The Legend of Zelda: The Minish Cap é uma joia perdida dentre uma franquia eternamente nos holofotes
The Minish Cap. É impossível achar que The Legend of Zelda poderia estar na série Joias Perdidas. Uma das franquias de maior sucesso da história dos jogos eletrônicos, conhecida e renomada ao redor do mundo, a ponto de ter mais um lançamento, logo em seguida ao jogo mais popular de sua existência – com Breath of the Wild superando os 30 milhões de softwares vendidos – tem um jogo… underground?
Mais uma vez, uma grande série do mundo dos videogames esconde uma surpreendente história. Uma que foi escrita em parceria com, nada mais, nada menos, que a Capcom. No entanto, por ser um jogo para um console portátil, que não chegou nem aos pés do número de vendas dos seus irmãos (injustamente), esse clássico acabou esquecido. O Joias Perdidas de hoje apresenta The Legend of Zelda: The Minish Cap.
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Lançado em 4 de novembro de 2004 (virgem Maria, esse jogo faz 20 anos ano que vem, eu tô muito velho), The Minish Cap, como dito anteriormente, foi um dos poucos jogos da franquia Zelda que a Nintendo desenvolveu em parceria com a Capcom – os outros sendo Oracle of Ages e Seasons, além dos ports de A Link to the Past e Four Swords para o Game Boy Advance, sem contar com o terceiro jogo, cancelado, da trilogia Oracle.
O game conta, claro, a história de Link, dessa vez, durante a criação da Four Sword. Sim, a mesma de… bem, Four Swords e Four Swords Adventures. Desde o surgimento de Vaati, apresentando uma das raças mais incríveis – e esquecidas – da série, os Minish, ou Picori. A tribo é a principal canalizadora da história, sendo a origem do próprio vilão, assim como do chapéu do herói.
É, é isso mesmo. Ezlo, o chapéu, é um Minish transformado por Vaati, e que serve como o principal companheiro de Link na aventura, aos moldes de Navi, Tatl, Midna e Fi. A jornada acontece entre o mundo dos Hylians e dos habitantes da Floresta Picori, com a mecânica de aumentar e diminuir de tamanho, concedida por Ezlo a Link. Dessa forma, o herói vive na pele o que é ser do tamanho de uma formiga, à lá ‘Querida Encolhi as Crianças’.
E é essa transição incrível entre o Link de tamanho normal e a versão pocket que faz da aventura completamente única. Inimigos recorrentes na franquia ganham um novo significado, um novo nível de perigo e dificuldade. Desde o mais simples Chuchu até chefes das masmorras, os vilões de The Minish Cap têm um significado, uma imponência a mais. A arte do jogo faz com que o 2D do jogo não seja relevante, mesmo que em uma época já dominada pelo 3D, até na própria franquia (afinal de contas, em 2002 tivemos o lançamento de Wind Waker e, em 2006, Twilight Princess).
Além da boa história dentro do jogo, The Minish Cap é importantíssimo para The Legend of Zelda como série. É o segundo jogo da cronologia oficial, na sequência de Skyward Sword, o primeiro no qual Zelda é apresentada como uma princesa de fato. Ele introduz a Four Sword, o vilão Vaati, os próprios Minish, que foram, inclusive, especulados em Breath of the Wild e que podem estar em Tears of the Kingdom.
Diversos personagens recorrentes na série têm sua primeira aparição cronológica em The Minish Cap. Anju, Beedle, Gorman, Malon e Talon (assim como o próprio Lon Lon Ranch), Dampé e Tingle, assim como a primeira aparição física das deusas Din, Nayru e Farore. Só isso já mostra a importância do jogo para a franquia. Mas, mais a fundo que somente a importância, The Minish Cap é excelente.
É um jogo muito gostoso de jogar, fiel à franquia, com dungeons desenvolvidas em cima de bons puzzles, não tão simples nem tão rebuscados, uma arte linda e todo o desenrolar e bom roteiro já padrão de The Legend of Zelda. Mas, além de tudo, é um jogo de Game Boy Advance. É um portátil. Dá pra jogar em qualquer lugar. E, enquanto isso poderia ter sido uma bênção, foi, na verdade, a ruína de The Minish Cap.
O Game Boy Advance é o segundo portátil da Nintendo com menos vendas na história, superando apenas o 3DS. A nível de comparação, o Game Boy, seu antecessor, se aproximou das 120 milhões de unidades vendidas. O DS, posterior, quase 155 milhões. O GBA ficou na casa dos 81 milhões. O que não é um número ruim, claro. Mas, na comparação, a surra é notável. E, sim, você podia jogar os games de GBA no DS. Mas quem iria buscar The Minish Cap quando o DS tinha Phantom Hourglass e Spirit Tracks, jogos mais novos, otimizados para o sistema.
Quando olhamos para as vendas do portátil fora dos grandes centros – EUA, Europa e Japão -, o número é ínfimo. Menos de 3 milhões de unidades foram distribuídas nos mercados secundários, o que inclui o Brasil. Com isso, The Minish Cap acabou sendo o segundo jogo menos vendido de todos os tempos na franquia, à frente apenas de Tri Force Heroes (de 3DS, que vendeu menos que o GBA. Viram a ligação?).
Então talvez tenha chegado a hora de aproveitar. O jogo está na eShop do Wii U, que fecha ainda esse mês. Se você tiver acesso, aproveite. The Minish Cap é um Zeldão de respeito, e vale uma relembrada nessa incrível joia perdida do mundo dos games.
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