Desenvolvedores do remake de The Witcher comentaram sobre partes datadas do jogo
O Jakub Rokosz, CEO da Fool’s Theory, empresa formada por ex-desenvolvedores da CD Projekt Red, comentou sobre o trabalho de atualizar o primeiro The Witcher. O grupo está encarregado do remake do primeiro título da franquia, e parece estar focado em realizar algumas mudanças no conteúdo original.
Rokosz, que foi um designer sênior de missões na CD Projekt Red e trabalhou no segundo e terceiro jogo da franquia, comentou sobre a decepção de não ter conseguido trabalhar no primeiro título; “Sempre me incomodou ter perdido o primeiro. Queria uma chance de dar a justiça que merece”.
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O primeiro jogo da franquia, lançado em 2007, já não é mais assim tão agradável de jogar, seja pelas mecânicas que já estão datadas, ou pelos gráficos que não se sustentam mais, ou conteúdos que problemáticos que já levantavam críticas na época. E pensando nesses aspectos, Rokosz está focado em realizar algumas mudanças.
“Em primeiro lugar, precisamos de uma análise honesta e realista de quais partes são simplesmente ruins, desatualizadas e precisam ser refeitas”. Isso virá ao mesmo tempo que “destacar as partes que são ótimas, que devem ser retidas ou que são pilares-chave diretos que não podem ser descartadas”.
As polêmicas cartas românticas
Uma das mecânicas do primeiro The Witcher, era a possibilidade de conseguir ter momentos românticos com uma série de personagens, como Triss e Shani, ou até mesmo NPCs secundárias. No entanto, ao invés de ter as cenas de romance e relações sexuais, o jogo entregava uma carta com uma ilustração bem sugestiva.
Algumas contam com representações mais ousadas, e transforma toda a parte do romance do jogo, em uma tentativa de coletar todas as cartas, o que acaba soando bem errado quando lembrarmos que se tratam de personagens no primeiro The Witcher.
O sentimento de estar coletando mulheres, não se aplica somente ao olhar de quem analisa por fora, mas um dos próprios criadores do sistema, se arrepende de ter feito isso. Conversando com o site Time Extension, o designer de história e roteirista de Witcher 1, Karol Kowalczyk, disse que se livraria da mecânica.
“Com a experiência que tenho agora, eu deixaria os desenhos no jogo, mas removeria qualquer sugestão de que se trata de um colecionável, e também faria uma revisão de todas as cenas e tiraria do jogo aquelas que estavam causando sentimentos contraditórios”. Kowalczyk também explicou que a mentalidade de quem está jogando, acaba indo para esse lado colecionar todas.
“E nesse contexto, é realmente muito perturbador que o jogo obrigue você a se tornar um viciado em sexo para conseguir alguns desses. Não conseguimos ver isso quando você está testando o jogo pela centésima vez, você começa a fazer isso mecanicamente e não sente realmente essas emoções”, explicou o desenvolvedor.
Remakes podem servir para isso também
Vendo como a Fool’s Theory está lidando com a situação, e com possivelmente a bênção do criador da mecânica, dá para entender o motivo das cartas estarem sendo retiradas. É algo que no contexto atual, com mais informação e uma mentalidade diferente, não se encaixa mais esse formato.
Um trabalho que os remakes podem exercer para certas obras, é atualizar não só a jogabilidade e os gráficos, mas também pontos que podem ser considerados problemáticos. Não é um trabalho de apagamento ou algo do tipo, mas sim de reconhecer que certos aspectos de uma obra, não funcionam mais, e merecem ficar para trás.
Lembro que jogando The Witcher 1, uma dessas cenas que concedem cartas, era Geralt lidando com uma personagem, que após insultar o caçador de monstros de tudo quanto é nome, acabava tendo uma noite de romance com ele. Zero de sentido, assim como boa parte dessas cenas com outras NPCs.
A mecânica não é extremamente imprescindível para o jogo, e muito provavelmente a equipe deve substituí-las por cenas de romance. Por isso, o uso dessas cartas acaba ficando obsoleto, e não serviria para nada, além de ser um colecionável. O que sabemos, não era a ideia dos desenvolvedores.
Quando a equipe que faz parte do projeto original, também não é muito fã da mecânica, parece mais do que justo, retirar as cartas do jogo, e elas muito provavelmente não vão fazer falta no remake de The Witcher 1.
Com o CEO da Fool’s Theory comentando sobre o corte de algumas coisas do remake de The Witcher 1, é certeza que essa mecânica de romance será descartada. E essa pode ser uma decisão extremamente acertada da desenvolvedora, além da melhora gráfica e das mecânicas desse clássico.
Com informações de: Games Radar+
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