Sea of Stars pode fazer história no The Game Awards de 2023
O ano de 2023 vem sendo extremamente gratificante para os amantes de videogames. Ainda estamos em setembro, mas, mesmo sem contabilizar o que ainda virá pela frente, já fomos agraciados com os lançamentos de alguns dos títulos mais memoráveis dos últimos anos, o que vai fazer da disputa pelo prêmio mais cobiçado do The Game Awards, o de Melhor Jogo, algo colossal.
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Tendo jogado praticamente todos os integrantes dessa lista de grandes lançamentos de 2023, me sinto confortável para levantar uma discussão, a meu ver, justa, sobre a possibilidade de termos, pela primeira vez na história, um game Indie, ou seja, totalmente desenvolvido e publicado por um estúdio, não só disputando o prêmio de Jogo do Ano, no The Game Awards, mas com boas possibilidades de levar o troféu para casa. Estou falando, é claro, de Sea of Stars.
A tarefa não será fácil, longe disso. Desde 2014, com a primeira edição do The Game Awards, nunca um game indie teve a honraria máxima da premiação. Grandes franquias e respectivos novos integrantes sempre marcaram os nomes na história do evento. O máximo que “alguém de fora do círculo” conseguiu, foi quando It Takes Two, da Hazelight, garantiu o troféu, em 2021. Mas, apesar de ter uma equipe e um orçamento menores do que o padrão dos Triple A, o jogo já foi totalmente apoiado pela Electronic Arts.
E é aqui que entra um novo e potente desafiador ao monopólio Triple A. Sea of Stars veio criando uma gigantesca expectativa na comunidade gamer desde quando foi anunciado, com um visual encantador e a promessa de revitalizar um gênero extremamente popular, o dos RPGs de turno.
Alguns anos depois, em 2023, o game finalmente foi lançado, e, não só atingiu todas as expectativas, como foi além, e entregou uma jornada memorável com a história das Crianças do Solstício.
No momento, Sea of Stars figura na lista dos jogos mais bem avaliados do Metacritic, que reúne e aplica a média dos principais reviews de todo o mundo. Com nota 91, o RPG da Sabotage não perde para muitos concorrentes nessa disputa metrificada por notas.
No entanto, quis o cruel destino que o game tivesse a incrivelmente forte concorrência de alguns titãs da indústria, como Baldur’s Gate 3, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom e os remakes de Resident Evil 4 e Metroid Prime. Isso sem falar no que ainda vem pela frente, dentro do período que é considerado pelo The Game Awards, normalmente, tudo que sai antes de novembro, como Spider-Man 2 e Super Mario Bros. Wonder.
O processo de escolha dos vencedores de todas as premiações do The Game Awards é dividido entre dois grupos: 90% dos votos são dados por integrantes das mídias especializadas em jogos em todo o mundo e os outros 10% vêm de votações nas redes sociais e no site oficial do evento. A menor das parcelas pode, seguindo uma linha de argumentação que explanarei na sequência, impulsionar Sea of Stars para a histórica conquista no TGA 2023.
Pensem comigo: dos principais concorrentes de Sea of Stars, pelo menos na minha opinião, na disputa pelo troféu de Jogo do Ano no The Game Awards, nenhum teve um alcance tão abrangente quanto o do RPG. Tears of the Kingdom saiu apenas para Nintendo Switch, enquanto Baldur’s Gate teve um lançamento dividido entre PC e PlayStation 5.
Enquanto isso, o jogo da Sabotage está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e computadores. O impacto é maior, quando se atinge mais alvos.
Outros possíveis rivais de Sea of Stars não merecem nem entrar na disputa, uma vez que não considero justa a inclusão de remakes e remasters na briga por uma premiação que visa condecorar jogos lançados naquele ano. Se são refações de ideias antigas, não deveriam ser tratadas como novas.
Considerando tudo isso, além do fato de Sea of Stars já ter derrotado, pelo menos no ranking do Metacritic, nomes gigantescos de 2023, como Starfield e Final Fantasy XVI, enxergo como bastante possível a ideia de vermos a história ser escrita com um indie levando o troféu de Melhor Jogo do Ano, no The Game Awards 2023.