Jornada de Red e Antea em Banishers é emocionante e divertida
A primeira vez em que vi Banishers: Ghosts of New Eden, tive a impressão de que seria um jogo que “marcaria todas as caixinhas” dentro do meu gosto particular para jogos.
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Gameplay em um estilo God of War (os dois últimos), com dois protagonistas com habilidades diferentes, em um cenário sombrio repleto de inimigos bizarros e um visual bastante bonito.
O que eu não esperava naquele momento, mas que logo assim que vi qual era o estúdio responsável pelo game virei instantaneamente a chavinha, era encontrar uma história de partir o coração, capaz de te deixar com o controle parado nas mãos, ponderando cada possível repercussão para suas escolhas.
E depois de vivenciar cerca de 27 horas ao lado de Red e Antea, chegou a hora de trazer o meu veredito para Banishers: Ghosts of New Eden.
A História
Como falei acima, meu primeiro contato com Banishers foi pontuado pelo impacto que o gameplay teve em mim, um fã de soulslikes, e que gostou bastante dos últimos jogos de God of War.
Mas, assim que soube que a Don’t Nod estava por trás do game, cresceu em mim uma expectativa para ver o que as mentes responsáveis pela emocionante série Life is Strange estavam cozinhando em Banishers.
E definitivamente as expectativas foram alcançadas. A história do game é simplesmente fantástica, trazendo um enredo sombrio, misterioso e repleto de nuances, com um gostinho particular pela tristeza que certos eventos transportam ao jogador.
Principalmente porque estamos falando de um jogo que lida ativamente com o luto, em que acompanhamos uma jornada extremamente complexa do casal Antea e Red, dois “banidores”, que possuem habilidades especiais para lidar com os mortos.
O que não é spoiler algum para quem viu pelo menos um trailer de Banishers, é o fato de que Antea morre logo no início da história, mas permanece ao lado de Red como um espírito, e cabe ao jogador encontrar um jeito de libertar a personagem desse calvário. De um jeito ou de outro.
Além disso, os dois precisam ajudar os habitantes de New Eden, que estão sendo atormentados por casos e situações misteriosos e assustadores.
E é aqui que vemos o trabalho da Don’t Nod brilhar, uma vez que cada escolha, cada destino selado para um personagem, tem impacto dentro da trama geral. É preciso encontrar, ou não, o equilíbrio entre ajudar a população e tentar salvar Antea.
Mas aqui é o mais longe que ouso ir sem entrar perigosamente no território de spoilers. Banishers: Ghosts of New Eden possui uma das histórias mais emocionantes e tocantes que já vi em um jogo, e até mesmo dentro de outras mídias. Seria um pecado não deixar você viver isso por si mesmo.
O Gameplay
Dando sequência ao que falei no início deste review, o gameplay de Banishers tem claras inspirações tiradas direto dos jogos da FromSoftware, no que tange o estilo de combate, mas também dos últimos God of War, no posicionamento de câmera, cadência de movimentação e habilidades especiais.
Não que o jogo seja particularmente difícil, pelo menos não na dificuldade padrão, em que joguei para produzir esta análise, mas alguns confrontos conseguiram me derrotar ao longo da campanha.
Entrando um pouco mais a fundo na análise do combate, temos um gameplay bem característico dos jogos que citei como referência, misturando a movimentação do protagonista com a mira travada nos inimigos, enquanto mesclamos ataques leves e pesados com esquivas e parries.
O diferencial de Banishers é o fato de termos acesso a dois personagens, com armas, ataques e habilidades particulares, trazendo um sopro de novidade que evita o marasmo de se acostumar rápido demais com um ou outro.
Apesar de divertido, o combate de Banishers poderia ter algumas camadas extras, e senti falta de mais armas e uma variedade maior de tipos de ataque. Não estragou a experiência, mas pode ser um caminho para a Don’t Nod seguir em expansões ou até mesmo em uma sequência.
Além do combate, a dupla Red e Antea também possui capacidades e habilidades distintas na exploração dos cenários e na resolução de quebra-cabeças. O fato de a moça estar morta dá a ela poderes sobrenaturais, que auxiliam o rapaz na conclusão de um ou outro puzzle.
No geral, a experiência que tive com o gameplay de Banishers foi bastante satisfatória. Como um fã de soulslikes, senti que há ali um tempero da FromSoftware, e já estou planejando uma segunda jogatina, em um nível de dificuldade maior, para aproximar ainda mais inspiração e inspirado.
A Trilha Sonora e os Gráficos
O trabalho feito pela Don’t Nod neste quesito é fantástico. Feito na Unreal Engine 5, Banishers apresenta um visual deslumbrante, tanto para os personagens, quanto para os cenários em que viajamos no game.
O mundo semi-aberto do game oferece diversos tipos de biomas, desde praias a ambientes cobertos de neve e vilas sombrias. Sempre com cenários muito detalhados, mostrando o cuidado que os desenvolvedores tiveram na construção deles.
A trilha sonora não chega a atingir o mesmo nível dos gráficos, mas também não deixa a desejar, acompanhando os momentos de mais emoção na história com um bom nível de qualidade.
Conclusão
A Don’t Nod encontrou mais um caminho de sucesso em Banishers: Ghosts of New Eden. Onde o estúdio havia pecado com Vampyr, acertou, desta vez, bem no centro do alvo.
A mistura perfeita de história emocionante, que reage às escolhas do jogador, oferecendo vários finais, com o gameplay que vai agradar aos fãs de soulslikes, coberto pelos gráficos incríveis do jogo, entraga um pacote sensacional.