Os paratletas brasileiros já vivem a reta final de preparação para a Paralimpíada de Paris-2024, que começam no dia 28 de agosto, daqui a exatos 90 dias. Fechando um ciclo muito vitorioso, a expetativa é de desempenho recorde e briga pelo top-5 do quadro de medalhas.
A lista de atletas classificados à Paralimpíada não para de crescer. A marca de 150 vagas foi quebrada há quase dois meses e o número de classificados segue aumentando desde então, com boas campanhas que reforçam as expectativas elevadas para a delegação brasileira em Paris.
O último reforço a essa confiança veio do Mundial de Atletismo Paralímpico. No Japão, o Brasil teve o melhor desempenho da história, com 19 ouros, 12 pratas e 11 bronzes, somando 42 medalhas. Antes, a melhor campanha brasileira tinha sido em 2013, em Lyon, com 16 ouros e 40 medalhas no total.
Com essa participação dourada, o país garantiu mais vagas no para-atletismo e terá pelo menos 40 atletas representando o país nesse esporte. A lista, porém, ainda vai aumentar, já que mais vagas serão distribuídas por meio dos rankings mundiais de cada classe. Na disputa do atletismo na última edição da Paralimpíada, em Tóquio-2021, a delegação brasileira contou com 64 nomes, garantindo oito ouros e um total de 28 medalhas.
Os paratletas brasileiros também vêm de bons desempenhos recentes em outros esportes, como é o caso da seleção de futebol de cegos, que faz nesta quinta (30) semifinal no Grand Prix da Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA), na França, e da equipe de goalball feminino, que vem de prata em tradicional torneio na Suécia. E as disputas recém-iniciadas da Copa do Mundo de Bocha Paralímpica, em São Paulo, e do World Series de natação, em Berlim, podem reforçar ainda mais a confiança.
Ao todo, a participação brasileira na Paralímpíada será quase absoluta. Dos 22 esportes que fazem parte do programa dos Jogos, o Brasil já tem presença garantida em pelo menos 16, em uma lista que deve ser ampliada com vagas confirmadas no fechamento dos ranking do triatlo, do levantamento de peso, da esgrima em cadeira de rodas e do tênis em cadeira de rodas. Assim, apenas o basquete e o rugby não devem ter brasileiros na disputa.
Os desempenhos do Brasil em Paralimpíadas
Ao longo dos três anos de ciclo desde a Paralimpíada de Tóquio, foram várias as sinalizações positivas para o time brasileiro. No Parapan, o país quebrou todos os recordes absolutos de medalhas, com 156 ouros e 343 medalhas ao todo. Há de se considerar que os Estados Unidos não levaram equipe completa para a disputa, mas o desempenho brasileiro foi muito acima das expectativas ainda assim, creditando ainda mais o país pela disputa no top-5 do ranking da Paralimpíada.
As melhores campanhas do Brasil no quadro de medalhas ficaram no 7º lugar, o que aconteceu nas Paralimpíadas de Londres-2012 e Tóquio-2021. Ainda assim, a distância para o tão sonhado top-5 vem diminuindo a cada edição. Em 2012, faltaram 12 ouros para ultrapassar a Austrália; em 2016, foram nove; e em 2021, o Brasil ficou a apenas três de passar os Países Baixos. Além desses dois países, Ucrânia e Itália também devem ser protagonistas na briga pelo top-5.
- 2021 – 7º lugar – 72 medalhas (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes)
- 2016 – 8º lugar – 72 medalhas (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes)
- 2012 – 7º lugar – 43 medalhas (21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes)
- 2008 – 9º lugar – 47 medalhas (16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes)
- 2004 – 14º lugar – 33 medalhas (14 ouros, 12 pratas e 7 bronzes)
- 2000 – 24º lugar – 22 medalhas (6 ouros, 10 pratas e 6 bronzes)
- 1996 – 37º lugar – 21 medalhas (2 ouros, 6 pratas e 13 bronzes)
- 1992 – 28º lugar – 12 medalhas (4 ouros, 3 pratas e 5 bronzes)
- 1988 – 24º lugar – 28 medalhas (4 ouros, 9 pratas e 15 bronzes)
- 1984 – 24º lugar – 28 medalhas (7 ouros, 17 pratas e 4 bronzes)
- 1980 – sem medalhas
- 1976 – 31 lugar – 1 medalha (1 prata)
- 1972 – sem medalhas
- 1960-1968 – não participou
- Total – 21º lugar – 378 medalhas (110 ouros, 135 pratas e 133 bronzes)
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