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Foto: Game Arena.

Dota 2: Astini classifica Top 8 da Nouns no TI como ‘superação’

Treinador brasileiro de Dota 2, Filipe Astini deu entrevista exclusiva a Game Arena e revelou o porquê de não ter voltado para a Nouns A Nouns Esports surpreendeu a todos ao chegar no Top 8 do The International 2023, a melhor classificação da história da organização norte-americana. O feito inédito veio graças ao trabalho de dois brasileiros, o jogador Rodrigo ‘Lelis’ Santos e o treinador Filipe Astini.

Thulio Bastos •
22/11/2023 às 18h07, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 11 minutos

Treinador brasileiro de Dota 2, Filipe Astini deu entrevista exclusiva a Game Arena e revelou o porquê de não ter voltado para a Nouns

A Nouns Esports surpreendeu a todos ao chegar no Top 8 do The International 2023, a melhor classificação da história da organização norte-americana. O feito inédito veio graças ao trabalho de dois brasileiros, o jogador Rodrigo ‘Lelis’ Santos e o treinador Filipe Astini.

O coach foi convidado e deu entrevista exclusiva a Game Arena na última terça-feira (22). Durante mais de 45 minutos de papo, Astini abordou diversos temas sobre Dota e o mundo dos Esports.

O primeiro deles foi falando sobre a histórica campanha da Nouns no TI, principal torneio de Esports do planeta. Astini revelou como foi a preparação da equipe e fez uma retrospectiva do trabalho ao longo de 2023.

“Eu diria que a preparação é o ano inteiro. A gente começou ali na DPC Season 1, são três temporadas de Dota Pro Circuit. A primeira, a gente pegou 3º, que significa que a gente não ia para o Major. Também são três Majors, né? A segunda, a gente também pegou em terceiro lugar. Na season 3, que a gente ficou no segundo lugar, que a gente finalmente foi para o Major, a gente foi jogar lá em Bali. E isso permitiu para gente ter uma experiência internacional no ano. Porque sem essa experiência, você fica muito atrás dos outros times que estão disputando aí diversos torneios internacionais. Você tem aí os três Majors, você tem as três Dream Leagues.” – disse.

Em seguida, Astini revelou que ter feito as mudanças na Nouns foi essencial para que a equipe chegasse forte no TI.

“Então, a gente fez o que eu considero duas mudanças, eu não acho que foi só uma mudança não, a saída do Husky de posição 5, aí o Yamsun, que era nosso HC, virou posição 5, e aí entrou o Hector. Então, não é só a entrada do Hector, né? Ou só a saída do Husky. Tem essa mudança aí do Yamsun. E, basicamente, aí foi talvez dois meses para tentar remendar as coisas e tirar o melhor, porque a gente estaria competindo contra times que estão aí juntos o ano inteiro. Alguns times estavam juntos, sei lá, Beast Coast, 3, 4 anos antes do Hector sair. Não, 5 anos antes do Hector sair.” – revelou.

Sobre a preparação para o The International Astini foi sincerão ao dizer que foi “uma bosta”, que a equipe teve os momentos de deslizes, estava mal nos treinos e a relação dos jogadores começaram a se desgastar.

“Antes do TI, cerca de 20, 25 dias antes, a gente juntou para um Bootcamp. E esses 20 dias que foi a preparação para o evento. E, honestamente, a preparação foi uma bosta. Foi horrível. Foi preocupante, foi estressante, foi agoniante, foi muito ruim. Ah, pegou o top 8, faz um falso positivismo aí das coisas. Cara, foi muito estressante. A gente documentava todos os treinos. A gente perdeu os primeiros 14 treinos contra times que estavam no top 8. Até que a gente foi jogar contra a Thunder, aí a gente ganhou, 6 vezes da Thunder. Então, eu acho que assim, contra os times do TI, a gente tava 6×16, assim. Sendo que as 6 vitórias foram contra a Thunder, a gente não ganhou de nenhum outro time, coisa assim. Então, as coisas não encaixavam.” – revelou.

Depois, Astini falou sobre a estratégia de transformar o time em volta de Hector, recém-chegado a equipe, que seria uma espécie de “salvador da pátria” para fazer a Nouns ter a campanha histórica no TI. 

“A ideia era jogar ao redor do Hector, que ele era o jogador novo. Então, a gente achou mais fácil a gente se adaptar a ele. Porque estariam os 4 na mesma página, do que fazer ele se adaptar a 4 gringos. Ele já tinha uma hero pool bem definida. Sempre que a gente tentou adicionar alguma coisa nessa hero pool, era uma tragédia. Ou simplesmente não tinha evolução. Nisso, os treinos foram bem caóticos, quando a gente passou da fase de grupo, foi meio que um alívio, sabe? E aí, a gente ganhou da Tundra, só que não tivemos tempo para desenvolver mais estratégias. Foi meio que esse o sentimento. Porque a gente não teve o ano todo. Ou a gente aproveitou mal os poucos dias que a gente teve. Então, foi difícil a preparação. Foi tanto que, quando acabou o torneio, foi cada um do time por um canto.” – afirmou. 

Concluindo o papo sobre trajetória da Nouns, Astini colocou ares de “superação” no Top 8 mundial e afirmou que, sem Hector, o time nem sequer se classificaria para o mundial de Dota 2.

