, não consegue sufocar direito. Mas era a única forma que tinha de jogar, pois não conseguia jogar DM, nem fazer muita coisa, era bem limitado nessas questões. Acho que fui longe ainda, tendo a lesão que tive. Mas hoje, tendo curado da lesão, talvez teria continuado e tido uma carreira de mais sucesso.” – disse.

Perguntado se essa lesão foi o ponto primordial de não ter sido a estrela que o Brasil esperava, Horvy acredita que não e justifica sua passagem pela Imperial, antes da org contratar FalleN, como um dos motivos pelos quais poderia ter tido sucesso.

“Não exatamente, porque joguei na Imperial, meu último time como jogador, estava bem, a gente teve um sucesso legal no Brasil, ganhamos 4 ou 5 torneios no fim do ano, só que aconteceu a questão do FalleN, com o time dele, obviamente fazia muito sentido para o Felipe contratar o FalleN e mandar a gente embora. Foi algo que me chateou muito na época, porque pela primeira vez na minha carreira, o meu time estava jogando bem, a gente tinha um futuro ali, e mesmo assim deu tudo errado. Foi algo que me frustrou, resolvi parar, mas senti falta de competir, após um ano parado e aí busquei de outra forma entrar na competição novamente como coach.” – contou.

Finalizando o tema lesão, para Horvy, o que mais afetou o desempenho da sua carreira foi a mudança de posição quando chegou a Immortals. Ele nos revela que, se soubesse o desfecho do futuro, não teria aceito jogar pela equipe.

“Não boto tudo nessa situação, acho que minha pior decisão foi ter mudado de posição quando fui para Immortals. Eu era um awper muito bom em Portugal, mas fui colocado de âncora, e sofri um pouco para me adaptar, tive que aprender totalmente do zero. Obviamente, todo bom jogador deve conseguir se adaptar, mas com o impacto que tinha sendo awper, se tivesse ido nessa posição para a Immortals, teria sido diferente. Talvez essa seria uma decisão que eu tomaria, mesmo parecendo loucura na época, recusar uma Immortals. Se soubesse o que iria causar, teria recusado, pois acho que essa decisão de aceitar essa mudança influenciou mais na minha carreira.” – analisou.

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Convite da FaZe na ESL BH

Horvy
Foto: divulgação/ESL.

Horvy esteve próximo de completar para a FaZe durante a ESL One Belo Horizonte 2018. Relembrando esse momento da carreira, o atual coach brasileiro nos contou em detalhes como recebeu esse convite, afirmando que veio de NiKo após partida na FPL.

“Estava preso no contrato da Immortals, morando na Europa, jogava FPL de lá e estava jogando super bem, sempre matando 30 e jogava com o NiKo, muitas vezes ele me picava no time. Eu lembro até hoje, era uma partida contra ZywOo e o NiKo na Cache, matei 37 jogando contra eles e ganhei o jogo. Depois, NiKo veio no Twitter me convidando para completar para a FaZe, pois o cromen não poderia jogar a ESL BH. Obviamente eu não acreditei, aceitei o convite e estava tudo certo, a Immortals havia assinado o contrato de empréstimo, só faltava a FaZe assinar, e acabou que o cromen resolveu de última hora o imprevisto que ele tinha e foi.” – detalhou. 

Ainda sobre o convite, Horvy nos contou sua frustração na época de não ter tido a oportunidade e o quão isso influenciou para a sequência da sua carreira. 

“Fiquei bastante chateado, porque é uma oportunidade única, mas talvez se eu tivesse ido, não teria dado certo como deu, eles foram campeões, mas se eu tivesse ido e jogado bem, a gente teria ganho a ESL BH. É algo que sempre fico pensando um pouco, como que teria sido o resto da minha carreira se tivesse dado certo. Mas eu fico muito feliz de ter tido o convite de um cara como o NiKo.” – desabafou.

Olhando para o futuro, Horvy acredita que tudo que passou na vida serve como aprendizado para que ele seja uma pessoa e um treinador melhor.

“Fui um jogador que tive times grandes olhando para mim. Mas sempre vem aquela questão da lesão, que não me permitia ficar constante por muito tempo, e os problemas começavam a aparecer. Obviamente, uma parte bem frustrante da minha carreira, mas também são aprendizados da vida, hoje em dia penso que tudo isso que aconteceu comigo, me ajuda a contribuir com meus jogadores agora e a ser um treinador melhor, uma pessoa melhor. Então, levo tudo como aprendizado hoje em dia.” – concluiu.

Na segunda parte, Horvy fala sobre seu trabalho como treinador, diferenças dos cenários competitivos europeu, norte-americano e brasileiro e se sonha um dia treinar uma equipe de seu país.


Assista também os nossos vídeos. Neste aqui conversamos com skullz, durante o RMR Américas 2024:

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