Uma das franquias de maior sucesso nos games, Mortal Kombat estreou há mais de 30 anos
O ano era 1992. Dois jovens desenvolvedores de games, Ed Boon e John Tobias, trabalhavam, à época, na Midway, e tinham uma complexa missão: criar e lançar um jogo de luta dentro de um ano.
Leia mais:
- Palworld se torna o segundo jogo pago mais popular na história da Steam; veja qual é o primeiro
- Desenvolvedores de Prince Of Persia: The Lost Crown gostariam de trabalhar em spin-off de Zelda
- Indiana Jones and The Great Circle: diretor explica uso de primeira pessoa
Boon e Tobias acreditavam que o jogo que precisavam desenvolver deveria competir com aquele que dominava o mercado na época: Street Fighter II.
A missão, por si só árdua e desafiadora, ganhou contornos ainda mais complexos quando se considera o orçamento e o time disponíveis naquele momento: US$ 1 milhão e apenas quatro pessoas trabalhando.
À princípio, Mortal Kombat havia sido pensado como uma adaptação do filme Soldado Universal, e deveria ter uma versão digitalizada do ator Jean-Claude Van Damme.
Por conta de conflitos de agenda, Van Damme nunca fez parte do projeto, mas, no final das contas, acabou sendo representado em Mortal Kombat na forma de uma paródia, através de um dos personagens mais icônicos da franquia: Johnny Cage.
Mas o nome Mortal Kombat não foi a primeira opção da equipe, e durante os 10 meses de desenvolvimento do game, entre 1991 e 1992, outras opções foram consideradas, como Dragon Attack, Death Blow e Fatality, que posteriormente viria ser um termo altamente ligado à franquia MK.
A inovação do Combate Brutal
Mortal Kombat tinha competidores ferrenhos, como o supracitado Street Figher II, mas ganhou notoriedade e destaque dentre a comunidade de jogos de luta por conta de seu teor mais famoso: a violência.
Além dos golpes sangrentos e devastadores, MK apresentou uma novidade dentro do sistema de bloqueios. Diferente de outros jogos, defender um ataque adversário reduzia bastante o dano recebido, mas não o negava totalmente.
Mas, a mecânica que mais se notabilizou em Mortal Kombat, justamente por oferecer algo totalmente inédito nos jogos de luta, aliado ao tema sangrento que permeia a agora franquia, são os Fatalities.
Os Fatalities são golpes especiais que finalizam as lutas de maneira extremamente brutal e sanguinolenta, frequentemente marcados por desmembramentos totais dos corpos dos personagens.
Rapidamente, os Fatalities se tornaram febre entre os jogadores, que se uniram para descobrir quais comandos secretos eram responsáveis por cada um destes golpes finalizadores.
A violência nua e crua dos Fatalities ajudaram a estabelecer a estética de Mortal Kombat, que, dentre as inovações que trouxe para os jogos de luta, frequentemente respingava sangue na tela dos jogadores.
Personagens jogáveis
Hoje com dezenas de personagens, o início de Mortal Kombat foi com um elenco bem mais enxuto, composto apenas por sete lutadores.
Scorpion, Sub-Zero, Johnny Cage, Kano, Sonya, Raiden e Liu Kang foram os escolhidos para trocarem socos, chutes e magias, antes de finalizarem as lutas com fatalities únicos e exclusivos para cada personagem.
A história
Mortal Kombat 1 se passa em Earthrealm, onde um grande torneio marcial é realizado na Ilha de Shang Tsung, um feiticeiro que foi banido 500 anos antes, e com a ajuda de criaturas monstruosas tomou controle do torneio que dá nome ao game.
E por estes 500 anos, um lutador chamado Goro se manteve invicto no torneio, vencendo nove edições consecutivas. Caso uma décima conquista acontecesse, Shao Khan, imperador de Outworld, e chefe de Shang Tsung, ganharia controle de Earthrealm.
Para evitar que isso aconteça, um novo grupo de lutadores de Earthrealm é montado com a liderança de Raiden, o deus do trovão. E dele sai o grande campeão da edição do Mortal Kombat que vemos canonicamente no game: Liu Kang.
Legado e impacto na indústria
Mortal Kombat marcou profundamente a indústria, não só dos games, mas com ramificações em outras áreas do entretenimento, como animes, séries e filmes.
A estética única da franquia até hoje não conseguiu ser replicada por outras investidas de concorrentes, enquanto evoluiu vertiginosamente dentro do próprio escopo.
Enquanto o visual e as escolhas estéticas marcam pelo lado positivo a história de MK, eles também são aspectos que são muito atacados por grupos mais “conservadores”.
As cenas grotescas e sangrentas que o game apresenta criam uma resistência óbvia de pais e mães que não deixam que filhos menores tenham acesso a qualquer jogo da franquia.
Recepção de jogadores e críticos
O sucesso de Mortal Kombat foi estrondoso e não levou tempo para que o game atingisse o topo dos jogos mais populares dos Estados Unidos, posto em que se manteve até metade de 1993.
Até novembro de 2000, o game vendeu mais de 6 milhões de cópias para consoles, incluindo versões para Super Nintendo, Mega Drive, Game Boy e Game Gear.
A crítica recebeu Mortal Kombat com notas bem positivas, reunindo uma nota média de 84 pontos em análises feitas no Super Nintendo e no Mega Drive.