Com Shadow of the Erdtree, o pacote completo de Elden Ring é uma obra-prima
Dois anos depois de termos recebido um presente da FromSoftware na forma de Elden Ring, Hidetaka Miyazaki e sua trupe atacaram novamente com o lançamento da expansão Shadow of the Erdtree, um conteúdo bastante aguardado por aqueles que se maravilharam pelas Terras Intermédias do jogo base. E depois de me aventurar por cerca de 40 horas no Reino das Sombras, é com muito prazer que hoje trago o meu veredito para o DLC.
Uma run não é suficiente para desvendar tudo
Se passando em um ambiente paralelo às Terras Intermédias, a história de Shadow of the Erdtree não interfere em nada do que é visto no jogo base, mas mostra o caminho percorrido por um dos personagens mais enigmáticos da trama principal: Miquella.
Tentando evitar ao máximo spoilers, e usando muito do que foi divulgado como material promocional do DLC, posso falar que a história mostrada em Shadow of the Erdtree é cativante, instigante, surpreendente e, definitivamente, sombria.
Para contextualizar: Miquella, um dos filhos amaldiçoados da Rainha Marika, deixou tudo para trás ao viajar para o Reino das Sombras. E lá, construiu uma teia de seduções e traições que realmente parece ter o toque de George R. R. Martin.
É claro que, por se tratar de um jogo (nesse caso uma expansão) da FromSoftware, apenas uma run não é nem de perto suficiente para se extrair cada gota da mitologia que Miyazaki e sua equipe implementaram em Shadow of the Erdtree.
Mas, diferente da maioria dos trabalhos do estúdio, essa expansão é surpreendentemente acessível em termos de informação, ao mesmo tempo em que deixa de manter alguns segredos bem escondidos.
No fim das contas, posso dizer categoricamente que a história de Shadow of the Erdtree é especial, e que vou revisitar o Reino das Sombras mais algumas vezes para descobrir coisas que deixei passar nessa primeira jornada.
O Gameplay
Assim que foi lançada, a expansão de Elden Ring foi alvo de muitas críticas e reclamações por parte de alguns jogadores, que consideravam Shadow of the Erdtree “difícil além da conta”.
No entanto, como foi explicado e estressado pela FromSoftware, o DLC possui um sistema próprio de evolução do personagem, usando uma caça por itens especiais que ajudam o jogador a causar mais dano aos adversários ao mesmo tempo em que perde menos vida a cada golpe sofrido.
Não é uma tarefa fácil reunir os 50 Fragmentos de Umbrárvore espalhados pelo mapa, muitos deles escondidos atrás de complexas batalhas contra chefões e subchefes.
Mas, mesmo sem me desprender demais de uma exploração natural, fui capaz de encontrar cada um deles, assim evoluindo gradativamente, como faria no jogo base com o aumento de níveis através do uso de runas.
Além do novo sistema de evolução, Shadow of the Erdtree ainda trouxe para Elden Ring diversos novos tipos de armas, que, diferente do efeito dos Fragmentos de Umbrárvore, podem ser usados fora da expansão.
Apesar de não termos um número tão elevado de novos tipos de armas, nem de variedade dentro de cada uma dessas novas categorias, foi bastante divertido encontrar e usar grandes katanas, espadas invertidas, e até um novo tipo de combate corpo-a-corpo.
O mais interessante nesse sentido é o fato de Shadow of the Erdtree realmente expandir a experiência de Elden Ring, não só em termos de história, mas, de fato, levando novas possibilidades também para o jogo base. Para um game que já possuía um nível de rejogabilidade extremamente alto, a barra foi novamente elevada.
E não dá para falar de FromSoftware sem mencionar os chefões. É claro que Shadow of the Erdtree entregou uma nova lista de batalhas memoráveis, algumas delas viralizando bastante nas redes sociais por conta da dificuldade, mas também pela qualidade.
Entrando rapidamente em território de spoilers, alguns dos confrontos com chefões na expansão de Elden Ring se qualificam tranquilamente para o panteão das melhores do game como um todo.
A primeira grande barreira da DLC, Rellana, foi responsável por entregar uma batalha incrível, misturando golpes físicos com magias, e ainda me deu armas que usei ao longo de boa parte do DLC. Romina me dá calafrios só de lembrar do visual agourento e nojento que mistura o bicho que mais me dá medo, a lacraia, com um escorpião.
Messmer fez valer todo o hype que os trailers da expansão prometeram. E Bayle… O que falar desse horror? Mas foi na batalha final de Shadow of the Erdtree que eu fui ao céu e ao inferno.
Não vou dar maiores detalhes sobre o chefão em si, mesmo tendo dado alerta de spoilers acima, pois, para quem entendeu a história do jogo base, o personagem tem muita importância. Só digo que Midir, Órfão de Kos, Rei Sem Nome e Malenia ganharam um novo companheiro nas batalhas mais difíceis da FromSoftware.
Os Gráficos e a Trilha Sonora
Elden Ring nunca teve os gráficos mais ultrarrealistas do mundo, mas sua direção de arte é um ponto que sempre se destacou, e algo que a FromSoftware costuma entregar com maestria desde Demon’s Souls. Em Shadow of the Erdtree, foram incontáveis os momentos em que parei para simplesmente ficar apreciando a beleza que a imagem na tela da minha televisão mostrava.
A chegada ao Reino das Sombras, passando por terras devastadas pela guerra santa, subindo ao pico de montanhas e descendo às florestas marcadas pela loucura. Todos os momentos no DLC foram visualmente impactantes e marcantes, o que ajudou ainda mais no processo de exploração do mapa.
Em relação à trilha sonora, como de praxe, a FromSoftware também manteve seu padrão de qualidade, com músicas tema incríveis para as principais batalhas contra chefões, aumentando a noção de que algo épico estava acontecendo naquele momento.
Conclusão e nota de Shadow of the Erdtree
Shadow of the Erdtree é a epítome do que uma expansão deve ser. Além de entregar mais inúmeras horas de gameplay, a DLC consegue adicionar conteúdos que também podem ser implementados no jogo base, transformando e realmente expandindo, o trabalho original.
Posso dizer, sem medo de errar, que essa é a melhor expansão já feita para um jogo. E, mesmo que isso seja chover no molhado, a FromSoftware mais uma vez provou ser um dos melhores estúdios de games da atualidade.
Este review foi produzido com uma cópia para PlayStation 5 fornecida pela Bandai Namco. O jogo base e a expansão estão disponíveis para PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series X/S.
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