Prince of Persia: The Lost Crown é a união do novo e do clássico em prol da diversão, o que o torna uma experiência incrível.
Com o novo game da Ubisoft, pude revisitar a minha infância, em um tempo de muita felicidade. Quando era um pequeno moleque, me esgueirava junto com meu primo para o escritório do meu tio engenheiro.
Chegando lá, ligávamos o computador e esperávamos a inicialização. Com um papel na mão, digitávamos um comando no MS-DOS (estou entregando a minha idade aqui) para adentrar no mundo mágico do primeiro Prince of Persia.
Com aquela tela preta e imagens azuladas, nos divertimos por horas e horas explorando as masmorras, pulando armadilhas, derrotando guardas e salvando a princesa. Claro, finalizamos o jogo dezenas de vezes, em loopings diversos, mas sempre mantendo a diversão.
Depois disso, cresci e revisitei a Persia por diversas vezes, sempre com o sentimento nostálgico no coração. Porém, as coisas foram mudando. A própria franquia mudou, passando pela experiência de Prince of Persia: Sands of Times e o “sucessor” Assassins Creed.
Após décadas o título original, a Ubisoft decide retornar às “origens”, com uma jogabilidade 2D que relembra bastante a primeira experiência vivida por muitos. Claro, não é um mero retorno, mas sim uma nova visão de um clássico, trazendo as melhorias do gênero “metroidvania” que se consolidou com os diversos títulos nos últimos anos.
Uma história perdida nas Areias do Tempo
Prince of Persia: The Lost Crown acompanha a história de Sargon, um membro dos Imortais, grupo formado pelos melhores guerreiros da Pérsia. Após uma breve introdução com tutorial, vemos a equipe triunfando diante de uma invasão do exército inimigo.
Com a vitória, todos seguiram para a celebração, com Sargon sendo condecorado pela Rainha, despertando a atenção da corte. Porém, existia um descontentamento interno, que gerou ódio e revolta naqueles liderados por Anahita, general dos exércitos da Pérsia.
Descontente, Anahita sequestra o príncipe Ghassan e seguiu para o amaldiçoado Monte Qaf, onde existe a lenda que uma poderosa entidade pode transferir o direito ao trono para outra pessoa.
Agora, Sargon e os Imortais partem para adentrar as vastas ruínas de Qaf, que sofrem com a influência das Areias do Tempo.
Lá, Tempo e Espaço não correm de maneira singular. O jogador acompanha a jornada e evolução de Sargon pela imensidão labiríntica das ruínas, que se estendem por um vasto e rico cenário.
A história de The Lost Crown segue caminhos interessantes, com diversas reviravoltas de “explodir a cabeça”. Como estamos lidando com viagem no tempo, acontecimentos do futuro influenciam no presente, assim como o passado volta a assombrar o futuro.
Aqui temos um thriller dentro do metroidvania digno de séries como Lost ou Dark. Os diálogos ricos e cenas de ação se mesclam na jornada como uma narrativa única para definir tanto Sargon quanto os demais personagens da trama.
Prince of Persia: The Lost Crown traz uma jogabilidade sólida dentro de um gênero consolidado
Como já mencionamos, Lost Crown é um Metroidvania. E a Ubisoft desenvolveu o game com foco nos melhores elementos do gênero.
A exploração aqui é um dos pilares fundamentais. Temos um gigantesco mapa com diversos pontos obscuros e segredos a serem explorados. Claro, de início, o jogador não terá acesso a vários desses lugares, precisando desbloquear habilidades ou eventos para chegar aos novos pontos.
E estamos falando de um mapa realmente grande! Para nossa análise, gastamos quase 20 horas para finalizar o jogo e deixamos para trás diversos pontos intocados. No geral, os jogadores poderão levar até 30 horas para desvendar tudo o que Prince of Persia: The Lost Crown tem para oferecer.
Um dos pontos defeituosos de muitos metroidvanias com foco na exploração é justamente a falta de elementos que ajudem o jogador. Mas isto não acontece aqui. Temos marcadores, save points, viagem rápida, guias, lojas, upgrades e muitos elementos que auxiliam na jornada.
Os amuletos e habilidades são um show à parte, permitindo customizar as habilidades de Sargon de acordo com o tipo de jornada que o jogador deseja. Quer explorar, que tal um papagaio para apontar entradas secretas? Deseja matar hordas de inimigos sem sufoco? É só focar nas habilidades e amuletos de percepção ou combate.
