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VALORANT: ryotzz, sobre conciliar carreira e família: “Impossível não sentir falta”

Treinador da Hero Base, ryotzz deu entrevista a Game Arena, detalhou carreira e projetou objetivos para o segundo split

ryotzz

Foto: divulgação/Riot Games.

O coach da equipe de VALORANT da Hero Base, Leon ‘ryotzz’ Felipe, concedeu entrevista exclusiva a repórter Siouxsie Rigueiras, da Game Arena, para abordar assuntos sobre a sua carreira como jogador, nova função de coach, família e equipe que comanda atualmente.

Primeiro, ryotzz começou a entrevista falando sobre a sua migração para o VALORANT, após ter se aventurado no CS, onde atuou entre 2017 e 2020, com passagens por Black Dragons, W7M, entre outras equipes. Ele afirma que, na ocasião, o CS passava por um momento difícil e ele enxergou no FPS da Riot um “fator novo”.

“Foi bem legal. Veio todo esse projeto, com a Riot envolvida, e o LoL só crescia no Brasil. Para quem tava no CS, era um momento complicado, uma transição que ninguém sabia o que iria acontecer, se a Valve ia se intrometer ou não. Ela não se intromete até hoje, então teve muita insegurança envolvida. E o prospecto de algo novo, que poderia crescer, com muito potencial, me brilhou os olhos.”

“Cheguei muito cedo, não estava no beta, mas entrei pouco tempo depois e comecei bem quando entrei na paiN. Foi muito legal ver esse começo do cenário, teve um crescimento absurdo até chegar nesse momento das franquias, que também deixou um pouco mais instável para a galera dos Challengers.” – afirmou o atual coach.

Sobre a mudança de função dentro do VALORANT, deixando a carreira de jogador para se tornar treinador, ryotzz revela que precisou traçar uma nova rota para sua carreira após a implementação das franquias da Riot Games, pois sua carreira de pro player estava carregada de incertezas.

“Quando acabou minha última temporada como jogador, eu estava na TBK, veio esse negócio das franquias e ficou algo muito incerto para quem fosse ficar. Os boatos eram que os investimentos iriam cair demais para quem ficasse no Brasil e isso torna a vida complicada. Às vezes a galera esquece que pro player é ser humano, tem contas para pagar, preocupações.”

“Foi um momento de muita incerteza. E nesse período que fiquei parado, foi um momento de muita reflexão e tive uma certeza, que era continuar competindo. Esse período me fez muito mal e eu não estava conseguindo me dedicar ao jogo individualmente. Ali, me mostrou que eu não tinha mais gás de me manter individualmente bem como tinha antes, mas sabia que o propósito da minha vida, no momento, era competir. É o que gosto de fazer e quero continuar fazendo. Foi muitos meses de reflexão, mas me trouxeram essa luz.” – revelou.

Incertezas que, inclusive, afetaram sua vida pessoal até pouco tempo atrás. Após a chegada da Hero Base em sua vida, ryotzz conseguiu se manter mais seguro: “Veio de um processo que estávamos muito inseguros com relação a minha carreira, instabilidade financeira. Isso afeta o emocional, o psicológico, até as coisas evoluírem e a gente chegar na Hero Base. A nossa rotina já era meio bagunçada. A gente se vê, mas o tempo para passar juntos, é difícil. Nossas rotinas não batem, ela trabalha em plantões noturnos, temos responsabilidades diferentes.”

Relação carreira e família

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Foto: divulgação/DreamHack.

Falando sobre a sua carreira, ryotzz conta que, quando conheceu os Esports ainda no CS 1.6, não via possibilidades de viver daquilo, até se tornar profissional, de forma tardia, em 2017. De lá para cá, vem se dedicando ao máximo para ser o melhor.

“Descobri a competição na minha vida tarde. Quando entrei, em 2017, já tinha 23 para 24 anos, idade já considerada velha nos Esports. Depois de muito tempo, veio a reflexão que eu sempre gostei de competição, mas nunca soube que era um futuro. Em 2006, eu via o FalleN, cogu, MIBR jogar no CS 1.6 e eu achava incrível, mas era algo exclusivo de poucas pessoas. Mas se tornou uma realidade para mim, e desde então meus grandes objetivos são os mesmos, se poder ser o melhor, competir internacionalmente, ser o melhor.”

