Permitir que o estúdio Massive Entertainment utilize sua expertise em franquias licenciadas tem se provado um grande sucesso. Depois de Avatar: Frontiers of Pandora, os devs agora estão à frente de um projeto ainda mais ambicioso: Star Wars Outlaws, novo jogo da saga.
Ambientado entre o Episódio V: O Império Contra-Ataca e Episódio VI: O Retorno de Jedi, o game traz uma fórmula ainda mais refinada de exploração em mundo aberto e um sistema interessantíssimo de reputação baseado em missões para diferentes sindicatos.
Essa afirmação é validada graças a um hands-on de Star Wars Outlaws que o Game Arena teve acesso, à convite da Ubisoft. Além de poder conferir uma apresentação sobre o novo título da franquia, a oportunidade concedeu acesso a um teste de mais de três horas.
E ao longo dessas mais de três horas de gameplay, nas quais jogamos duas partes específicas do game, a gente viu que Outlaws apresenta muitas mecânicas, cenários e personagens diversificados, e traz aquele gostinho de aventura no espaço que tanto amamos em Star Wars. Confere só a prévia do Game Arena!
Narrativa ao estilo MacGuffin, mas de forma orgânica
A primeira parte do gameplay que joguei era ambientado em Mirogana, no planeta Toshara, logo após o tutorial. Como todo início de jogo, os primeiros minutos servem pro jogador se acostumar com as mecânicas, além de entender todas as formas de exploração; neste caso: terrestre e motorizado por meio de um Speeder.
No controle da protagonista Kay Vess, logo de cara fui colocada no meio de um tiroteio contra saqueadores. O momento de ação, inclusive, rendeu a primeira e mais valiosa lição em termos de mecânica.
Aqui, acontece o seguinte: quando a personagem principal de Outlaws se vê pressionada em situações de extremo risco, é possível descarregar a adrenalina com uma habilidade especial que faz tudo ficar em slow motion por um curto período. Daí a Kay consegue travar a mirar e atirar com precisão em até três alvos, causando morte imediata aos oponentes. É bem útil!
Passado o perigo, Kay decide que precisa arrumar peças novas para consertar Trailblazer, sua cobiçada espaçonave, e se junta ao adorável companheiro Nix — que falarei com mais detalhes daqui a pouco. E é a partir desse ponto que a vida de Kay muda completamente.
A narrativa segue o formato MacGuffin, colocando a protagonista sempre atrás de um objeto, pessoa ou qualquer outro artifício. Neste caso, o que a motiva é conseguir dinheiro para comprar as peças para sua nave. Só que para atingir esse objetivo de maneira rápida, ela acaba se envolvendo com o submundo do crime — o que torna tudo muito mais interessante em Outlaws.
Os sindicatos e o interessantíssimo sistema de reputação
Existem, até onde se sabe, quatro grupos em Outlaws: Sindicato Pyke, Aurora Escarlate, Cartel Hutt e o Clã Ashiga — que aparece mais adiante na aventura. E logo no início, Kay precisa escolher entre os dois primeiros para atingir seu objetivo. O problema é que ao seguir um, você imediatamente fica queimado com o outro.
E o que isso significa? Quer dizer que quando entrar no território de qualquer um dos sindicatos, Kay poderá ser muito bem tratada, ou até mesmo expulsa se sua reputação for ruim, o que pode comprometer algumas missões e, por tabela, os negócios.
Também significa que alguns NPCs não falarão com a Kay, dificultando que você consiga acesso a segredos, entradas secretas e outras informações valiosas. Aliás, vale reforçar que “informação é poder” em Outlaws, pois durante alguns diálogos, será preciso escolher fazer uso do que se sabe para aumentar sua reputação.
No início, escolhi seguir o grupo Aurora Escarlate e consegui informações valiosas após me infiltrar no território do Sindicato Pyke. Após cumprir a missão, apareceu uma escolha de diálogo em que eu poderia privilegiar o Aurora Escarlate com um segredo sobre o Sindicato Pyke.
Entreguei a informação e, claro, minha reputação melhorou com um grupo e piorou com o outro. E mais adiante, da mesma forma, tive que escolher se continuaria fiel ao Aurora Escarlate ou se daria vantagem ao Sindicato Pyke com uma escolha importante. Ou seja, nada dura para sempre em Outlaws e suas decisões afetam seus relacionamentos.
Isso não significa, necessariamente, que o jogo pode ficar mais fácil ou difícil. A narrativa sempre oferece diferentes formas de progressão, com diversas entradas e saídas de locais e situações, por exemplo. E embora pareça que o impacto de suas decisões diminui dessa forma, ainda é cedo para dizer se as escolhas de Kay vão mudar ou não o final do jogo, por exemplo.
Hacking, Nix e mais: os diversos truques na manga de Kay
Progredindo mais através das missões que, em sua grande maioria se resumiram a infiltração e a não ser detectada, também aprendi que Kay tem alguns truques excelentes em ambas as mangas. Um deles é uma espécie de chave de fenda usada para destravar cadeados em baús e outros mecanismos. A mecânica pede que o jogador se concentre no ritmo das engrenagens, apertando um dos gatilhos do controle quando a tranca sincroniza com a ferramenta. Achei bem legal.