“Considerando como foi o ano inteiro, quando você põe em perspectiva, o top 8 foi o teto e tem que comemorar e não tem o que falar. Se a gente não tivesse com o Hector, acho que a gente nem teria classificado no TI, tinha que ser o Hector ali para salvar o time. E, uma vez que foi a entrada do Hector e jogamos ao redor dele, conseguimos desenvolver nesse tempo, esse foi o limite. Eu, pelo menos, saí com uma sensação, dever cumprido. Fiz o que dava, literalmente o melhor que dava. Não consigo ver a gente ganhando da Gaimin Gladiators aquele jogo. Talvez algum outro time, mas a gente perdeu para Azure, que caiu em quarto e a Gaimin Gladiators caiu em segundo. Então é o top 8.” – concluiu.

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Por que Astini não voltou para a Nouns?

Após a campanha histórica da Nouns no TI, a organização dispensou todos os seus jogadores e a comissão técnica, incluindo o brasileiro. Porém, dias depois, a equipe anunciou o retorno de três players, incluindo Lelis, mas sem Astini.

Perguntado o porquê de não ter voltado para a equipe, Astini foi enfático ao dizer que a pergunta seria melhor direcionada para o jogador brasileiro, jogando a responsabilidade da escolha no capitão da equipe.

“Seria mais fácil você perguntar para o Lelis, o Gunnar e o resto que tá ali. Porque, da experiência que tive, eu falava muito com o Lelis e com o Gunnar de continuar trabalhando numa nova oportunidade. São dois caras com quem eu trabalharia. Com o Mu, foi muito bacana. Eu tinha trabalhado com ele, mas eu e ele sentimos que a gente tinha muita diferença de opinião. E até os dois tinham muita semelhança do quanto a gente comprava nossas brigas. Então, chegava numa discussão ali, a gente ficava três horas batendo no mesmo ponto, porque eu achava que era A, o Mu achava que era B. E a gente ficava perdendo tempo, não ia rolar. Ele é ótimo no que ele faz, mas eu acho que, se fosse eu e ele no mesmo time, eu diria que você tá dando double down nas mesmas qualidades, mas também dando double down nos mesmos defeitos.” – desabafou.

Em seguida, Astini revelou problemas de relacionado com alguns jogadores da lineup e 

“Com o Yamsun, ele tava ali improvisado no P5, eu falei com ele que dava para continuar trabalhando se você conseguir se encaixar aí com o Gunnar, pois minha ideia era muito com o Gunnar. É um cara que eu trabalharia, mas acho que ele precisa de mais experiência, acho que ele ainda não tá num nível. Ele fez um sacrifício para gente conquistar esse Top 8. O Hector talvez seja um dos jogadores mais sensacionais que tive no time, de ambiente, de personalidade, de ser um cara firmeza, um cara engraçado. Ele deixou o ambiente mais leve, deu o gosto. Tipo, você se divertia no dia a dia.”

“Por outro lado, ele simplesmente não consegue levar treino a sério, para ele só o jogo importa, e eu não consigo trabalhar assim. Para um coach, trabalhar com ele é muito difícil. É uma postura meio que grande parte dos peruanos. Era muito difícil. Então, nessa soma dos fatores, eu tava mais satisfeito em voltar a trabalhar com o Lelis e com o Gunnar. E eu passei esse feedback para eles, mas eu deixei baixo.  Então, eu respondo que não sei por quê. Eventualmente, chegando num momento final, pode rolar conversa comigo, também pode não rolar conversa comigo. Acho que ninguém quer tomar uma decisão precipitada de, ficar preso com um jogador ou um coach que não seja ótimo por uma temporada inteira e acho que eles tão num momento de fechar a line-up com os jogadores. Se eles fecharem os jogadores e tiverem interesse de trabalhar comigo, a gente vai ter uma conversa. Hoje eu teria interesse, mas eu não sei se quando eles fecharem a line-up, se eu voltar em outro projeto, alguma outra coisa.” – afirmou.

Volta da Midas Club e sondagens de orgs do CS 

Finalizando parte da entrevista, Astini revelou que irá retornar com a Midas Club, equipe que ele mesmo fundou em 2016, mas que não irá se dedicar 100% ao projeto, podendo vender a tag que, segundo suas palavras, é um projeto de paixão.

“Eu vou voltar com a Midas Club, que era um time meu. Esse time vai voltar esse mês ainda, creio eu. Não vou necessariamente ser o coach do time, mas a tag vai voltar. Talvez eu até venda a tag para alguém administrar, mas a tag da qual eu sou dono vai voltar. Eu chamaria de um projeto de paixão, sabe? Porque não é algo que tenha nenhum retorno. Honestamente, é algo que tem prejuízo, ter time é coisa de maluco.” – contou o coach.

Astini ainda revelou que recebeu sondagens de organizações brasileiras que investem no Counter-Strike 2 que ainda não estão no Dota 2, mas que planejam investimento no futuro. O treinador não revelou os nomes das equipes.

“Eu recebi umas 10 sondagens, mas só sondagem. O que recebi foi muita org do CS que nem tá no Dota falando que queria montar uma line-up. Ou org que já tem line-up, perguntando minhas pretensões. Mas só que as conversas ficaram morna. Teve pro player me mandando inbox para ver minhas ideias. Mas não levei adiante, pois eu estava de férias.” – concluiu a entrevista.


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