Estreando o espaço de recomendações e debates de jogos do Game Pass aqui na Game Arena
Cada vez mais o Game Pass se consolida no imaginário popular como um “Netflix dos games”. Quando recomendamos algum jogo, é comum a pessoa perguntar se ele está disponível no serviço da Microsoft, que virou um facilitador e uma vitrine para vários títulos menos badalados.
Pensando nisso, estou começando aqui na Game Arena o Clube do Game Pass, uma espécie de clube do livro para compartilhar indicações e experiências, com obras que façam parte do catálogo do serviço.
Leia mais
- The Messenger correu para que Sea of Stars pudesse voar
- Starfield: tudo que você precisa saber sobre o jogo
- Pérolas da 10ª Arte – WarioWare, Inc. Mega Microgames!
Para abrir os trabalhos, trago aqui um dos meus jogos favoritos de 2021, que infelizmente passou um pouco abaixo do radar: Death’s Door.
No jogo, assumimos o papel de um corvinho espadachim que trabalha como coletor de almas no Comitê dos Ceifadores, um departamento no plano pós-vida, com toda a cara de uma burocrática repartição pública. A missão principal envolve a coleta de três grandes almas para tentar abrir a porta do título e desvendar uma possível conspiração contra os ceifadores.
Death’s Door foi desenvolvido de maneira independente pelo estúdio britânico Acid Nerve, que já tinha mostrado muita competência com Titan Souls em 2015. O jogo tem algumas inspirações bem evidentes, mas as principais são a série The Legend of Zelda e os filmes do aclamado estúdio Ghibli.
O grande charme de Death’s Door está na maneira como ele utiliza o conceito clássico de dungeons de Zelda, com itens específicos para explorar as possibilidades de cada mecânica, de formas bastante criativas, sem nunca se tornar repetitivo. Ajuda muito o fato do jogo não ser um roguelike. Como as áreas não são geradas de forma procedural, a equipe pôde ter mais controle na hora de polir o modo como a exploração progride.
Os personagens e a ambientação transmitem algo que é, ao mesmo tempo, fofo e sombrio. O mundo é misterioso, meio melancólico, e instigante a ponto de nos fazer prosseguir também para descobrir mais sobre ele. A experiência toda é bem recompensadora em um jogo que é, para os padrões atuais, bem curtinho.
Destaque especial para a trilha sonora e para o carisma dos chefes do jogo. Cada um deles desenvolve um tema bem específico, e as lutas são memoráveis e bem desafiadoras, sem se tornarem frustrantes em momento algum.
Death’s Door foi ofuscado, em 2021, por Kena: Bridge of Spirits nas premiações de melhores jogos indies do ano. Atualmente, ele também não resiste muito à comparação com Tunic, outro jogo com inspirações parecidas que foi lançado ano passado.
De toda forma, a recomendação é certeira para fãs de Zelda e jogos de ação com câmera isométrica em geral. Por ter recebido menos atenção do que merecia, o jogo é, hoje em dia, um achado dentro do catálogo do Game Pass.
Sem sombra de dúvidas, Death’s Door é o melhor jogo de corvo espadachim mensageiro da morte de todos os tempos.