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Nobody Wants to Die
Análise Game Arena
Imagem: Divulgação/Critical Hit Games

Review | Nobody Wants to Die segura a mão demais para chamar de 'mistério'

Nobody Wants to Die tenta ser um mistério envolvente, mas acaba se tornando uma turma do Scooby-Doo para adultos

Igor Pontes •
03/08/2024 às 16h05, atualizado há um mês
Tempo de leitura: 8 minutos

Nobody Wants to Die não tem muito “mistério”

Nobody Wants to Die, do estúdio Critical Hit Games, conta a história de James Karra, um detetive amargurado que se envolveu em um acidente que o levou a ser afastado da polícia, mas que retorna para lidar com um caso extraoficial ao lado da agente de comunicação Sara Kai. No entanto, nem mesmo o charme da Nova Iorque retrofuturista de 2329, segura a falta de mistério.

O game apresenta ao jogador uma premissa extremamente interessante: nesse mundo retrofuturista, pessoas podem armazenar a sua consciência em bancos de memória, ou transferir de um corpo para o outro, mas por um preço. Isso leva a uma série de problemas na cidade, como pessoas ricas conseguindo pagar pelos seus corpos, enquanto as camadas mais pobres sofrem para conseguir pagar e garantir que sua consciência não fique presa em um banco de dados por aí.

Nobody Wants to Die
Imagem: Reprodução/PLAION

Contudo, apesar de colocar esse pano de fundo super interessante, o jogo te coloca para resolver o mistério por trás do assassinato de um figurão importante, o que descamba para uma trama que teoricamente aparenta ser complexa, envolvendo pessoas importantes da cidade, mas que pode ter uma conclusão insatisfatória para quem pescar o que está acontecendo na trama neste ínterim. Não só isso, mas na jogabilidade, o título também segura demais na mão do jogador, guiando muito de perto em certos momentos.

Em uma parte da gameplay, quis “adiantar” as coisas porque vi algo interessante para desvendar, mas não era possível avançar para essa parte sem cumprir os passos que o jogo precisava que eu fizesse, para resolver o mistério. Tudo bem que isso ajuda quem não é tão perspicaz na exploração, mas ter a possibilidade de escolher como abordar cada pista, deveria ser um requisito mínimo para um título de mistério.

Nobody Wants to Die
Imagem: Reprodução/PLAION

Não existe a possibilidade de você mesmo colocar a mão na massa e resolver os enigmas. O jogador precisa seguir a rotina quase que protocolar de Nobody Wants to Die para concluir os casos: reconstrua a cena do crime com o seu dispositivo temporal, use a lâmpada UV para ver o sangue, analise as pistas, e por aí vai. Não existe muita diferença a não ser usar mais um apetrecho do que o outro. E bem, fica nisso.

Contudo, precisamos ser justos: a parte de montar o quadro de evidências é bem divertido, e é aqui onde o jogador pode realmente quebrar a cabeça se quiser, apesar de receber algumas dicas bem pertinentes de Kai durante o momento de dedução.

Nobody Wants to Die
Imagem: Reprodução/PLAION

Essa talvez seja a parte mais divertida, além dos gráficos do jogo. O visual de Nobody Wants to Die é maravilhoso, e talvez toda essa estética noir misturada com cyberpunk seja o que ajude o título a ir para frente, já que a investigação e as ramificações da história não são tão legais tanto assim.

Belíssimo visual e criação de mundo

O mundo de Nobody Wants to Die é muito estiloso. Por ter sido feito na Unreal Engine 5, o jogo consegue criar uma atmosfera interessantíssima, que casa com a proposta de ser uma aventura noir de mistério, com bebidas e cigarros esfumaçando o ambiente. A própria premissa de que o mundo acabou se tornando miserável devido às corporações e toda a questão de passar de corpo em corpo, as ramificações psicológicas disso…

Nobody Wants to Die
Imagem: Reprodução/PLAION

O jogo até flerta com essa situação, colocando o jogador para ver os problemas psicológicos que Karra passa devido à experiência traumatizantes que foi a sua última sincronização, que também envolve um acidente com o seu antigo parceiro na polícia, Seth. Contudo, isso tudo acaba ficando de pano de fundo para tentar resolver o mistério, o que por si só não é tão interessante quanto as ramificações dos problemas das pessoas que estão na cena do crime.

Saber que um figurão morreu e descobrir como ele faleceu não é tão interessante como ler sobre os esquemas sórdidos que ele estava atolado até o pescoço para continuar ganhando dinheiro de forma ilícita. Parece que o jogo ficava querendo te mostrar um mundo muito mais rico e misterioso, mas que acabou ficando na página 2 para focar o jogador no mistério principal, que não é tão cativante assim.

Um potencial que não parece ser explorado ao máximo

Outra coisa importante para se destacar, é que o jogo tem múltiplos finais. Contudo, não existe um New Game+ ou uma forma de selecionar capítulos para fazer as coisas de forma diferente. Para conseguir fazer um final novo, é necessário começar do zero, mesmo que às vezes a diferença entre um final e outro seja somente uma escolha de diálogo no meio para o final do título. De qualquer forma, pelo fato de termos vários finais diferentes, esse é um fator de replay interessante para quem quiser ver todos os finais desfechos.

Não existe muito o que explorar além do jogo base de Nobody Wants to Die, o que limita um pouco o que você pode fazer durante as seis horas de duração (em média) que leva para finalizar a história. Por outro lado, por ser um game curto, você consegue rejogar com mais facilidade do que um Baldur’s Gate 3, por exemplo.

Nobody Wants to Die

Mesmo com uma premissa extremamente interessante, o jogo acaba se perdendo em tirar o controle da mão do jogador, e fica parecendo um showcase gráfico com uma pitada de mistério, para mostrar o que é capaz de criar na Unreal Engine 5, ao invés de investir realmente em criar uma trama de mistérios, intrigas e evidências.

Este review foi produzido com uma cópia de PC (via Steam) fornecida pela PLAION. Nobody Wants to Die também está disponível para Xbox Series X|S e PlayStation 5.

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