Além disso, em determinados momentos, Kay precisa invadir sistemas e aqui entra outra mecânica. Não é exatamente algo a se aprender, porque o hacking da protagonista é feito por tentativa e erro, mas se baseia em um conjunto de símbolos que precisam ser encaixados na posição correta. Caso você conheça o jogo de navegador “Termoo”, não terá dificuldade em dominar o recurso.
Kay conta ainda com uma árvore de habilidades que são baseadas em Especialistas. Isso significa que a protagonista recruta personagens não-jogáveis espalhados pela galáxia e aprende (ou aprimora) com eles novas técnicas, as quais afetam a velocidade da chave de fenda quando estiver desbloqueando portas, por exemplo; ou até mesmo formar padrões de símbolos que auxiliam nos momentos de hacking.
Por fim, não dá pra falar de mecânicas sem citar Nix. O adorável companheiro de Kay oferece um leque de opções de comandos e pode ajudar tanto em batalhas e exploração, quanto na resolução de quebra-cabeças.
Aliás, é válido registrar que você pode (e deve) fazer carinho em Nix. As interações dele são adoráveis, sério. Para além disso, a criaturinha pode ser posicionada pelo jogador em diferentes pontos do cenário e para diversas finalidades: atacar e/ou distrair inimigos, roubar ou pegar itens que estão fora de alcance, e até mesmo causar explosões!
Menção honrosa para todos os momentos em que coloquei Nix para distrair os oponentes. A criaturinha tem muito carisma naturalmente, mas se sobressai quando finge de morto ou faz acrobacias para tentar ganhar a atenção dos inimigos.
Navegando a majestosa Trailblazer no espaço
Conseguidas as peças para o conserto da Trailblazer e para aprimorar o blaster de Kay, eis que chegou a hora de pilotar a espaçonave da protagonista. E se eu achei que navegar pelo espaço em Outlaws seria complicado, não poderia estar mais enganada.
Os comandos da navegação são tranquilos de dominar, e quando Trailblazer decola, pousa ou salta no hiperespaço, existem prompts e cinemáticas ativadas especialmente para estes momentos. Para mim isso é um alívio, afinal, Outlaws não é um simulador de espaçonave.
Os combates espaciais que presenciei, por sinal, foram poucos, mas empolgantes. E tudo graças a um recurso simples: a Trailblazer pode travar sua mira nos inimigos, facilitando muito a agência sobre a espaçonave enquanto você precisa dividir atenção entre pilotagem e combate.
Se por acaso fazer as duas coisas ao mesmo tempo seja demais, você pode ainda deixar o veículo parado e apenas atirar nos inimigos — embora eu não recomende, porque a Trailblazer se torna um alvo fácil dessa maneira.
Completamente investida em Star Wars Outlaws
A missão principal da primeira parte do teste me levou até um navio do Império, que culminou em um excelente clímax, com direito a fuga e tiroteio, e a chegada de um personagem intrigante se juntando ao bando de Kay.
Já a segunda parte do teste foi uma missão mais curta, no planeta Kajimi. A grande novidade dessa seção foi conhecer o Clã Ashiga, o quarto sindicato no qual Kay pode se filiar. Mas o mais interessante foram as cinemáticas que pude assistir.
Na breve cutscene de início, conheci os personagens Sliro e Vail, e tive um vislumbre do androide ND-5 e de Jaylen Vrax. Independente do que esses personagens reservam e como serão suas interações diretas com Kay ao longo da narrativa, o que joguei de Star Wars Outlaws foi o suficiente para eu me ver completamente investida nesta aventura.
Além de todas as mecânicas serem engenhosas, a jogabilidade é suave, a exploração em um mundo aberto está refinada, os quebra-cabeças são ótimos, e os sistemas de reputação e de habilidades são interessantes. Além disso, Nix é extremamente fofo e o otimismo da implacável Kay é, de certa forma, cativante.
Três horas foram o suficiente para eu me afeiçoar a uma jovem que está tentando ganhar a vida e se envolve com figuras perigosas, e mesmo diante das situações mais difíceis, não perde o gracejo. Além disso, mesmo quando Kay se mostra insegura às vezes, Nix está ao seu lado para apoiar e ajudar da maneira mais carismática possível.
Totalmente localizado em português brasileiro, Star Wars Outlaws chega em 30 de agosto para PC, Xbox Series X|S e PlayStation 5 e estou mais do que investida nessa aventura. Mal vejo a hora de jogar o game completo.
Leia mais
- Review | SNK vs. Capcom SVC Chaos: é o que tem para hoje
- Review | Nintendo World Championships NES Edition: um prato cheio para os competitivos
- Review | Flintlock: The Siege of Dawn – um passeio por uma montanha-russa
A Game Arena tem muito mais conteúdos como este sobre esportes eletrônicos, além de games, filmes, séries e mais. Para ficar ligado sempre que algo novo sair, nos siga em nossas redes sociais: Twitter, Youtube, Instagram, Tik Tok, Facebook e Kwai.