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VALORANT: passou da hora de organizações investirem no inclusivo
Valorant
Foto: reprodução/Riot Games

VALORANT: passou da hora de organizações investirem no inclusivo

Com quase três anos de competitivo, times inclusivos ainda disputam torneios oficiais por conta própria

Siouxsie Rigueiras •
29/04/2024 às 23h16, atualizado há 7 meses
Tempo de leitura: 8 minutos

Após a equipe de especialistas em VALORANT da Game Arena* descobrir que metade dos elencos que disputam a fase presencial do Stage 1 do VCT Game Changers Brazil (VALORANT Champions Tour) segue competindo no torneio sem uma organização para custear e zelar pela parte burocrática de atletas profissionais, entramos em um embate para entender quais seriam as motivações de clubes investirem no cenário.

Foi uma pesquisa longa: valores de premiações de campeonatos inclusivos e mistos, comparativo entre capitalização geral de times brasileiros desde o nascimento do competitivo de ambos cenários, dados que transmitam verdadeiramente o crescimento da disputa do inclusivo e o mais puro suco do jornalismo. Só assim para conseguir explicar a problemática acerca do que pro players da modalidade enfrentam.

Quando o inclusivo deu seus passos de bebê no fim de 2021, a comunidade logo se animou com a chance real que pessoas poderiam ter de viver do sonho de jogar VALORANT profissionalmente; tanto quem acompanha as séries de perto, quanto quem joga e possui paixão pela modalidade e por competir. Muita gente não deu nada, como sempre acontece em grupos de minorias; infelizmente, não é uma novidade para nós, por mais cruel que possa parecer.

 

Existe público sim!

Foram disputas não oficiais que deram o pontapé inicial, plantando em cada coraçãozinho o desejo e a garra de viver do que se mais ama. E não é que deu certo? De 2021 para 2022, veio um recorde: segundo a plataforma de dados de streams, Esports Charts, o mundial foi capaz de unir um pico mais de 239 mil fãs na final entre Shopify Rebellion e a G2 Gozen. Se enganou quem achou que pararia por aí: em 2023, o mesmo torneio contou com mais de 293 mil apaixonados por VALORANT, que viram a Shopify se sagrar bicampeã mundial em São Paulo, nos estúdios da Riot Games, com um público apaixonado, torcendo como se suas vidas dependessem disto.

É gratificante — apesar de um pouco doloroso por saber que somos capazes — entender que as brasileiras são vice-campeãs do VCT Game Changers Championship 2023. A Team Liquid (TL) foi capaz de varrer a chave lower da competição no último mundial e, por pouco, não deu o grito de melhores do mundo. Porém, é desanimador pensar nos valores e lembrar que não são todos os elencos que possuem a capitalização que a cavalaria, clube tradicional dos esports, possui.

 

Procura-se: organizações

Voltamos para o início deste artigo, lembrando que a REVOADA e a Team Leveling continuam sem organizações, mesmo dando tudo de si e provando para o mundo que merecem reconhecimento e, acima de tudo, apoio financeiro para jogarem profissionalmente. Sendo obrigadas a disputarem a fase presencial — que é a mais importante de toda competição — por conta própria. Do que adianta a Riot Games criar um campeonato oficial, o organizar, criar uma casa para receber atletas e fazer transmissões com casters de peso, se ainda existem competidoras que precisam de ajuda da própria comunidade para conseguirem arcar com custos, tais como, o uniforme do time?

Em análise de valores, a situação fica mais crítica ainda. Se existe público para acompanhar os campeonatos, jogadores profissionais capazes de competir em alto nível e algum subsídio por parte da desenvolvedora, como não investir no cenário? Organizações grandes estão presentes no Game Changers, isso é verdade, mas qual o motivo de ainda existir esse tipo de situação em um ambiente profissional?

Valores que desanimam

Com dados retirados do vlr.gg e da Liquipedia de VALORANT — sites especializados em informações competitivas do game, conseguimos descobrir quanto as equipes já capitalizaram em premiação. Adotamos este tipo de cálculo por conta de serem dados transparentes e públicos, deixando de lado ganhos com patrocínios, por exemplo, que usualmente representam a fatia gorda de dinheiro que entra nos bolsos das competidoras e clubes.

Já esperado, a cavalaria fica no topo da lista de 15 times que disputaram torneios oficiais da Riot Games. Contabilizamos desde a primeira competição que ocorreu em solo brasileiro e, de acordo com o vlr, os dados estão atualizados entre 2021 a 2024. Confira:

 

Imagem: Game Arena – Siouxsie Rigueiras e Nayara Dornelas

 

O elenco da Team Liquid lucrou, em premiações, US$ 240,493 mil em quase três anos de competitivo. Convertendo o valor de dólar para real, atualmente, temos mais de R$ 1,2 milhões. A quantia parece válida, porém, quando vamos comparar com outras disputas, chega a ser cansativo e desanimador.

A The Union, que foi campeã do Challengers Brazil, no segundo split de 2023, garantiu mais de US$ 22 mil, que equivale a R$ 110 mil, apenas para o primeiro lugar. Escolhemos este campeonato para a comparação por conta de tanto o Challengers, quanto o Game Changers, serem considerados Tier B, ou seja, de acordo com as leis presentes nas competições de esports, ambos torneios estão no mesmo nível. Quando vamos ver os valores do mesmo período do último ano, pelo segundo split do Game Changers Brazil, o valor de premiação para a equipe campeã é de um pouco mais de US$ 6,9 mil, que na conversão representa R$ 35 mil, uma diferença gritante de 75 mil reais. É, basicamente, o triplo da premiação do inclusivo.

Só para pontuar, o pico de audiência do Challengers em 2024, segundo o Stream Charts, foi superior à 20 mil fãs, enquanto o Game Changers contou com mais de 79 mil espectadores. Por mais que o cenário misto brasileiro tenha mais tempo de transmissão, contabilizando 109 horas e 20 minutos — o GC possui 41 horas e 20 minutos. Ainda, o Challengers teria mais tempo para alcançar mais público, mas seguindo os dados, podemos perceber tranquilamente que o problema não é falta de fãs.

 

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Retornando ao foco das premiações, vamos um pouco além. Enquanto a Team Liquid disputou campeonatos por cerca de três anos para conseguir capitalizar mais de 1,2 milhão em premiações, o The Guard garantiu US$ 35 mil e vaga no sistema de franquias da Riot Games ao vencer o Ascension, que é cerca de R$ 179 mil. Quando começamos a falar de campeonatos grandes do cenário, tais como a Liga das Américas de 2023, a LOUD ganhou US$ 100 mil ao ser campeã, o que representa mais de R$ 511 mil. Se citarmos o segundo split do Masters de 2023, a Sentinels teve premiação de primeira colocada de US$ 250 mil, o equivalente a R$ 1,279.600.

Ou seja, a Team Liquid precisa jogar e ganhar, praticamente todos os torneios por quase três anos, para receber uma quantia equivalente ao que os sentinelas embolsam em apenas 10 dias de competição. Enquanto organizações não investirem em equipes profissionais, a Riot Games não conseguirá aumentar os valores de premiação e o ciclo se repete. Afinal… onde estão as organizações do cenário que não conseguem ver isso?

 

*Nayara Dornelas e Siouxsie Rigueiras


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