A reportagem da Game Arena entrevistou André Akkari, Co-CEO da FURIA, nesta quarta-feira (31), durante visita ao novo office da organização. O executivo falou sobre o futuro do time no CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends) e os investimentos do novo escritório da empresa.
Com a divulgação da Riot Games sobre algumas das mudanças para o CBLOL 2025, tais como a que quatro equipes ficam de fora do principal torneio da de LoL (League of Legends) no país, algumas organizações começaram a pausar os investimentos na modalidade. Durante a entrevista, André disse que está “feliz em ser candidato” do próximo torneio. Ou seja, ainda existem chances do time permanecer na competição.
“Não tenho informações precisas de como vai ser”, revelou o executivo sobre o futuro na modalidade, visto que, a desenvolvedora ainda não apresentou todas as alterações que acontecem no próximo ano, mas disse com firmeza que não adianta ficar “com síndrome de pequenez” caso a FURIA venha a ficar de fora das escolhas da empresa para 2025: “segue jogo”. Porém, o co-CEO disse que o plano é continuar a investir na modalidade e até mesmo tentar “voltar para a primeira divisão” do torneio.
LoL nos planos da FURIA
No novo espaço projetado pela organização, as duas equipes de LoL da pantera contam com salas únicas de treino. Tanto o CBLOL Academy, que disputa o campeonato de base da modalidade no Brasil, quanto o elenco principal do CBLOL, possuem seus próprios espaços dedicados no escritório inaugurado em julho, sendo que, a notícia das mudanças para 2025, foi anunciada ainda no início de junho deste ano.
Durante o papo com a imprensa no novo office, Akkari também explicou para a Game Arena sobre como a FURIA percebeu que precisava de um escritório maior. Não foi exatamente da melhor forma e não foi possível tomar decisões imediatas, mas, aos poucos, pensando na sustentabilidade financeira da organização, tudo deu certo: “O momento que a gente percebeu [que a FURIA precisava de um novo office], é o momento que a gente não tinha mais sala; a gente ia treinar e não tinha mais sala”.
Jogadores precisam “ter vida”
“A gente sempre foi muito contra a história da gaming house, em que as pessoas jogavam de casa, de formar aquelas casas onde ficava o time”, contou o co-fundador e CEO sobre as famigeradas gaming houses, que foram sucesso durante os primórdios do cenário competitivo, principalmente no League of Legends. André disse ainda que acredita que os pro players precisam viver fora do jogo e chegou a citar sobre saúde mental quando o assunto é colocar jogadores profissionais para morarem juntos.
“[Isso] porque eu sempre acredito — as vezes a gente não consegue fazer isso, mas sempre acredito que os moleques tem que ter vida, as mulheres têm que ter vida. Tem que ter vida mesmo, vida que eu digo, pagar boleto, namorar, andar pelado em casa. Ter [vida, que] todos nós temos quando a gente chega em casa, a gente faz essas coisas. Essa história de morar em casa com o mesmo time, tilta as pessoas e, hoje, a gente tá vivendo uma epidemia de depressão e síndrome do pânico.”
“Quanto mais você dá vida normal com uma pessoa, menos chance ela tem de chocar. A partir do princípio que os meninos e as meninas estão sempre sob tensão, é sempre assim: é eliminado no playoff que eles sonhavam que ia acontecer alguma coisa e aí eles tão vendo no Instagram o cara que ganhou comemorar e essa parada entra na cabeça deles. A gente sempre defendeu isso [de jogadores terem vida]”, explica.
Segundo o co-fundador e CEO, partindo do princípio de que os atletas precisavam ter uma vivência fora do ambiente de esports o tempo todo, surgiu a vontade de “trazer todo mundo para o escritório para ter horário comercial”. Porém, no antigo office, não havia tempo para que todas as equipes tivessem espaços dedicados das 9h às 18h.
A história do escritório de esports
A FURIA sabia que precisava de mais espaço para seus funcionários, mas o dinheiro ainda não permitia que as coisas fossem diferentes de forma extremamente rápida. Com isso, o executivo contou que a empresa tentou até revezar as equipes, mas não deu muito certo.
“No escritório, não cabia, a gente tinha mais line do que sala. Ficava fazendo revezamento primeiro, sai um, entra outro e troca todas as paradas, os teclados e tal, ficava um caos. A gente percebeu isso há muito tempo antes e por que a gente não trocou? Foi porque não tinha dinheiro. A gente não vai fazer merda, não vai fazer dívida. [Foi] até juntar, até o financeiro falar: cara, agora se vocês quiserem ser imbecis, dá para ser semi-imbecis…se não, a gente não vai fazer”, diz.
Akkari disse que foi necessário montar uma equipe de funcionários dedicada para viabilizar o projeto do novo office. Evelyn Cardoso, head de People e Workplace da FURIA, foi a pessoa que ficou a frente de tudo, tomando conta dos mínimos detalhes com cada um dos funcionários da pantera. O co-fundador comentou também um pouco mais sobre a história do novo office.
“Eu acho muito legal a história do escritório de esports ser meia fantasiosa, tem essa parada. Eu acho que tem um switch spot no meio do caminho, porque quando começa parecer muito que não é trabalho, que não é um esforço que você tem que fazer, começa a ser um negócio….só tem puff aqui, ninguém vai sentar com teclado e mouse? Tô exagerando [risos].”
“A gente queria fazer um negócio que fosse meio sem bullshitagem, sem tanta fantasia e tivesse algo bom né? A gente achou o cenário perfeito, o escritório tem cara de comercial, mas não tem muita cara de, não sei você já foi no escritório da Riot lá em Los Angeles, que tem uns bonecos do LoL gigantesco, não é isso, mas é gostoso o suficiente para a galera toda, a mulherada, a rapaziada, se sentir bem e ficar em um lugar confortável”, conta.
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Investimento e futuro
André disse que foi feito um investimento na novidade que está trazendo mais conforto não apenas para pro players e staff, mas também para funcionários de outros departamentos da FURIA, que trabalham em modelo híbrido no escritório recém-inaugurado. Porém, a ideia poderia ter ido muito mais longe.
“A gente resolveu apertar o botão e fazer. Investimos uma grana e fizemos uma parada que podia ter sido muito mais louca. Pegava, sei lá… fazer um ginásio e colocar para a galera assistir e tal, talvez até assinando um financiamento aqui e ali, a gente faria, mas a gente não quis: o tamanho certo, do jeito certo, no momento certo. “
“Quanto tempo vai durar? Não sei, tomara que pouco porque quer dizer que a gente cresceu mais e dá para se fazer mais loucura, mas eu tô muito feliz porque a galera brilhou, todo mundo que ajudou e ficou no clima certo”, finaliza.
A FURIA está classificada para os playoffs do segundo split do CBLOL 2024 e joga a partida upper das quartas de finais da competição contra a LOUD, neste sábado (03), em série MD5 (melhor de cinco jogos), valendo vaga na semifinal do último campeonato brasileiro da modalidade com 10 equipes do país.
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