Em um curto período de tempo, o jogador se acostuma facilmente aos comandos do game e segue por uma jornada incrível, com batalhas envolventes ou desafios estratégicos com puzzles e exploração.
Lutar e derrotar inimigos também é algo muito estimulado em The Lost Crown. Com a destruição de um adversário, Sargon conquista pequenos cristais que são utilizados para melhorar os amuletos e outros equipamentos.
Aquele salto de fé para a próxima plataforma
Confesso que sofri bastante nas primeiras horas do jogo. O principal motivo é uma certa falta de costume com a dificuldade do passado, que Prince of Persia: The Lost Crown emula com precisão no tocante às plataformas.
Caso esteja acostumado com as facilidades de alguns títulos atuais do gênero metroidvania, o jogador poderá facilmente se frustrar com as tentativas de alcançar uma ou outra plataforma com os saltos.
É necessária uma certa “precisão cirúrgica” em alguns momentos, com plataformas muito pequenas que se movem ou somem. Também tem inimigos que atacam quando Sargon está quase alcançando um almejado ponto, fazendo o infeliz cair por um longo caminho e o obrigando a começar uma nova jornada pelas diversas plataformas.
Prince of Persia: The Lost Crown possui diversos modos de dificuldades, porém eles influenciam muito mais nos inimigos e no combate. O desafio da exploração, puzzles e “saltos de fé” para alcançar plataformas diversas continuam lá, independente da dificuldade escolhida.
Mas a Ubisoft pensou em todos os públicos, e adicionou opções de acessibilidade para facilitar um pouco elementos mais desafiadores, pensando em todos os públicos.
Prince of Persia: The Lost Crown traz elementos como o “Eye of the Wanderer”, que possibilita tirar e fixar screenshots das áreas e no mapa para referências visitá-los posteriormente.
Também está disponível um “Modo Guiado”, onde o jogo já indica os caminhos e zonas bloqueadas ou ocultas. Fora isso, o game oferece opções de customização para pessoas daltônicas, ajuste de tonalidades, legendas personalizadas e mapeamento de botões para controles com foco em acessibilidade.
Alguns dos pontos negativos da jornada de Sargon
Apesar da rica experiência com Prince of Persia: The Lost Crown, existem alguns pontos que precisam ser destacados com negativos.
Como um longo game dentro do seu gênero metroidvania, ele pode ficar cansativo com cenários semelhantes, inimigos também idênticos e a necessidade de se atravessar ambientes diversas vezes para desbloquear ou conquistar algo.
É algo que pode cansar um pouco o jogador. Quando isso acontecer, sugiro que descanse um pouco, vá assistir um episódio do seu anime ou série favorita e depois retorne para Prince of Persia: The Lost Crown e encare o desafio.
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Alguns problemas pontuais chegam a irritar bastante em certos momentos. Na versão que utilizamos, a de Xbox Series, sentimos uma pequena queda de frames em diversos pontos, em especial nas cutscenes.
Também observamos pontos onde o áudio era baixo, principalmente quando elementos sonoros do cenário como tempestades ou explosões se sobressaiam sobre todos os outros.
Foi preciso seguir para as configurações, modificar as opções de áudio e usar um fone para ouvir melhor.
Claro, como já mencionamos, são pequenos problemas pontuais que não desabilitam o jogo com um bom metroidvania. Muitos deles provavelmente serão corrigidos com futuras atualizações.
Prince of Persia: The Lost Crown é um tesouro para todas as gerações
Prince of Persia: The Lost Crown pode se consagrar como um dos melhores metroidvania em anos, estão ao lado de grandes títulos como Metroid Dread e Castlevania: Symphony of the Night.
Mesmo sendo um jogo com um possível baixo orçamento em relação aos gigantes da Ubisoft como Assassins Creed, podemos observar todo a amor e dedicação dos desenvolvedores em oferecer uma aventura marcante.
Uma história envolvente, combates desafiadores, um cenário rico e intrigante tornam a aventura extremamente rica e memorável. Um acerto gigantesco por parte da Ubisoft em apostar neste retorno às origens da série.
Aquela jovem criança que jogava Prince of Persia no MS-DOS ficaria muito feliz se visse o que a série se tornou…
*Análise realizada com cópia para Xbox Series X fornecida pela Ubisoft
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