Mecânicas do novo Zelda criaram um fenômeno de vídeos curtos nas redes sociais
Liberdade e criatividade sempre foram parte da essência de Zelda. A possibilidade de ir para qualquer direção do mapa e a inventividade necessária para solucionar os enigmas já estavam presentes ali desde o primeiro jogo, de 1986. Mas nunca um título da série deu tanto espaço para as pessoas serem livres e criativas quanto Tears of the Kingdom, o mais recente lançamento, para Nintendo Switch. E poucos dias foram necessários para percebermos que a comunidade de jogadores está respondendo à altura.
Não param de surgir novos vídeos explorando as novas habilidades de Link. As postagens vão desde soluções criativas para as shrines do jogo até diferentes formas de torturar os pobres dos Koroks mochileiros que estão espalhados por Hyrule. Entender essa popularidade é entender, primeiro, uma das mecânicas principais do Tears of the Kingdom: a Ultrahand.
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A Ultrahand permite que Link manipule objetos, algo parecido com o imã Magnesis de Breath of the Wild. Porém, agora o poder não está limitado a objetos metálicos, além da função de montagem. Usando a Ultrahand, podemos grudar os objetos manipuláveis com uma espécie de cola verde fosforescente, que deixaria qualquer funcionário de usina nuclear em estado de alerta. É com esse grude mágico que os jogadores podem construir os próprios meios de transporte, ou mesmo casas inteiras.
Confesso que, quando vi a primeira demonstração da Ultrahand nos vídeos de divulgação do jogo, achei que teria uma limitação bem mais rígida, que não daria tanta abertura pra imaginação biruta das pessoas. O que se vê agora nas redes é a prova de que eu estava, felizmente, enganado. As possibilidades são absurdas e uma nova comunidade criativa, de troca de vídeos e projetos, está nascendo em torno da habilidade.
Abaixo temos alguns exemplos comentados dos resultados de usos criativos da Ultrahand. Poucos, mas suficientes pra dar uma noção do escopo da coisa.
Diretamente das indústrias ACME (@Boneysucks)
O aprendizado das mecânicas e físicas do jogo envolve muita tentativa e erro. Com isso, nem sempre as coisas saem como planejado. O resultado disso são algumas situações hilárias, como essa aí acima de uma shrine. Os fracassos são dignos de um episódio do Papa-léguas, com o Coiote usando engenhocas ACME e sempre se dando muito mal no final.
O fato é que, além de fazer parte do aprendizado, tudo isso rende cenas divertidas, que viralizam rapidamente internet afora.
Rodízio de Korok na brasa (@pory_leeks)
Os Koroks, simpático povo da floresta, voltaram em Tears of the Kingdom, com novas sidequests. Além das brincadeiras de esconde-esconde em lugares inusitados do jogo anterior, agora temos também que ajudar Koroks mochileiros a encontrarem um amigo acampando, no que consiste, basicamente, em levar o bichinho perdido de um ponto a outro. Para isso, podemos usar a Ultrahand na mochila deles, e é aí que a bagunça começa.
A possibilidade de manipular livremente os Koroks e grudá-los em outras coisas deu vazão às fantasias mais sádicas e cruéis das pessoas. Além do espeto de churrasco gigante desse vídeo, temos também os pobrezinhos sendo arrastados pelo chão por cavalos, ou até mesmo crucificados em uma procissão durante a lua cheia vermelha. Não pergunte, eu desisti de entender…
Hyrule Field Truck Simulator (@Schlobster)
A construção de veículos, que foi uma das primeiras possibilidades anunciadas no jogo, ficou extremamente popular. Mais especificamente, a construção de caminhões. A chance de incorporar, em Zelda, a atmosfera de Euro Truck Simulator fez com que rapidamente várias versões surgissem no Twitter e no TikTok, muitas delas embaladas por uma trilha de música country.
Sigo no aguardo das versões brasileiras ao som de Chitãozinho & Xororó.
Maravilhas das engenharia Zonai (@Liz_Caingcoy )
Por fim, a que mais me impressionou até o momento dessa publicação. Acima vemos o que acontece quando Link, o herói destinado a salvar Hyrule, consegue, antes, um diploma do SENAI. O mais impressionante não é só essa engenhoca funcionar, mas ela realmente dar dano nos inimigos com os movimentos, ou até mesmo assar peixes de maneira automatizada.
Tudo isso demonstra a confiança da equipe de desenvolvimento do jogo no sistema que tinha em mãos. Não é decisão fácil abrir esse leque de possibilidades, pois a chance de tudo ir pelos ares, com uma infinidade de bugs quebrando o jogo, é imensa. Claro, o novo Zelda não está isento disso, mas tudo rola com uma coesão inédita na indústria, quando falamos da manipulação da física dentro do game.
Vale citar que, no momento em que estou postando isso, apenas três dias se passaram desde o lançamento oficial de Tears of the Kingdom. Nesse ritmo, acredito que até o fim do ano veremos alguém usar a Ultrahand para construir um acelerador de partículas dentro do jogo, ou uma nave espacial que voe até a Lua vermelha, desbloqueando um quarto mapa totalmente inédito.
A frase “o céu é o limite” parece ter parece ter ficado meio redundante.
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