Nova investida no universo de Mortal Kombat traz boas novidades
A empreitada da NetherRealm Studios em levar Mortal Kombat 1 para uma nova linha do tempo dentro da franquia surgiu com o apoio e a curiosidade dos fãs, que apostavam na inegável criatividade de Ed Boon e companhia para darem um passo firme em direção ao futuro.
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Conforme foram chegando novas informações de gameplay, a comunidade se dividiu entre os que gostaram e aqueles que ainda estavam dúvida sobre o principal novo recurso para os kombates do jogo, a adição dos parceiros, personagens que acompanham os lutadores principais, dando suporte em determinados momentos.
E depois de acompanhar a jornada de Liu Kang na campanha, além de sair na mão por mais algumas dezenas de horas no online, chegou a hora de trazer meu veredito sobre Mortal Kombat 1.
A História
Mortal Kombat 1 traz um tropo bastante interessante, que pega o final do Aftermath de MK11 e coloca Liu Kang como o deus do Trovão e do Fogo. Com poderes de escala cósmica em mãos, o personagem decide literalmente reiniciar a história, criando uma nova linha do tempo, na qual as principais ameaças do passado não poderiam criar novos transtornos para os habitantes do Plano Terreno.
Acompanhamos, então, diversos pontos de vista, enquanto a história de Mortal Kombat 1 se desenrola e mostra que, mesmo com um completo reset na linha temporal, algumas coisas nunca mudam, enquanto outras passam por caminhos diferentes para chegarem à mesma conclusão.
Uma dessas constantes é o papel de vilão exercido por Shang Tsung. Neste novo mundo, o feiticeiro ardiloso é apenas um apotecário, que produz poções e elixires para os habitantes locais. Até que, certa noite, após ser confrontado por um consumidor insatisfeito, ele é abordado por uma personagem misteriosa, que promete dar a ele habilidades inimagináveis, e o coloca novamente no caminho para o poder maligno de outrora.
Enquanto isso, Raiden e Kung Lao, jovens fazendeiros, são surpreendidos em um restaurante local pela chegada do clã Lin Kuei, que agora é formado, dentre outros, por Sub-Zero, Scorpion e Smoke. O trio de ninjas os confronta, e, após uma série de combates, Liu Kang surge para explicar que tudo era apenas um teste, e que a dupla agora era parte do grupo de campeões do Plano Terreno, e seriam treinados para representarem o reino em um torneio muito importante.
Essa é a base da história, que vai prosseguindo por trilhas conhecidas e outras inéditas, traçando novos contornos para acontecimentos do passado, criando alianças inéditas, disputas sangrentas, e afunilando cada vez mais até uma colossal batalha final pelo destino de todas as linhas temporais.
Apesar de muito interessante, a história de Mortal Kombat 1 peca em apenas um aspecto. Não existe um chefão final e super poderoso. Senti falta de um Shao Kahn ou Goro, que me fizessem lutar repetidas vezes em busca de uma elusiva e épica vitória. Ao contrário, o último inimigo da campanha de MK1 é um que enfrentamos algumas vezes anteriormente, então não apresenta sequer uma novidade.
O Gameplay
Mortal Kombat 1 tem uma jogabilidade bem similar ao que vimos nos últimos jogos da NetherRealm, incluindo Injustice, e apresenta uma fluidez muito gostosa, com a tradicional dinâmica da franquia, de combos rápidos, ataques em três níveis de altura, magias e bloqueios.
A novidade aqui, como falei anteriormente, é a presença dos Parceiros, personagens de suporte que podem ser acionados diversas vezes nas lutas com o simples toque de um botão, e que interferem de várias maneiras no combate, quebrando sequências do adversário, aplicando golpes especiais e até ajudando na extensão de combos do jogador.
Essa é uma mecânica super bem-vinda, que vem agradando à comunidade, e que, na minha experiência, trouxe uma dinâmica muito interessante a Mortal Kombat 1. São muitas opções, que irão crescer a cada nova adição de personagens, e cada um desses parceiros oferece habilidades e possibilidades únicas. Assim como os lutadores principais, é preciso treinar bastante e encontrar a combinação ideal de dupla.
