O Ituano vai definir, nesta terça-feira (22), se aprova a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) vinculada ao clube. Por meio de uma assembleia extraordinária, os associados darão a palavra final após a aprovação inicial do Conselho Deliberativo.
O Game Arena traz, a seguir, um breve histórico do processo ocorrido no Ituano e relembra outros clubes do futebol brasileiro que atravessam ou atravessaram um momento semelhante recentemente.
Aprovação da SAF no Ituano
A concretização da SAF do Ituano depende da aprovação da maioria dos 84 associados que possuem direito a voto. A proposta a ser apresentada, que já contou com o aval positivo do Conselho Deliberativo, envolve a transferência de 60% do controle do clube para a empresa Dimachi, que pertence aos atuais gestores do Galo de Itu, Juninho Paulista e Paulo Silvestri. Os outros 40% permaneceriam com a associação.
Uma parte da parcela referente à empresa Dimachi deve ser comercializada para outros investidores, mas de forma limitada, visto que uma cláusula anti-diluição impede que a administração do clube saia do controle de Juninho Paulista e Paulo Silvestri.
A dupla atua nos bastidores do Ituano desde 2009, com uma breve pausa entre 2019 e 2023, quando Juninho Paulista assumiu um cargo de coordenador na CBF. O contrato atual prevê que a gestão de Juninho e Silvestri siga até 2030.
O Ituano vive um dos momentos de maiores crises em sua história recente, com um rebaixamento à segunda divisão do Paulistão e um cenário pouco promissor na Série B do Campeonato Brasileiro. Atualmente, a equipe ocupa a vice-lanterna da competição, com 31 pontos.
SAF na Série A
- Atlético-GO;
- Atlético-MG;
- Bahia;
- Botafogo;
- Cuiabá;
- Cruzeiro;
- Fortaleza;
- Vasco.
Na temporada atual do Brasileirão, oito das vinte equipes participantes já adotaram o modelo de SAF: Cuiabá, comandado pela família Dresch; Botafogo, controlado pelo empresário John Textor; Cruzeiro, comprado por Ronaldo e hoje nas mãos de Pedro Lourenço; Bahia, do Grupo City; Atlético-MG, com a Galo Holding; Fortaleza, cujo controle foi mantido com a associação; Vasco, que viveu uma briga judicial após a compra pela 777 Partners; e mais recentemente, o Atlético-GO, que segue em busca de investidores.
Além das SAFs atuais, nenhum outro clube na elite do futebol brasileiro possui uma transformação encaminhada para a modalidade. O Flamengo, por exemplo, defende para o futuro a adoção de um modelo com a venda de participações minoritárias para parcerias de longo prazo, como faz o Bayern de Munique. Porém, com as eleições do clube em dezembro, o planejamento pode mudar radicalmente.
Outros clubes tradicionais como Corinthians, Palmeiras e São Paulo já se posicionaram contrários à instituição de uma SAF. Leila Pereira, do Verdão, alegou que já realiza uma gestão profissional do clube, sendo desnecessária a chegada de uma nova empresa com a mesma finalidade. O presidente tricolor Julio Casares afirmou que cogitaram a SAF apenas em “uma situação financeira terrível”.
SAF na Série B
- América-MG;
- Amazonas;
- Coritiba;
- Novorizontino;
O América-MG criou sua SAF ainda em 2021, mas, por não ter dívidas exorbitantes, acabou não buscando investidores e o clube segue sendo comandado pela associação. Na última temporada, o clube foi a primeira SAF a ser rebaixada da elite do futebol brasileiro. O Amazonas é outro clube da Segunda Divisão que, apesar de ter aderido à modalidade, segue no mercado em busca de investidores.
Já o Coritiba, anunciou em maio deste ano a venda de 90% das ações de sua SAF para a empresa Treecorp, que tem entre os sócios o empresário Roberto Justus. O Novorizontino aprovou a adesão à modalidade em dezembro de 2023, tendo como inovação a disponibilização de 100% das ações da nova empresa criada, que segue gerido por um Conselho de Administração.
Outros clubes projetam a SAF no horizonte, mas sem encaminhamentos concretos de curto prazo. Para o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, a modalidade pode ser uma saída futura para problemas financeiros, mas cogita outras alternativas como a venda de jogadores.
Já o Sport, que no início do mês aprovou uma reforma do seu estatuto, abriu caminho para a adoção da modalidade em 2025. Para o CEO do Ceará, a implementação da SAF não está entre as prioridades, assim como o Vila Nova, que trata o tema com cautela e chegou a recusar uma proposta de um investidor feita no início da temporada atual.
📰LEIA MAIS: Demissão de Seabra no Cruzeiro é a 6ª entre as SAFs no Brasileirão 2024; veja balanço
Assista também nossos vídeos. Neste Raio-X Olímpico, Celso Ishigami, Cassio Zirpoli e Fred Figueiroa comentam sobre a final entre Brasil e Estados Unidos no futebol feminino dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Confira: