Dragon’s Dogma 2 é um RPG incrível, mas requer um investimento alto
O lançamento de Dragon’s Dogma 2 veio acompanhado de algumas polêmicas e discussões nas redes sociais, principalmente em torno das microtransações do game, mas, um ponto que não vi muita gente falando é algo que abordarei a fundo neste review.
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Sem muita enrolação, Dragon’s Dogma 2 não é um jogo para todos. Seja isso referente a jogadores ou momentos da vida de cada um, o RPG é uma jornada que realmente tem um fator único em seu cerne.
E depois de passar cerca de 50 horas com meus peões, enfrentando grifos e dragões, chegou a hora de trazer meu veredito sobre Dragon’s Dogma 2.
A História
Assim como no primeiro game, Dragon’s Dogma 2 conta a história de um Nascen, um guerreiro que estabeleceu um vínculo de poder com um dragão, e que precisa encarar uma longa aventura para batalhar uma última vez contra a criatura mítica.
E é aqui que aparece o primeiro ponto que faz Dragon’s Dogma 2 não ser um jogo recomendado para todos. O RPG possui um extenso mundo aberto, repleto de pequenas histórias e missões, mas que praticamente exige do jogador paciência para atravessá-lo a pé.
Isso porque o sistema de viagem rápida do game não é nada amigável, e depende de itens e recursos escassos (a não ser que você sucumba às polêmicas microtransações).
Ou seja, por basicamente a totalidade da aventura, ficamos relegados a explorar os mapas de Vermund e Bataahl através de longas caminhadas, e, ainda que os ambientes sejam belíssimos e a total imprevisibilidade dos caminhos sejam coisas muito positivas, não é todo mundo que concordará ou gostará da falta de viagem rápida.
Eu fico no meio termo dentro do assunto. Mesmo que eu tenha adorado a exploração nata de Dragon’s Dogma 2, me surpreendendo com os encontros e mistérios espalhados por Vermund e Bataahl, muitas vezes gostaria de ter a opção de poder visitar algum local de maneira mais direta.
No final das contas, a história de Dragon’s Dogma 2, que muito passa pela exploração a pé, entregou uma jornada bastante satisfatória, repleta de intrigas políticas e mistérios. Depois de conseguir o encerramento padrão, agora vou me dedicar ao final “verdadeiro”, muito curioso para ver o que me aguarda.
O Gameplay
Além do polêmico sistema de navegação, Dragon’s Dogma 2 também aposta em um formato nada convencional para jogos de aventura modernos: a ausência de um travamento de mira nos inimigos na hora do combate.
E isso é outro aspecto que pode afastar alguns jogadores do RPG da Capcom. É um sistema nada amigável para iniciantes, e que leva um certo tempo para criar costume em cérebros que já estão forjados com miras travadas em oponentes, facilitando a movimentação durante batalhas.
Confesso que levei algumas boas horas para me acostumar, e até mesmo perto do final do jogo, em batalhas mais complexas, acabei me enrolando sem o auxílio da mira travada, principalmente contra inimigos enormes, como os dragões que aparecem no título do game.
Além disso, outro ponto de destaque em Dragon’s Dogma 2 está nos peões, NPCs contratados pelo jogador para lhe acompanharem na jornada, e que oferecem um suporte muito necessário tanto dentro quanto fora de batalha.
Além de um peão fixo, criado e personalizado pelo jogador, ainda é possível contratar dois outros, que podem ser criações da Capcom, ou parceiros de outras pessoas que estão se aventurando no game.
Isso costumeiramente cria situações em que a experiência prévia dos peões nas aventuras de outros jogadores dá a eles conhecimento para que possam ajudar na resolução de enigmas e até no direcionamento de missões.
E esse último ponto é realmente crucial para a progressão da história em Dragon’s Dogma 2, pois, em um novo ponto polêmico escolhido pelo estúdio, boa parte das missões não entregam de bandeja para o jogador o que ele deve fazer ou aonde precisa ir.
Novamente é um sistema que não pega a mão da pessoa, muito pelo contrário, e que pode acabar sendo frustrante para uma parcela considerável dos jogadores. É preciso realmente estar envolvido na jornada do Nascen para aproveitar ao máximo aquilo que o game tem a oferecer.
A Trilha Sonora e os Gráficos
E chegamos a mais um ponto de discussões de Dragon’s Dogma 2: os temíveis frames por segundo. Ao contrário da grande maioria dos jogos modernos, o RPG da Capcom não atinge os 60 FPS durante o gameplay.
No PC a situação é mais complicada, de acordo com alguns relatos que encontramos entre amigos e outros usuários das redes sociais, mas, no PS5, onde joguei, é relativamente constante o patamar dos 30 FPS, e isso é algo que realmente me incomodou, já que costumo jogar outros games a 60 ou até mesmo 120 frames por segundo.
Parece que o cérebro entra em pane quando começamos a jogar em FPS diferentes, e tive dificuldade de adaptação. Precisei deixar de lado outros games com mais frames por segundo para conseguir finalizar Dragon’s Dogma 2.
O “problema” dos frames por segundo muito se deve ao belíssimo mundo aberto que a Capcom conseguiu construir no game. Nisso não há do que reclamar.
O sistema de exploração costuma recompensar o jogador com cenários muito bonitos, tanto de dia, quanto de noite, com sua ambientação sombria e perigosa que traz uma imersão incrível.
Em termos de trilha sonora, Dragon’s Dogma 2 entrega uma experiência muito imersiva. Os temas de batalha e músicas no geral sempre acompanham de maneira praticamente impecável o que está acontecendo no momento.
Conclusão
Dragon’s Dogma 2 é uma aventura realmente épica e única, capaz de entregar momentos esplendorosos visualmente e situações bastante surpreendentes de gameplay. Para o público alvo certo, é um RPG colossal que merece ser vivenciado de corpo e alma, mas não é para todos.
A falta de um sistema de viagem rápido mais amigável, aliado a um formato de aventura mais focado na exploração a pé vão afastar jogadores mais casuais que buscam apenas um gameplay divertido e focado.