No geral, as batalhas em Mortal Kombat 1 são bem variadas e divertidas. No online, pelo menos na minha experiência, dificilmente enfrentei o mesmo personagem em partidas contra dois adversários seguidos. A gama de lutadores oferece muitas estratégias, cada uma focada em determinado estilo de gameplay, e o resultado final é um cenário muito pluralizado, e isso é excelente para evitar uma saturação do jogo.
O ponto mais importante que levo dessa minha experiência de review é que seguirei jogando Mortal Kombat 1 por muitos anos, sendo o meu jogo de luta principal no PS5, praticando e dominando meus personagens principais, aplicando cada vez mais o auxílio dos parceiros.
A Trilha Sonora e os Gráficos
Além do excelente gameplay, Mortal Kombat 1 tem como um enorme destaque os gráficos. Que jogo espetacularmente lindo! O visual do game é simplesmente absurdo, com personagens extremamente realistas, dotados de animações vívidas e fieis à realidade.
Além disso, os cenários de MK1 são um luxo à parte. Cada arena de batalha é cuidadosamente construída, repletas de detalhes e pequenos acenos a jogos anteriores da franquia. Nas primeiras vezes que joguei, passei bons minutos apreciando cada um dos belíssimos locais apresentados.
No entanto, apesar de gráficos maravilhosos, Mortal Kombat 1 peca na questão da personalização dos lutadores, que apresenta um retrocesso em relação a MK11. Enquanto era possível escolher até três acessórios customizáveis no último jogo, nesse novo podemos mexer em apenas um, o que é uma pena, tendo em vista a beleza geral que temos na tela.
Na parte do áudio, Mortal Kombat entrega uma experiência bem razoável. Não me senti impactado por músicas memoráveis, mas também não tenho nenhum ponto negativo a destacar nesse aspecto.
Fora da trilha sonora em si, um outro ponto importante para discutirmos sobre o áudio de MK1 está na dublagem do game em português. O trabalho de localização do game merece aplausos e questionamentos.
Enquanto as atuações dos personagens ficaram excelentes, com muitas expressões características do Brasil, certos pontos simplesmente não foram traduzidos, como no modo Invasões, que conta apenas com legendas na nossa língua.
Modos de Jogo
Dentro de Mortal Kombat 1, um novo modo de jogo foi apresentado. O Invasão chega com um viés de RPG para a franquia, apresentando um gameplay muito parecido com a de um tabuleiro. Andamos pelos cenários, liberando novos caminhos, enquanto enfrentamos adversários de vez em quando.
Inicialmente, temos acesso a personagens mais famosos da franquia, e, conforme vamos evoluindo, temos a chance de personalizar cada vez mais os lutadores, com visuais diferentes, e até mesmo habilidades que não fazem parte do conjunto padrão deles. Além disso, como um bom RPG, é possível fazer upgrades de nível e capacidades, melhorando, por exemplo, ataque e defesa.
O modo Invasão funcionará no formato de temporadas, trazendo novidades de conteúdo em atualizações pontuais ao longo do tempo. Vamos ver como a NetherRealm alimenta e dá suporte durante a vida útil de MK1.
Alguns modos de jogo mais tradicionais de Mortal Kombat estão de volta também. As clássicas Torres marcam presença, além, é claro, das batalhas diretas, tanto online como contra amigos e IA na própria plataforma.
Conclusão
Mortal Kombat 1 é uma investida, no geral, muito positiva da NetherRealm para a franquia. O gameplay segue sendo fluido e divertido, e a adição dos parceiros traz uma camada extra de variedade para os combates.
Além disso, a evolução gráfica é sensível, trazendo personagens muito bem animados e com expressões faciais e corporais bastante realistas, assim como cenários e ambientações extremamente detalhadas e bonitas.
No entanto, pequenos deslizes na parte de personalização e localização tiram pontos da experiência geral do game, principalmente aqui para o Brasil.
No final das contas, a balança pesa muito mais para o lado bom da coisa, e Mortal Kombat 1 estabelece uma base forte para entregar uma excelente opção a longo prazo para fãs de jogos de luta.