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Jackie Chan Stuntmaster
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TBT: Jackie Chan Stuntmaster

TBT: Jackie Chan Stuntmaster

Época boa, que não volta mais? Ou será que volta? Rio de Janeiro, março de 2000. Um jovem morador de Nova Iguaçu ganhou de presente uma caixinha transparente de formato quadriculado com um CD dentro. Na capa, uma ilustração mostrando um dos atores mais icônicos da época, performando um golpe de Kung Fu, à frente do lettering com o nome que marcou gerações: Jackie Chan. Olá, meu nome é Pedro Scapin, e este é o primeiro episódio do TBT, coluna semanal na qual lembrarei com carinho (ou não) de jogos, consoles e acessórios do passado e como eles ajudaram a me tornar o gamer que sou hoje.

Pedro Scapin •
06/07/2023 às 21h00, atualizado há um ano
Tempo de leitura: 5 minutos

Época boa, que não volta mais? Ou será que volta?

Rio de Janeiro, março de 2000. Um jovem morador de Nova Iguaçu ganhou de presente uma caixinha transparente de formato quadriculado com um CD dentro. Na capa, uma ilustração mostrando um dos atores mais icônicos da época, performando um golpe de Kung Fu, à frente do lettering com o nome que marcou gerações: Jackie Chan. Olá, meu nome é Pedro Scapin, e este é o primeiro episódio do TBT, coluna semanal na qual lembrarei com carinho (ou não) de jogos, consoles e acessórios do passado e como eles ajudaram a me tornar o gamer que sou hoje.

Na época de lançamento de Jackie Chan Stuntmaster, eu tinha entre 9 e 10 anos, e meu pai, felizmente, era dono de uma locadora de filmes, então meu acesso aos trabalhos do ator/artista marcial era bem frequente. Adorava passar as tardes com um pacote de Trakinas de morango, um Kapo de uva e uma sessão de Mr. Nice Guy ou Arrebentando em Nova York. Imagina a minha felicidade, desde cedo viciado em games, ao ganhar de presente um jogo que me permitia realizar, no meu PlayStation, tudo aquilo que eu tanto gostava de ver no cinema.

Jackie Chan Stuntmaster

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E Jackie Chan Stuntmaster era um jogo sensacional. O gameplay era divertido – em certos momentos até bastante desafiador – e misturava a boa e velha pancadaria dos filmes de Kung Fu com sessões de plataforma. A história acompanhava a missão de Jackie percorrendo Nova York para resgatar o avô raptado. Becos, restaurantes, dojos e até o topo de um trem eram cenários propícios para sair na mão com a máfia local. Devo ter passado, facilmente, centenas de horas superando cada uma das 15 fases, principalmente pela dificuldade maior de acesso à outros games na época, então eu tinha que aproveitar ao máximo os que eu possuía.

Jackie Chan Stuntmaster

Uma lembrança particularmente vívida que tenho com Jackie Chan Stuntmaster é de estar em minha festa de aniversário daquele ano, cercado por alguns amigos mais próximos, com a TV de tubo de 14 polegadas e o PlayStation na garagem de casa, extensão do tamanho de uma anaconda, levando uma tomada para lá, e horas e horas de uma felicidade ímpar zerando o game mais uma vez.

Mas a história desta noite não parou por aí. Eis que o saudoso Marquinhos (só saudade mesmo, ele ainda vive) disse que sabia um código que liberava não só uma fase secreta, como uma skin alternativa. Nunca mais esqueci o código que eu tinha que usar na tela de start: L1, R2, L2, R2, quadrado, X, X. Shaolin Temple e Jackie Bêbado desbloqueados. Foi como usar óculos pela primeira vez. Meu mundo ganhou uma profundidade até então inexistente.

Jackie Chan Stuntmaster

Jackie Chan Stuntmaster foi minha primeira paixão verdadeira com o beat-em-up. Claro que já tinha jogado outros diamantes do gênero, como Cadillacs and Dinosaurs (ou cadilaque dinossauro pros mais íntimos), Fighting Force e Captain Commando, mas foi só a magia do glorioso Tio Jackie que me fisgou de vez.

Hoje, mais de 20 anos depois, me pego pensando se um hipotético remake seria bem recebido pela crítica e pelo público. Eu, com certeza, jogaria horrores, principalmente se saísse uma versão para Nintendo Switch. Já consigo me ver enrolado no edredom, fonezinho estalando no ouvido, e Jackie Chan jantando os inimigos pela ruas de Nova York atrás do pobre avô sequestrado. Sonhar não custa nada…


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