Empresa pode estar em sua movimentação final para entrar no universo blockchain de vez.
Após o anúncio de que Yosuke Matsuda deve deixar a empresa após 10 anos, para dar lugar a Takashi Kiryu, um sinal de alerta pode começar a ser visto no horizonte para a nossa querida Square-Enix.
Com a ideia de se aventurar no universo dos jogos em blockchain e na Web 3.0, a empresa parece estar mais preocupada em garantir essa parcela de lucro ao vender uma NFT do Sephiroth do que realmente pensar no lado negativo que essa iniciativa pode trazer.
Games e blockchain já deram errado
A Ubisoft tentou emplacar NFTs para seus jogos, com o Ubisoft Quartz e o jogo Project Q, já cancelado. O Quartz está mais esquecido que aquele iogurte velho, que está escondido na geladeira faz mais de um mês. Porém, parece que isso não é um impeditivo para a Square-Enix.
A empresa acha que, justamente pelo fato do mercado blockchain ter vivido seus momentos de montanha-russa, que esse é o momento da empresa investir seus esforços no mercado. Será que vale a pena voltar seus esforços para produzir algo atrelado a blockchain, quando a iniciativa não tem lá o melhor apreço por uma parcela da comunidade de jogos? E, além disso, não está também no melhor dos momentos financeiros?
NFTs são polêmicos, muito pelas emissões de carbono que a tecnologia emite com bitcoin, por exemplo. Além disso, houve uma onda de tentativas de golpes relacionados ao universo NFT, sendo pessoas famosas perdendo perfis em redes sociais para hackers que usavam o selo de verificação para aplicar golpes, ou pessoas comprando itens que sumiram misteriosamente.
De qualquer forma, a Square-Enix continua remando na direção de um lugar que uma grande parte dos consumidores de suas franquias não gostam tanto. Nem todo mundo tem dinheiro para adquirir NFTs, e a tecnologia blockchain ainda é muito nebulosa para o público geral.
Houve também uma época onde vários jogos relacionados ao universo crypto e NFT estavam em alta, e algumas pessoas estavam com seus esforços focados em ”jogar” para conseguir ganhar dinheiro através de criptomoedas. Atualmente, é difícil ver um desses jogos em evidência, mas, mesmo assim, a Square-Enix continua em seu movimento para tentar abraçar esse mercado instável.
Leia mais
- Guia de Genshin: ranqueamos os melhores personagens!
- 13 anos depois, Ghost Trick ganhará os holofotes que merece
- Xbox anuncia Games Showcase para 11 de junho
O leve soar do desespero
Convenhamos, já faz tempo que dizem que a Square-Enix só está sobrevivendo via Final Fantasy e Dragon Quest. Alguns jogos da empresa, como Octopath Traveler, conseguem se sustentar e muito bem.
Mas, simultaneamente, existem pérolas como Forspoken, Marvel’s Avengers, Balan Wonderworld e por aí vai. Para uma empresa que sempre teve grandes sucessos e é dona de algumas das maiores franquias dos RPGs, é complicado encarar essa baixa. Um dos sinais de que a empresa está com problemas, foi a venda do pacote da Eidos Montreal e Crystal Dynamics para a Embracer Group por apenas US$ 300 milhões.
E o mais complicado disso, é que os dois estúdios, apesar de jogos como Marvel’s Guardians of the Galaxy, Tomb Raider e Deus Ex, não estava fazendo tanto dinheiro quanto outros estúdios que fazem parte do grupo da Square. Jogos caros e com pouco retorno fizeram com que a empresa abrisse mão de propriedades intelectuais fortes, que poderiam dar certo com o tempo.
A tentativa de abraçar jogos blockchain e a Web 3.0 soa como uma tentativa de fazer dinheiro de qualquer forma, acompanhando as tendências de mercado sem muito cuidado, e querendo ”surfar” em uma onda que já bateu nas pedras.
Agradando quem não precisa
Acredite, não duvido nada que essa medida seja feita para agradar investidores. O mercado financeiro adora surfar em uma onda nova, e ouvir que uma empresa com marcas fortes como a Square-Enix está mexendo com blockchain e Web 3.0 vai subir as ações da empresa.
Digamos que suba, e acredito que vá subir. Não adianta de nada se os jogos, ou os NFTs, itens de colecionador, o que for, não forem bem recebidos pela comunidade. Como mencionamos anteriormente, tudo que envolve blockchain e Web 3.0, atinge uma parcela pequena em um cenário muito maior do que só aquele.
As cifras podem ser altas, mas será que vale a pena colocar o nome da Square em uma situação que pode fazer a comunidade de jogadores torcer o nariz para a empresa? Sinceramente, acho que não é uma boa ideia investir nesse tipo de iniciativa. É uma tecnologia nova e também polêmica, com pouca adesão ao redor do mundo, e que uma parcela grande acha que é besteira.
O que a Square-Enix precisa não é mergulhar no universo blockchain e lançar 30 NFTs de personagens de Final Fantasy. Ela precisa lançar bons jogos e parar de pensar que um bote salva-vidas tirará a empresa desse marasmo. Não existe nada mais efetivo, e que agrade uma comunidade inteira, do que lançar um bom jogo. E isso, sabemos que a Square consegue.
A Game Arena tem muito mais conteúdos como este sobre games, esportes eletrônicos, filmes, séries e mais. Para ficar ligado sempre que algo novo sair, nos siga em nossas redes sociais: Twitter, e Instagram.