“Já venci bastante, já perdi mais ainda, mas quero continuar vencendo, essa é a minha motivação. Mas a vida vai acontecendo e agora tenho uma família para cuidar, prover uma estabilidade, futuro, viver juntos, conhecer o mundo. Outros objetivos vão surgindo no meio do caminho. É um amontoado de coisas, mas agora eu faço muito para me manter fiel ao meu sonho e a minha família.” – revelou.

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ryotzz conta que, nessa temporada, precisou passar um período em Joinville, sede da Hero Base, para fazer um bootcamp preparatório junto da equipe visando a temporada 2024. Nesse período, sentiu na pele o que é ficar longe da família.

“Não começamos tão bem o primeiro split, treinamos e fizemos um bootcamp em Joinville, na sede da Hero Base. As coisas começaram a bagunçar e esse período [bootcamp] foi a primeira vez que fiquei tanto tempo longe da minha família. É difícil lidar, você sabe que é por um objetivo, pelo propósito, mas é impossível não sentir falta de casa, de estar perto deles. E isso também acaba se tornando motivação para fazer dar certo, dar o máximo para voltar para casa ganhando.” – detalhou.

O treinador relembra suas falas na coletiva de imprensa após o título do primeiro split do Challengers em agradecendo ao apoio e compreensão que recebe de sua esposa e filho.

“Depois do Challenger, na coletiva, eu disse que agradecia muito o apoio da minha família, porque realmente é uma rotina muito maluca e intensa. E contar com essa compreensão deles é o que faz a diferença. No começo do split estávamos mal, precisamos dar um gás a mais, só que o nosso time sabe ser efetivo na hora dos treinos, não precisa botar tanta carga horária, conseguimos colocar mais qualidade em menos tempos do que outros times, na minha opinião. A nossa rotina é intensa, mas ela não é exaustiva a ponto de ser exagerada. A competição exige intensidade e comprometimento.” – agradeceu ryotzz.

Perguntado sobre o que fez nesse período de pausa, ryotzz revela que teve tempo para descansar e curtir a família, apesar de ter sido somente uma semana de pausa para ele e os jogadores.

“Temos que lidar com o que temos. Deu sim para descansar um pouco, curtir um tempo com a família, ficar longe da rotina de treinos, mas foi uma semana, na outra já tinha que voltar porque o segundo split já tava para começar. Apesar de termos sido campeões, não dá para abaixar a guarda e achar que vai ser fácil. A tendência é sempre o contrário, ser mais difícil. É isso, é a vida que a gente escolheu, não tem para onde correr.” – contou.

Hero Base e 2º split de 2024

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ryotzz conta que, ainda quando atuava sob a tag da União, conversava com os jogadores para que fizessem algo diferente visando a criação de conteúdo e rasga elogios a Hero Base para esse lado.

“Quando eramos União, sabíamos que tínhamos que fazer algo a mais. Gravar conteúdo para chamar a atenção das orgs. Na Hero, a gente manteve, mas agora é bem mais profissional. Isso facilitou muito nossa vida. A Hero Base conta com um staff incrível, nos ajudam. Nós sabemos desenrolar bem, mas na parte de criar e pensar, não é o mais forte dos pro players. É uma rotina pesada, intensa, mas a gente vai se acertando.” – afirmou.

Finalizando a entrevista, ryotzz prega os objetivos da Hero Base, conta que espera um segundo split mais difícil do que o primeiro e que o foco da equipe é ser campeã e chegar nas franquias da Riot Games.

“Nosso objetivo desde o início do começo é o mesmo, é vencer o Ascensio. O segundo split tende a ser mais difícil, por mais que tenhamos sidos campeões no primeiro e estar em um caminho correto, mas temos que nos manter firme, a classificação não está garantida, o segundo split vale mais pontos. Precisamos manter o foco, continuar trabalhando bem, não desmerecer ninguém e, nesse momento, está todo mundo querendo ganhar da gente. A guarda tem que estar alta e temos que classificar o Ascensio, vencer ele e subir para as franquias.” – finalizou ryotzz.

Se você gostou deste conteúdo em texto, veja também nossos vídeos. Neste aqui, veja nossa entrevista com Guilherme Spacca, comentarista da Riot Games:

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