Nosso clube de recomendações da biblioteca do Game Pass, hoje com As Dusk Falls
Quando Walking Dead da Telltale foi lançado em 2012, me fez perceber que esses jogos focados puramente em narrativa e decisões que vão se bifurcando na história são ótimos pra se jogar de galera, ou em casal.
Esse gênero, que agora chamo carinhosamente de novela interativa, foi me conquistando gradativamente, e tenho procurado cada vez mais títulos nessa linha – principalmente para poder jogar com a minha namorada.
No último final de semana, comecei a jogar aqui As Dusk Falls, jogo que fez um barulho considerável quando foi lançado, no ano passado. Como está disponível no catálogo do Game Pass, achei um título interessante para a recomendação da semana, contando um pouco das minhas primeiras impressões.
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As Dusk Falls é o primeiro jogo desenvolvido pela Interior Night, um estúdio independente britânico fundado por Caroline Marchal, ex-funcionária da Quantic Dream. Isso explica a vocação do estúdio para jogos narrativos, considerando que a Quantic Dream foi responsável por jogos como Heavy Rain e Detroit: Become Human.
A história, ao menos nos primeiros capítulos, está se concentrando em duas famílias bem distintas. Uma delas é composta por um casal, a filha pequena deles e o avô paterno dela. Eles estão mudando de cidade em um momento bastante delicado, com crises pessoais e profissionais que são explicadas no decorrer do jogo.
A outra família é composta por três irmãos que são infames por cometer pequenos delitos em uma pequena comunidade no meio do deserto do Arizona. O charme da coisa é observar como as histórias dessas duas famílias irão se cruzar, com consequências potencialmente trágicas.
Um dos aspectos mais chamativos do jogo é a direção de arte. As Dusk Falls desenrola as cenas e diálogos fazendo uma transição entre imagens estáticas, em vez de usar a captura de movimento de atores em modelos poligonais. Isso traz a sensação de estarmos acompanhando uma história em quadrinhos interativa, o que é bem peculiar e destaca o jogo de outras produções do gênero.
Na prática, o jogo funciona como um point’n click dentro dessas imagens estáticas, nas quais procuramos elementos do cenário que sejam passíveis de alguma interação, progredindo a cena. Ele ainda inclui alguns quick time events, aquelas ações rápidas de apertar determinados botões no tempo certo, com o intuito de dar mais dinamismo às situações mais tensas. Não sou um grande fã do artifício, mas acho que pode agregar à experiência de quem curte, especialmente porque eventuais erros costumam custar bem caro.
Felizmente, as opções de acessibilidade são muito grandes. Isso é ótimo para que o jogo possa ser aproveitado devidamente pelo maior número de pessoas possível, é claro. Mas também é ideal pra quem não quer lidar os quick time events, ou com o limite de tempo na hora de tomar alguma decisão importante. Sem essa contagem, minha experiência ficou muito mais envolvente, pois adicionou também tempo para debater o impasse da cena com a minha companheira.
Passados dois capítulos, posso dizer que fui fisgado e estou bem curioso para conhecer os rumos da bagunça toda que se instaurou entre os personagens centrais. As Dusk Falls colocou mais um estúdio no meu radar, e, certamente, expandirá os horizontes de todo mundo que, como eu, for entusiasta de boas novelas interativas.
E não esqueçam, toda semana trarei novas recomendações aqui no Clube do Game Pass!