Recentemente, Kakavel afirmou que “não existe CS no Brasil” e a frase viralizou na comunidade nacional de Counter-Strike. Durante entrevista realizada com o CEO do Fluxo, a Game Arena lhe perguntou o que achava da frase e Vinícius Junqueira deu sua opinião.
Ao contrário do que algumas pessoas acham, o que foi dito por Kakavel não se limita há apenas cinco palavras. O Partner & Advisor da Los Grandes explicou o seu ponto, em entrevista à Dust 2 Brasil:
“Para mim não faz sentido ter um time de CS no Brasil. Me perdoem quem está aí, qualquer outra organização, mas não existe CS no Brasil. Existem vários atletas se desenvolvendo, times ficando bons, mas não existem torneios, premiações, logística, muitas coisas”, cravou Kakavel.
Sabendo da frase completa de Kakavel, Junqueira concordou em partes, mas também teve discordâncias. Principalmente em relação ao que uma organização brasileira precisa fazer pelo próprio cenário.
“Acredito que uma das ‘obrigações’ de uma organização brasileira seja também brigar pelo nosso território. Entendemos que o cenário de esports no geral ainda está amadurecendo localmente, mas como fazemos parte dele, temos que nos posicionar para que haja um investimento de todos os envolvidos. No Mundial Feminino, por exemplo, assinamos um manifesto contra a diminuição de vagas para a região LATAM”, opinou Vinícius Junqueira.
Junqueira ainda adicionou que enxerga o saldo do Fluxo, com o time de Counter-Strike que está baseado no Brasil, bem positivo.
“Estamos satisfeitos com os resultados alcançados até aqui. A ida para o Major, sem dúvidas, foi uma conquista não apenas importante para o nosso time e organização, mas que também trouxe um suporte financeiro relevante para o nosso projeto”, disse o CEO do Fluxo.
Apesar desta visão de investir no cenário nacional e ainda ter planos de ficar pelo Brasil, o Fluxo não dá como completamente descartada uma possível mudança para o exterior.
“Sabemos que atualmente o tier 1 está no exterior e isso não é pela falta de qualidade dos nossos atletas, mas devido à causas estruturais e de tecnologia. Não descartamos que nossa line fique baseada fora do Brasil, mas neste momento não achamos necessário uma vez que, com um planejamento bem pensado e executado de bootcamps e viagens pontuais, conseguimos disputar no território nacional e dar as caras lá fora até termos a robustez necessária”, explicou.
“Nossa ideia é fomentar o cenário nacional e juntar todas as equipes para mostrar para os organizadores internacionais que o Brasil está muito mais forte do que a América do Norte, e que merecemos ter mais vagas para os campeonatos grandes fora do país”, completou.
Seguindo no Brasil, o Fluxo de CS2 tem compromisso importantíssimo entre 19 e 21 de janeiro. É nesta data que acontece o Closed Qualifier sul-americano do RMR Américas. Dele, sete times avançam para o próprio RMR, que é o último degrau até o Major.
Confira também nossos vídeos. Neste aqui, batemos um papo exclusivo com yungher, considerada por muitos uma das melhores jogadoras de CS do Brasil: