NBA 2K não tem concorrência, e isso compromete a qualidade do jogo
NBA 2K25 chega em 6 de setembro para PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X/S, PlayStation 5 e PC. E com a chegada de mais um jogo da Visual Concepts, também volta a discussão sobre como a franquia irá abordar micro-transações e outros problemas que já são inerentes da série.
Sem um concorrente para tentar fazer frente ao poder sustentado pela 2K e pela Visual Concepts, a desenvolvedora e a publisher nadam de braçada em decisões questionáveis que fazem com que os jogadores só tenham duas opções: não comprar o jogo, ou continuar reclamando.
NBA Live 19 foi o último desafiante
NBA Live 19 foi o último jogo da franquia criado pela Electronic Arts, e continua com os seus servidores ativos até hoje. Com isso, muitos jogadores tem retornado para o título da EA, e devo dizer, que eu também fiz isso durante um tempo.
É surreal como o jogo continua divertido e também o principal: não era necessário gastar dinheiro para conseguir subir os níveis de atributos, e uma série de itens cosméticos poderiam ser adquiridos conforme progredia na jogabilidade.
Existem coisas que o NBA Live não conseguia fazer direito, a mecânica do arremesso é meio estranha, a defesa também não era tão realista e também os modelos dos jogadores e a movimentação ainda era um pouco artificial.
Contudo, não é difícil ver alguns jogadores retornando para o Live 19, e existem até mesmo alguns criadores de conteúdo que publicam vídeos sobre o título até hoje, muito pelo fato do NBA 2K24 ser tomado de micro-transações e isso dificulta criar vários personagens para se divertir, ou conseguir atletas no MyTeam.
Outra coisa que chama a atenção positivamente no NBA Live, é que assim que o jogador completar o modo Rise, ao criar outro personagem, é possível pular diretamente para o nível 50, subindo rapidamente metade dos níveis disponíveis sem nenhum problema.
No caso de qualquer título da 2K, existe a opção Rebirth, que sobe a possibilidade do jogador subir o nível do atleta até o nível 90, contudo, é preciso gastar VC, a moeda premium do jogo, para conseguir subir esses atributos. Ou seja, terá que gastar dinheiro que qualquer forma.
Desde o lançamento do NBA Live 19, não existe outro concorrente para a 2K, e com isso, ela consegue impor o ritmo que deseja para garantir que as micro-transações continuem ditando como a experiência será no jogo.
A máquina de dinheiro
Recentemente, um artigo do New York Times comentou sobre o assunto, principalmente com foco em modalidades como o MyTeam, que tem práticas de micro-transações tão agressivas quanto o modo MyCareer, que permite o jogador criar o seu próprio atleta e dominar a NBA e os modos de jogo online.
O artigo mostra que cerca de 80% dos lucros da 2K vem de micro-transações, algo em torno de US$ 4,2 bilhões. O que mostra o motivo da empresa focar tanto nas micro-transações e tentar, a todo custo, tirar dinheiro do consumidor.
Sem um concorrente direto para tentar retirar algumas vendas da 2K, a empresa pode colocar cada vez mais práticas abusivas sem se preocupar com perder jogadores para o concorrente, já que não existe ninguém.
Um dos principais problemas dessa situação toda, é que a jogabilidade do NBA 2K é muito sólida, principalmente ao replicar os movimentos dos atletas em quadra, como o jogador pode personalizar o seu atleta criado no MyCareer com animações e itens cosméticos.
Não existe, no momento, uma experiência mais completa do que o NBA 2K24 no mercado para os fãs de basquete. Seja o visual dos atletas, as animações, os modos de jogo, nisso, a empresa acerta. O problema é outro. Comprar a enterrada do LeBron James custará uma quantidade honesta de VC, que impede que o jogador suba o nível do atleta, ou compre alguma carta que gostaria de ter no MyTeam.
Isso sem contar que suas cartas, seu personagem, e todo o dinheiro que você gastou, ficará preso no NBA 2K24. Com o tempo, os servidores serão fechados, e não será possível jogar nenhum modo online. O seu personagem com 90+ de overall? Diga adeus. Seu Michael Jordan raríssimo? Ficará preso para sempre no NBA 2K que você conseguiu ele.
Sem concorrência, não existe diversão
Sem ter um jogo para fazer sombra ao NBA 2K25, a Visual Concepts deve manter o mesmo estilo de monetização, cobrando para utilizar itens cosméticos, para aprimorar o personagem, e gastar ainda mais para garantir aquele Michael Jordan de overall 99 no MyTeam.
Com as microtransações se tornando algo cada vez mais frequente, fica difícil de achar uma solução para esse problema, que não seja um novo concorrente chegando para tentar, ao menos, diminuir um pouco essa prática da 2K que já está se tornando algo completamente fora de mão.
Não sou ingênuo de não acreditar que um retorno de um NBA Live não traria micro-transações, já que sabemos que a Electronic Arts também pesa bastante a mão nesse lado com o Ultimate Team no EA Sports FC.
Contudo, não existe problema nenhum em deixar a opção para aqueles que querem gastar dinheiro, mas ao menos, deveria existir uma forma das pessoas que não tem tanto interesse de gastar assim, conseguir ao menos ser competitivo.
Tenho mais de 300 horas no NBA 2K24, e por mais que eu tenha jogado bastante e ter vários personagens diferentes, o máximo que consegui, foi chegar no overall 82 com o meu melhor personagem. A partir do nível 80, as compras de atributos vão ficando mais caras, e fica impossível de melhorar sem gastar dinheiro a partir daí.
Com essa prática, fica claro que a 2K não liga para o bem-estar do consumidor, e foca bastante em tentar garantir o lucro através das micro-transações, com um título que já custa R$ 349 nos consoles. É complicado de defender qualquer posição da publisher nesse sentido.
Sem ter um concorrente direto, a 2K passeia livre em práticas problemáticas, sem ter ninguém tentando tirar esse reinado bizarro extremamente criticado. E o pior disso, é que a empresa sabe que o NBA 2K24 é criticado. O título chegou a ser o segundo jogo mais mal avaliado da Steam.
Se nem isso fez com que a empresa repensasse algumas práticas, somente um novo concorrente pode trazer uma centelha de esperança de que o jogo melhorará. Até lá, continuamos com uma jogabilidade prejudicada pelas extensas micro-transações.
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