O remake de System Shock deixou passar uma excelente oportunidade
No ano de 1994, um jogo de computador foi lançado e rapidamente construiu uma fama dentro da comunidade, muito por conta de seu estilo inovador e temática cativante.
Trinta anos depois, o mesmo jogo chega ao mercado através de um remake, buscando dar aos jogadores clássicos um presente, e aos novatos, uma experiência atualizada do sucesso dos anos 1990.
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E depois de cerca de 20 horas de gameplay, trago meu veredito para o remake de System Shock, com uma notícia que pode ser muito boa ou muito ruim, dependendo de quem a estiver lendo.
A História
No ano de 2072, um hacker sem nome é preso enquanto tentava roubar arquivos da Citadel Station, uma espação estacial que pertence a uma corporação multimilionária da época.
Posto frente a frente com um dos executivos da empresa, o hacker recebe uma oportunidade de sair ileso da situação se ele topar invadir e dominar a inteligência artificial que controla a estação, conhecida como SHODAN.
O game, de fato, começa seis meses depois, quando o hacker acorda, dentro da estação espacial, e descobre que SHODAN reprogramou todos os robôs a bordo para serem hostis e a tripulação passou por horríveis processos de mutação e os que “sobreviveram” se transformaram em cyborgs.
A trama de System Shock remake é (quase) exatamente igual à do original, e isso é algo positivo, uma vez que replica uma história que não fez sucesso à toa, e entrega uma mistura de ficção científica com terror e suspense enquanto navegamos pela estação espacial.
O Gameplay
Aqui é onde minha experiência com System Shock deslizou bastante. Apesar de estarmos falando de um remake, o resultado final foi como jogar um game dos anos 1990, com mecânicas ultrapassadas, movimentação travada e desafios antiquados.
Para quem vem jogando jogos FPS nos últimos anos, entrar na pele do hacker de System Shock realmente parece como uma viagem no tempo, e não pelo lado positivo da coisa.
A movimentação parece engessada, com a câmera virando de maneira pesada e aparentemente não natural, como se houvessem apenas os direcionais para os lados, para cima e para baixo, esquecendo as diagonais. É estranho e muito diferente do que existe atualmente.
Os puzzles, que são considerados por muitos os pontos mais fortes do game original, a mim soaram bastante ultrapassados e pouco inventivos.
O combate é sofrível. Não existe outra palavra para descrever as interações com os inimigos. Por conta da movimentação estranha que citei acima, tudo fica pesado demais, datado demais.
Resumindo, o remake de System Shock perdeu uma excelente oportunidade de realmente atualizar o jogo, e acabou escolhendo focar apenas nos gráficos (sobre os quais falarei na sequência), deixando de lado o aspecto mais importante: o gameplay.
Os gráficos e a trilha sonora
O remake de System Shock alcança os cobiçados 4K e 60FPS que a geração atual de consoles sofre para atingir, mas faz isso com gráficos que, apesar de atualizados, não chegam nem perto do que a maioria dos games entrega atualmente.
Definitivamente foi um salto meteórico em relação aos gráficos do game original, mas ficou muito aquem de outros jogos que ganharam remakes recentemente. Um exemplo que me vem à cabeça é Demon’s Souls, que realmente trouxe o game para a modernidade em termos visuais.
No lado da trilha sonora, System Shock passa de ano, com uma coleção de músicas e sons que acompanham bem a atmosfera criada pela história do game.
Conclusão
É com pesar que chego ao fim deste review com uma sensação ruim de que o remake de System Shock poderia ser muito mais, e acabou entregando uma experiência defasada.
Apesar de melhorias gráficas, o game peca demais por manter quase que fielmente o gameplay do original, e não consegue atingir o mesmo patamar de outros jogos FPS que temos atualmente.
Para quem é fã do System Shock de 1994, a notícia é ótima, pois você vai encontrar uma versão mais bonita daquilo. Mas se você não tem memória afetiva com o game, é extremamente improvável que vá curtir o remake.
System Shock foi analisado no PlayStation 5 por meio de uma cópia antecipada disponibilizada pela publicadora.